Álvaro Beijinha: “O turismo só avança se agentes e empresas potenciarem sinergias”

Álvaro Beijinha: “O turismo só avança se agentes e empresas potenciarem sinergias”

Álvaro Beijinha: “O turismo só avança se agentes e empresas potenciarem sinergias”

Em entrevista ao DIÁRIO DA REGIÃO, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, faz um balanço muito positivo dos últimos vinte anos, com o turismo do município a ganhar relevo no panorama regional e internacional

 

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O autarca de Santiago do Cacém reforça que a sustentabilidade e desenvolvimento do sector turístico se prendem com as parcerias entre os vários agentes de turismo e as empresas do concelho para potenciar uma oferta turística diversificada a par do turismo de sol e praia, por exemplo, através da recuperação de antigos montes alentejanos com vista ao seu aproveitamento para unidades de turismo rural.

 

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O turismo já tem, há muito tempo, expressão no município de Santiago, mas sobretudo no litoral, em Santo André. E no resto do concelho?

Detentor de uma localização estratégica favorável, devido à proximidade com Lisboa, Faro e Tróia aos projectos estruturantes de Sines, nas últimas duas décadas o município de Santiago do Cacém tem vindo a ganhar destaque no panorama turístico regional e nacional, nomeadamente pelo reconhecimento imediato que lhe é atribuído enquanto território com sete quilómetros de faixa litoral de elevadíssima qualidade, detentora de inúmeros galardões nesta área, a par com um território também ele de excelência ambiental, que é a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha. No entanto, o turismo só tem conseguido avançar sustentavelmente desde que os vários agentes e empresas dos vários territórios se começaram a cruzar e a potenciar as sinergias entre eles. No caso de Santiago do Cacém, tem-se revelado importantíssima a recuperação de montes alentejanos para a melhoria da oferta do turismo em espaço rural, importante contributo para o desenvolvimento económico da região, permitindo assim ao visitante desfrutar de toda a riqueza paisagística, para quem anseia um contacto mais directo com a natureza, assumindo-se a Rota Vicentina como baluarte do turismo/desporto de natureza. O próprio aproveitamento do potencial existente no sector primário nomeadamente na pecuária, regadio e silvicultura, supõe, numa óptica de maior retenção do valor acrescentado da região, uma forte aposta na agro-indústria, seguindo-se o caminho de produções que já beneficiam de algum reconhecimento como a vitivinícola e o montado de sobro. A presença destes factores favoráveis ao desenvolvimento do turismo como o descongestionamento, a qualidade ambiental e paisagística, os atractivos locais, festivais gastronómicos, factores patrimoniais (centros históricos, ruínas romanas de Miróbriga, museus e albufeiras) e factores culturais do município são capazes de potenciar uma oferta turística diversificada a par do turismo de sol e praia, que terá evidentemente impacte ao nível da quebra de sazonalidade e melhoria da qualidade de vida das populações nas zonas rurais.

 

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O que distingue Santiago do Cacém dos outros destinos próximos ou alternativos?

A evolução do turismo no concelho nos últimos 15 anos foi muito positiva, acompanhando a tendência geral do país e superando largamente neste ciclo a evolução dos outros municípios do Alentejo Litoral. A aposta central tem sido o desenvolvimento sustentável das actividades turísticas em simultâneo com a melhoria da sua qualidade e diversidade e o acréscimo de benefícios gerados para a população. No entanto, Santiago do Cacém é um concelho de paisagem diversificada. Do litoral ao interior, das praias de extensos areais e espelhos de água, entre os quais se destacam a Lagoa de Santo André e as barragens de Campilhas e Fonte Serne às amplas planícies e serra agreste, Santiago do Cacém realça pela diversidade. O litoral complementa o interior e vice-versa, criando a possibilidade de explorar num único território de 1060 km2, uma diversidade de atractivos turísticos diversificados e complementares. A par desta situação, tem-se verificado o crescimento e consolidação de uma oferta turística qualificada, diversificada, inovadora e competitiva, não apenas baseada no alojamento turístico, mas num complexo de actividades de turismo e lazer, que valorizam de forma integrada as potencialidades do território e aprofundam as competências turísticas diferenciadoras do concelho.

 

Quais são os grandes argumentos da oferta turística do concelho?

Os argumentos encontram-se devidamente explicitados no Plano Estratégico de Turismo do município, cujas acções identificadas têm vindo a ser posteriormente integradas na estratégia de desenvolvimento turístico, que está a ser levada a cabo pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo. No entanto, as ideias-chave para o desenvolvimento turístico municipal resumem-se nos seguintes patamares estratégicos: posicionamento estratégico – Natureza e História no Alentejo Litoral; portefólio de produtos principais – Turismo Cultural, Turismo de Natureza, Ecoturismo, Turismo de Sol e Praia, Turismo em Espaço Rural e ainda produtos complementares – Gastronomia, Turismo Equestre, Turismo Cinegético, Golfe.

 

Que estratégia tem sido desenvolvida pelo município nesta matéria e com que resultados?

Embora ainda haja um longo percurso pela frente, Santiago do Cacém tem registado uma evolução clara, no sentido da qualificação e da diversificação da oferta turística com uma intenção estratégica bem definida e conducente à criação de um sistema articulado de actividades de turismo e lazer com maior capacidade de diferenciação e potencial competitivo respeitadores dos princípios da sustentabilidade nas vertentes económica, sócio-cultural e ambiental. Exemplo disso é a recente intenção de criar uma Rota dos Museus com pelo menos três pólos ligados aos temas do mundo rural. O maior factor de relevância que indica um resultado extremamente positivo tem sido o aumento progressivo da estada média nos estabelecimentos hoteleiros do município, actualmente na 45ª posição nacional da tabela, estando a atingir quase duas noites (1,9 noites), segundo os dados da Pordata relativos a Junho deste ano.

 

Quais são os maiores e os mais imediatos desafios que se colocam ao turismo em Santiago do Cacém?

A actividade turística só poderá continuar a evoluir e a reforçar-se estrategicamente como factor fulcral de desenvolvimento económico e social se apostar nas seguintes áreas: manutenção da aposta na qualificação e valorização dos recursos turísticos, potenciando os produtos turísticos prioritários e apoiando a criação de infra-estruturas de suporte aos mesmos; apoio ao desenvolvimento de empresas ligadas ao alojamento, restauração e animação turística assente em padrões de qualidade e sustentabilidade; projecção da promoção da oferta turística municipal, no âmbito da marca ”Alentejo e Ribatejo”, para a qual muito contribuem os planos estratégicos de produtos que se encontram a ser desenvolvidos por esta entidade e em que o município de Santiago de Cacém se inclui em seis deles, nomeadamente ao nível do turismo cinegético, náutico, sol e mar, equestre e cultural/ paisagístico e enoturismo; desenvolvimento de projectos conducentes à melhoria da oferta turística no âmbito da estratégia regional e dos quadros de referência sub-regionais ao nível das cinco NUTS III do Alentejo e continuação da criação de parcerias, no sentido de promover a qualificação e formação de recursos humanos directamente ligados à actividade turística.

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