Crianças dos 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo estão a aprender in loco os valores e como funciona a democracia
“De pequenino é que se torce o pepino” é uma expressão popular que “assenta como uma luva” ao projecto “Autarquias ao Vivo”, que a Junta de Pinhal Novo está a promover junto dos alunos dos 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo do ensino básico da freguesia. É que a iniciativa contribui para a formação dos homens de amanhã, já que faz valer a “velha máxima”, ao educar desde cedo para o conhecimento e exercício da cidadania activa.
Amanhã e quinta-feira, a sede da autarquia volta a receber mais uma “fornada” de jovens estudantes, depois de na semana anterior ter sido levado à prática o mesmo ritual, mas com outros pequenos protagonistas como destinatários. A criançada que já experienciou a actividade ficou a conhecer as instalações e como funciona a assembleia de freguesia. Mas não só. A mensagem passada é mais aprofundada, conforme revela Carlos Jorge de Almeida, presidente da junta pinhalnovense, que faz as honras da casa aos mais novos.
“[Esta iniciativa] consiste em mostrar às nossas crianças como é que funciona a democracia autárquica a nível de freguesia, a relação que existe entre a junta e a assembleia de freguesia, permitindo que elas façam uma simulação, uma brincadeira onde interpretam esses papéis, das várias funções políticas da assembleia e da junta de freguesia. Vai ao encontro dos currículos dos 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo”, explica o autarca, para reforçar de seguida: “Por ser aí que, curricularmente, está situada a necessidade de conhecer, administrativamente, o País e a região onde se inserem cada uma das escolas.”
Até àquele momento, o projecto tinha registado a participação de “14 turmas”. Mas “vai ter ainda mais 70 crianças, mais três turmas”, faz notar Carlos Almeida, que pretende ver assegurada a continuidade da iniciativa “nos anos que aí vem, até ao final do corrente mandato”. “E se for assim entendido, continuar com ele. A ideia é que todos os anos as turmas dos 3.º e 4º anos passem por aqui. Mas tem a possibilidade de não se ficar por aqui e incluir os 2.º e 3.º ciclos e ainda alunos do secundário”, admite, ao mesmo tempo que reconhece que, para já, isso “exige uma preparação que a junta de freguesia ainda não consegue ter”.
É o impacto da acção que leva o autarca a debruçar-se sobre a hipótese. “Achamos que a importância é incalculável. Não pode ser medida, não há um termómetro para medir. Agora, o grau da participação da cidadania, o saber que as pessoas são livres, que podem estar em partidos ou não estar, que a sua palavra vale, as decisões democráticas, a liberdade de expressão e pensar, de reflectir e propor, são coisas fundamentais para a democracia que nós queremos. É importante nestas idades, pois é uma altura em que se entranha sem se perceber. A maioria das pessoas que já nasceu em democracia não é capaz de avaliar aquilo que aconteceu em tempo anterior.”
E o balanço, à participação dos jovens, não podia ser mais positivo. “Demonstram muito interesse, nunca encontrámos uma opinião que não fosse favorável. Podem estar a ser simpáticas, mas a circunstância das crianças saírem do sítio onde estão, das rotinas, e visitarem outro espaço onde têm outra viagem na componente curricular é óptimo para elas. Elas sabem que estão a aprender, mas aprendem de forma diferente”, conclui o presidente da junta.