Sessão pública contou com testemunhos sobre vivências na década de 1960 e os movimentos feministas em Portugal
“As mulheres na sociedade portuguesa antes e depois do 25 de Abril” foi o mote da sessão pública de homenagem à Revolução dos Cravos, promovida pela Escola Secundária de Palmela, que juntou, na manhã do passado dia 28, uma centena de pessoas, entre alunos, representantes da Câmara Municipal, do Conservatório Regional e da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP).
Conceição Matos, uma das oradoras na sessão, abordou as memórias dos tempos de prisão pela PIDE na década de 1960, com um testemunho sobre a humilhação vivida, os espancamentos, a tortura, salientado que a sua força lhe adveio do lema “coragem hoje, abraços amanhã”, sobretudo nos momentos de maior fragilidade.
Já a investigadora Manuela Tavares, que também interveio, dissertou sobre o percurso dos movimentos feministas em Portugal, deixando a mensagem de que “feministas devem ser todos” em prol da igualdade entre homens e mulheres.
A sessão contou ainda com a leitura de textos de Maria Velho da Costa sobre a situação da mulher, com interpretações musicais por alunos que frequentam o Conservatório Regional de Palmela e com a divulgação de um azulejo alusivo aos 48 anos do 25 de Abril.
Coordenada pelas professoras Arcângela Catela e Irene Pereira, a iniciativa realizou-se no âmbito da Cidadania e Desenvolvimento e dos projectos “Aristides de Sousa Mendes e os Direitos Humanos” e “Florir os Saberes”, em execução na Secundária de Palmela. A Câmara Municipal, o Plano Nacional de Artes, o Conservatório Regional e a URAP apoiaram a iniciativa.