Exposição “A Verdade Dói” apresenta testemunhos vividos na primeira pessoa e pode ser apreciada até 31 deste mês
São 28 as histórias de violência contra as mulheres – como violações, agressões, mutilações ou, até mesmo, tráfico hu mano – que estão patentes ao público, até ao próximo dia 31, no Cine-Teatro S. João, em Palmela.
A mostra “A Verdade Dói”, que pertence ao Museu do Calçado de São João da Madeira, sensibiliza para este flagelo e apresenta-se “traduzida” numa parede preta. Ali, é possível ver os testemunhos na primeira pessoa de 28 vítimas, acompanhados por um correspon dente par de sapatos pintados de vermelho, que simbolizam a pessoa, o amor, a violência e o sangue vertido em cada um dos casos contados. O calçado, porém, não pertence a qualquer das vítimas representadas na exposição. São de outras mulheres que também sofreram violência doméstica.
Sara Paiva, directora do Museu do Calçado, disse a O SETUBALENSE que esta mostra está a “irromper junto da população”, o que é o “inverso daquilo que é o expectável de uma exposição”. Neste caso é a sensibili zação que vai aos locais onde estão os cidadãos.
“Esta exposição é mais do que levar o objecto. É, sim, levar a mensagem, fazer chegar a todos a importância de lutarmos e continuar-mos insistentemente a falar sobre estes assuntos, que fazem parte do nosso quotidiano quer tenhamos ou não noção desta proximidade”, disse.
Na cerimónia de inauguração, reali zada no passado dia 7, o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, e o presidente da autarquia de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, marcaram presença e jun tos alertaram para a “actualidade” e a “presença” dos casos de violência contra as mulheres na sociedade. E o autarca de Palmela até deixou uma confidência: “Gostaria de fazer circu lar todos os anos esta exposição pelas freguesias de Palmela”. Até porque, “infelizmente” a mostra iria sempre ser “actual”, justificou.
A partir 4 de Abril e até 4 de Maio, a exposição vai estar patente no Mer cado Municipal do Pinhal Novo.