A comissão concelhia de Santiago do Cacém do Bloco de Esquerda (BE) criticou esta semana o apoio financeiro da Câmara de Santiago do Cacém ao torneio desportivo de futsal que juntou no concelho mais de cem sacerdotes católicos.
Segundo os bloquistas, foram adquiridos “serviços de alojamento em hotéis no valor de quase 10 mil euros” e “um conjunto de apoios indiretos não contabilizados” para a realização da 12ª edição da ‘Clericus Cup’, que se realizou entre 3 e 5 de julho.
Em comunicado, o BE defende um “equilíbrio” e uma “justa proporcionalidade” no apoio às associações locais “sem qualquer caráter de exclusividade”.
Contactado pelo Diário da Região, o dirigente e candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Santiago do Cacém, Bruno Candeias defende o apoio às atividades culturais e desportivas, desde que sejam estabelecidas prioridades.
“Claro que se devem apoiar atividades desportivas e culturais no município mas também achamos que devem ser consideradas as prioridades, dentro de um equilíbrio, às associações do concelho”, adiantou.
Bruno Candeias diz que o valor atribuído ao Cléricus Cup “é desproporcionado” face a apoios de atividades de associações locais que ficam aquém dos dez mil euros atribuídos a este evento, dando o exemplo do Alvalade Medieval e das Festas de Santa Maria, em Ermidas, que recebem um apoio de 7500 euros.
“Na juventude, o orçamento de 2017, invoca um valor de 7500 euros, inferior aos 10 mil euros que foram atribuídos a esta iniciativa, e isto, para além de desproporcionado é injusto”, acrescentou o candidato.
Bruno Candeias entende que devem ser criadas “opções políticas concretas” que passam “por valorizar quem trabalha” nas associações.
Para o Bloco de Esquerda este apoio “configura algum esbanjamento” tendo em conta as “dificuldades diárias” das associações e voluntários que trabalham em prol da cultura e do desporto no município.
Em resposta, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém lembra que a autarquia “sempre apoiou o movimento associativo através de subsídios às atividades e ao eventos”, para defender a “dimensão nacional” do evento que, no seu entender, ajudou à divulgação do concelho.
“Tem larga projeção através da cobertura de órgãos de comunicação social de âmbito nacional e local. Não podemos ter uma visão e perspetiva curta, como o Bloco de Esquerda, e percebemos que não é um evento meramente desportivo mas uma iniciativa que projetou, durante três dias, Santiago do Cacém”, acrescentou Álvaro Beijinha.
O autarca, que critica “a visão redutora” do Bloco de Esquerda que “anda a reboque das rede sociais”, adianta que a organização da iniciativa custou “mais do dobro do valor atribuído” pela Câmara de Santiago do Cacém e que a paróquia contou também “com o apoio de empresas privadas”.
Helga Nobre