A colocação de um portão e de vedação ao longo de um caminho centenário, no Monte da Judia, Foros da Quinta, na freguesia de Santo André está a revoltar proprietários de terrenos agrícolas e moradores daquela zona que dizem-se impedidos de utilizar um caminho público.
Os proprietários apontam o dedo a um empresário que, de um dia para o outro, vedou o caminho onde se encontra o seu terreno de sete hectares, impedindo o acesso às propriedades vizinhas. O caso, que já dura há quatro meses, foi denunciado à Câmara de Santiago do Cacém pelos queixosos que exigem uma intervenção por parte da autarquia. “Como isto foi tudo feito à revelia e não foram pedidas as autorizações à câmara o proprietário do terreno não teve em conta que há estradas que atravessam a sua propriedade e lembrou-se de vedar”, lamenta Rui Gouveia que aguarda há três meses por uma resposta da autarquia a esta situação.
Os lesados garantem que o caminho foi destruído e encerrado “sem autorização” da Câmara Municipal de Santiago do Cacém. “Queriamos que a câmara mandasse abrir mas até agora estão a estudar o assunto”, adianta José faustino que diz tratar-se de um caminho com mais de cem anos. “Os mais velhos ali à volta dizem que o caminho da Varzea é utilizado há mais de cem anos e os novos donos desse terreno querem tirar os postes de iluminação”, acrescenta.
“Diretamente isto afeta cerca de dez montes mas diariamente passam ali centenas de pessoas a pé, de trator e de automóvel. Há pessoas idosas que agora vão ter de percorrer pelo menos mais dois quilómetros para ter acesso aos seus montes”, garante Rui Gouveia.
Venâncio Costa, um dos contestatários, diz ter adquirido a propriedade para desenvolver um projeto agrícola mas que, a manter-se esta situação, vai desistir do investimento. “Nem vou pensar mais no assunto porque não vou fazer um projeto para criar fruta biológica se depois não a posso tirar de lá, a não ser de helicóptero”, adiantou.
Perante as queixas, a Câmara de Santiago do Cacém garante que não recebeu qualquer pedido de autorização para o encerramento daquele caminho. A vice-presidente, Margarida Santos que já tem conhecimento do caso há cerca de três meses adiantou que os serviços jurídicos estão a fazer o levantamento dos terrenos em causa para recolher informações mais precisas sobre aquela situação. “A câmara não sabe de quem são os caminhos mas vamos tentar ser céleres”, afirmou.