24 Abril 2024, Quarta-feira
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Jardim da Lagoa: As “baby leaves” e os mini-legumes de Santo André para a Europa

Sol do Litoral Alentejano levou grupo francês a instalar produção hortícola em Portugal

 

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É nos campos agrícolas de Santo André, concelho de Santiago do Cacém, no Litoral Alentejano, que podemos encontrar a Jardim da Lagoa, empresa de produção e distribuição de produtos agrícolas.

Integrada no grupo francês Picvert, que tem sede no Norte de França, a Jardim da Lagoa foi criada em 2007 com o objectivo, segundo o seu responsável, Stéphane Kerdilès, de abastecer a fábrica-mãe em França, com as “baby-leaves” (alfaces e espinafres, por exemplo, em tamanho juvenil) durante o Inverno, altura em que, devido ao clima, a produção caía consideravelmente naquela região francesa.

Stéphane Kerdilès, francês que já residia há oito anos em Portugal quando este projecto se iniciou, refere que a Picvert, para colmatar a redução da produção durante o Inverno, comprava os produtos a terceiros, mas, entretanto, decidira fazer a sua própria produção. “Por causa das horas de sol, tinha que se estabelecer a produção no Sul da Europa, ou no Norte de África”. Foi então que o grupo francês decide pelo Litoral Alentejano.

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“Demorámos quatro anos até conseguir ter os balancetes financeiros, no final do ano, positivos” explicou o responsável, lembrando das dificuldades sentidas na adaptação ao solo alentejano.

“Tivemos que aprender, tudo do zero”, confessa Stéphane Kerdilès. “Passámos de trabalhar em terras riquíssimas, com uma higrometria elevada, para o Alentejo Litoral que é trabalhar numa areia estéril, com zero milímetros de água no Verão”, acrescentou o responsável, estabelecendo as diferenças mais claras entre a produção no Norte de França e o Litoral Alentejano.

A aposta da Picvert começou a colher frutos, existindo um investimento continuado para o aumento da produção. Por exemplo, a área agrícola detida pela empresa aumentou substancialmente durante estes anos, passando dos quatro hectares iniciais para os actuais 150.

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Além disso, houve a aposta em mais dois tipos de culturas, que se juntaram à das “baby-leafs”, a produção de canónigos e dos mini-legumes, como explicou Stéphane Kerdilès. Os canónigos, também chamados de alface-da-terra, tiveram a sua produção iniciada há seis anos e e a empresa é, neste momento, segundo o responsável, um dos principais produtores em Portugal.

Os mini-legumes, com produção iniciada pela mesma altura, destinam-se exclusivamente à restauração, que, apesar de ser um mercado de nicho, na escala europeia já representa um volume de negócio considerável, de acordo com Stéphane Kerdilès.

Já com a classificação de PME Líder, a Jardim da Lagoa viu os seus lucros de mais de 5 milhões de euros, em 2019, caírem para pouco mais de quatro milhões no passado ano de 2020, devido à redução da actividade decorrente do momento que o mundo atravessa.

Stéphane Kerdilès aponta a pandemia de covid-19 como a principal culpada por esta quebra, referindo-se, por exemplo, à comercialização dos mini-legumes que ficou completamente retida e comprometida a partir do momento em que a restauração foi obrigada a suspender a sua actividade.

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