Ex-primeiro ministro penitencia-se por não ter-se apercebido do problema. Agora, diz, é preciso consenso político
O presidente do Aliança diz que a luta da região pelo acesso aos fundos comunitários é “a maior causa do distrito do distrito nesta altura” e associa-se aos que defendem a alteração da classificação da Península d Setúbal para efeitos dos fundos de coesão da União Europeia.
“Eu próprio me penalizo por não ter entendido essa necessidade há mais tempo. Agora é preciso um consenso nacional, entre os partidos, sobre essa matéria”, disse Pedro Santana Lopes a O SETUBALENSE, este sábado, à margem do jantar de campanha eleitoral que o partido organizou no restaurante ‘7.ª Arte’, em Setúbal.
Para o antigo primeiro-ministro, a alteração da actual situação de discriminarão da região é “uma necessidade elementar”.
Em dia de manifestação contra as dragagens no rio Sado, o líder do novo partido mostrou-se favorável às obras de alargamento do porto mas em “equilíbrio” com a preservação ambiental.
“O porto de Setúbal precisa de desassoreamento e de poder receber navios maiores, mas nada deve ser feito que provoque dano nas riquezas naturais do estuário. Espero que seja assegurado este equilíbrio e que haja a devida monitorização das autoridades ambientais.”, afirmou Santana Lopes. O presidente do partido recordou ainda que “está para vir o aeroporto para o Montijo”, para confessar que não sabe o que “será mais complicado”.
Carlos Medeiros, cabeça-de-lista do Aliança pelo distrito de Setúbal reforçou a mensagem a favor do desenvolvimento económico mas com respeito pelos valores ambientais.
“Somos a favor das dragagens mas com vigilância [ambiental]”, disse Carlos Medeiros, defendendo que a modernização do porto terá também ganhos ambientais. “Hoje os que entram no rio são barcos velhos e poluentes”, atira, referindo-se à perspectiva de, com o alargamento dos acessos, poderem demandar o porto sadino navios de nova geração, maiores mas também ambiental e energeticamente mais eficientes.
O número um da lista do Aliança acrescenta que “já perdemos 6 mil milhões de fundos comunitários e vamos perder mais 2 mil milhões até 2030”, para concluir que “é uma traição que fizeram a Setúbal”.
O almoço de campanha reuniu quase uma centena de pessoas.