Bruno Gonçalves Pereira: “É inaceitável que Santo André não seja atractivo para investimento nem um caso de sucesso no turismo”

Bruno Gonçalves Pereira: “É inaceitável que Santo André não seja atractivo para investimento nem um caso de sucesso no turismo”

Bruno Gonçalves Pereira: “É inaceitável que Santo André não seja atractivo para investimento nem um caso de sucesso no turismo”

Movimento independente quer tirar do poder a gestão CDU, nos comandos do concelho há 50 anos, com o objectivo de investir em áreas importantes que consideram estar paradas graças às políticas orientadas pelos executivos

Bruno Gonçalves Pereira, 48 anos, é o candidato à presidência da Câmara Municipal de Santiago do Cacém pelo movimento independente Somos Todos Cidadãos (STC). O grupo de cidadãos, que se candidata às próximas eleições autárquicas com listas a todos os órgãos municipais, já conta com o apoio do PS e PSD de Santiago do Cacém, mas esperam-se mais apoios até ao sufrágio.

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Com os olhos postos no concelho, e com ideias para agir em áreas como “habitação, mobilidade e criação de equipamentos essenciais para a população”, o grupo compromete-se a mudar Santiago. Em entrevista a O SETUBALENSE o candidato a presidente da autarquia santiaguese garante que é preciso “virar a página a quase 50 anos de gestão comunista” e defende soluções e investimentos para temas que afirma estarem estagnados.

O apoio de Jorge Nunes é encarado com um grande sentido de responsabilidade, mas, o responsável por encabeçar o movimento, afi rma que todos os dias se têm juntado novos apoios, e que todos eles fazem valer o compromisso com os cidadãos.

Porque é que se candidata à presidência da câmara municipal encabeçando um movimento independente?

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Esta candidatura surge da reflexão de um grupo de pessoas, que gostando muito do nosso concelho, considerou que estava na hora de colocar em práctica as suas ideias, os seus propósitos, tendo como objectivo mudar Santiago. Como sabemos, já há muitos anos são possíveis candidaturas de movimentos independentes aos órgãos autárquicos, mas em Santiago do Cacém tal nunca aconteceu. Tendo esta reflexão partido desse grupo de pessoas faria e faz todo o sentido que a candidatura seja formalizada por esse movimento independente.

No entanto, como tenho dito por diversas vezes, este movimento independente está aberto e pretende ser o mais abrangente possível, tendo sido feito o desafio aos partidos políticos da oposição para se juntarem a nós, para apresentação de uma candidatura alargada e forte.

Que críticas faz à actual gestão no território de Santiago do Cacém?

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O concelho está estagnado. A autarquia limita-se a gerir o dia-a-dia, com manutenções mínimas e, muitas vezes, mal executadas. Os equipamentos construídos são, na maioria, subdimensionados para as reais necessidades, como acontece com os auditórios e as piscinas. Em muitos locais, simplesmente não existem. O resultado? Espectáculos repetidos para que todos possam assistir ou eventos e provas não poderem ser realizadas por falta de condições.

O investimento é visto com desconfiança e frequentemente bloqueado. Não há estratégia para resolver os problemas da habitação, do estacionamento ou para melhorar a qualidade de vida, como a implementação do IMI Familiar ou a devolução de IRS. A falta de visão levou a um acumular de queixas em todas as freguesias. Queremos mudar isso. Ouvimos as pessoas e defendemos que as suas preocupações tenham impacto real nas decisões.

Sabe-se agora que o PS vai apoiar o Somos Todos Cidadãos e há a possibilidade do PSD também o fazer. Como tem corrido o processo de “ganhar” apoio junto das forças políticas?

Como já disse, o objectivo é ter um grande movimento de alternativa para mudar Santiago do Cacém. Os partidos são fundamentais na democracia portuguesa. Apesar de sermos um movimento independente não somos dos que diabolizam os partidos políticos. Por nossa iniciativa, contactámos, para já, os dois maiores partidos da oposição do nosso concelho (PS e PSD) dando conta da nossa intenção e convidando-os para se juntarem a nós. As reuniões correram bem, ficou muito claro que existe a mesma vontade de mudar, de virar a página a quase 50 anos de gestão comunista.

Naturalmente, que os partidos políticos têm a sua organização e ficamos a aguardar as suas decisões. Recebemos com muito agrado, o apoio formal do Partido Socialista na semana passada. Aguardamos com expectativa, a decisão do Partido Social Democrata [n.r: à data da publicação desta entrevista já é conhecido que o PSD Santiago do Cacém vai apoiar a candidatura do STC não apresentando nenhum candidato autárquico].

Não obstante este envolvimento de partidos políticos, gostaria que ficasse muito claro o seguinte: o facto de termos o apoio do PS, para já, e de eventualmente outros partidos mais à frente, não tira a matriz independente deste movimento. O que nós sentimos é que se está a criar uma onda de mudança e que esta onda vai ser cada vez maior.

A lista que apresenta integra muitas personalidades da sociedade santiaguense. De que forma estas podem ser uma mais-valia nos órgãos da autarquia?

O Somos Todos Cidadãos (STC) nasce da vontade de um grupo de pessoas que pensa o concelho e que quer uma mudança. Evidentemente que o facto de serem pessoas envolvidas e comprometidas na sociedade de Santiago do Cacém, com uma vivência pessoal, profissional e associativa reconhecida, dá um capital de confiança e solidez a este movimento. Existe muito entusiasmo, mas um entusiasmo alicerçado em experiência e conhecimento.

Jorge Nunes é o nome apontado para presidir à Comissão de Honra do STC. Que peso tem este nome na vossa lista?

É uma enorme honra, porque o senhor Jorge Nunes é um fazedor e uma das pessoas mais notáveis deste concelho. O trabalho que realizou na Caixa de Crédito Agrícola da Costa Azul e na Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém fala por si. Não por acaso foi agraciado pelo senhor Presidente da República, em 2014, com a Ordem de Mérito Profissional.

É com grande sentido de responsabilidade que recebemos este apoio e estou certo que vamos aproveitar toda a sua experiência e sabedoria para fortalecer a nossa candidatura. É muito importante o apoio do senhor Jorge Nunes, mas gostaria de dizer que todos os dias se têm juntado a nós muitas pessoas, mais ou menos conhecidas, que vêm engrossar este movimento.

Estamos muito satisfeitos com a esperança que esta candidatura está a trazer a muitos habitantes de Santiago do Cacém. Encaramos, tal facto, com enorme sentido de responsabilidade.

Que conversações existiram para a criação deste movimento de cidadãos?

Normalmente as boas ideias nascem de umas boas conversas. Um grupo de pessoas que se reunia com frequência, ao discutir e pensar o concelho de Santiago do Cacém, percebeu que tinha as bases para um projecto político alternativo a uma gestão que consideramos gasta, sem energia e imobilista.

A ideia foi amadurecendo, as pessoas foram-se juntando, pelo que se decidiu avançar com muita determinação com esta candidatura.

Quais são as principais mudanças que se propõem a concretizar em Santiago do Cacém?

A gestão actual perdeu há muito a vontade e o sentido de missão. Há muitos problemas por resolver, mas o importante é começar, passo a passo, e em alguns casos agir de imediato pela sua urgência. É essencial uma política eficaz de habitação, mobilidade e criação de equipamentos essenciais para a população.

O concelho precisa de atrair investimento de forma real, devemos garantir infra-estruturas que criem emprego, melhorem a qualidade de vida e devolvam a relevância que o concelho perdeu ao longo das décadas. É inaceitável que Santo André, a freguesia com mais população do concelho, vizinha de Sines e com uma praia tão próxima, não seja atractiva para investimento nem um caso de sucesso no turismo.

Também não se compreende que, em todo o concelho, as colectividades tenham sedes degradadas, os bombeiros enfrentem dificuldades financeiras e outras carências, enquanto a autarquia transita milhões de euros no final do ano por pura incapacidade de os aplicar. Mas a maior mudança que desejamos é que a população deixe de ter medo de expressar as suas opiniões, sem receio de represálias.

Queremos um concelho onde todos possam participar activamente na construção de um futuro mais justo, transparente e próspero.

Cada vez mais chegam queixas de comissões de utentes quanto ao estado das estradas do concelho e até sobre a melhoria das vias paralelas ao IP8. De que forma é que será possível resolver esta questão?

As pessoas têm razão. Ter acessos dignos às suas casas, trabalhos e escolas é essencial para a qualidade de vida. A sua indignação é legítima e tem sido divulgada, inclusive com o nosso apoio na comunicação social, para pressionar as entidades responsáveis e informar a população sobre a realidade que enfrenta.

No entanto, não basta protestar e dizer que se faz pressão sobre a Infraestruturas de Portugal (IP) e o Governo. O Partido Comunista/CDU tem, muitas vezes, conduzido mal esse processo, seja por arrogância, falta de força ou por querer capitalizar o protesto.

A negociação exige habilidade e cedências estratégicas para garantir o melhor para a população. O movimento não procura apenas protestar, mas sim resolver problemas com uma nova atitude de diplomacia e firmeza. Defendemos que não se deixem de fazer obras estruturantes em escolas por causa de comparticipações mínimas ou que se mantenham estradas degradadas por teimosia e inflexibilidade com o Estado Central. O que está em causa é o bem-estar das pessoas, e é nisso que nos focamos.

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