Mais de 18 mil visitantes fizeram da 26.ª edição do certame uma das mais participadas de sempre
A 26.ª edição do Festival Queijo, Pão e Vinho, que decorreu de 1 a 3 de Abril, na localidade de S. Gonçalo, Cabanas (freguesia de Quinta do Anjo), “superou todas as expectativas”, disse a O SETUBALENSE Francisco Macheta, presidente da Associação Regional de Criadores de Ovinos da Serra da Arrábida (ARCOLSA), entidade organizadora do evento.
“Tivemos cerca de 18 mil visitantes ao longo dos três dias. Tínhamos algum receio quanto à participação das pessoas nesta fase em que ainda existem algumas restrições em relação à pandemia, mas a adesão das pessoas foi extraordinária”, revelou o responsável.
Foi bonito, sublinha, “ver os recintos interiores e exteriores cheios com pessoas de todas as camadas etárias, com muitas famílias e muitas crianças”. Este rescaldo “muito positivo”, mostra que o festival “já ganhou o seu espaço, não só a nível local, mas também em termos nacionais”.
Luís Miguel Calha, vice-presidente e vereador com o pelouro do turismo da Câmara Municipal de Palmela, destacou os 26 anos de história de festival: “Um percurso de sucesso feito por produtos que são únicos, cada vez mais prestigiados em Portugal e, no plano internacional, que se afirmam, ano após ano, como verdadeiros embaixadores do concelho de Palmela, da região e do País”.
O autarca realçou que, “enquanto montra de excelência, o Festival Queijo, Pão e Vinho continua a ser uma forte aposta do município de Palmela e é, ao mesmo tempo, uma aposta na sustentabilidade do território”. Mas é, também, “uma componente incontornável do desenvolvimento rural, económico e turístico”.
Ovelhas e cães para adopção
O evento retomou, este ano, o formato habitual depois de dois anos atípicos devido à pandemia da covid-19. Nos espaços de exposição e venda de produtos, estiveram presentes 39 produtores de queijo, pão, vinho, mel e doçaria.
De regresso estiveram os espaços de gastronomia, a animação musical, as actividades desportivas, o programa equestre, as demonstrações de tosquia, a Corrida das Ovelhas e os showcookings.
Durante o certame foi feita também, pela primeira vez, a promoção do projecto em curso “Adopte uma Saloia”. Através deste projecto de apadrinhamento, promovido pela Câmara Municipal, Junta de Freguesia de Quinta do Anjo e ARCOLSA, as empresas e a população podem ajudar a preservar a Ovelha Saloia, uma raça autóctone.
Lançado há dois anos, o projecto desafia, assim, empresas e população a ajudarem a preservar a ovelha saloia. As empresas, segundo informação da Câmara de Palmela, “podem `apadrinhar´ uma ovelha”, estando também prevista a criação do Clube de Amigos da Saloia, “um grupo informal de cidadãos que queiram colaborar individualmente com o projecto”.
Estreia também no festival foi a presença do Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA) de Palmela e da Associação “Quintinha ABC”, com uma exposição de cães para adopção.
“Um festival à altura do que de melhor se faz no País”
Entre as várias novidades no programa deste ano, destacou-se a mostra “Queijos de Portugal”, que trouxe ao festival a maioria dos queijos DOP (Denominação de Origem Protegida) de norte a sul do País. Desde o Douro, Serra da Estrela, Beira Baixa, Coimbra, Nisa, Évora e Serpa às duas marcas dos Açores, os queijos São Jorge e do Pico.
Hugo Gomes, coordenar do projecto “Queijos de Portugal”, mostrou-se “agradavelmente surpreendido” pela organização e estrutura do festival, “à altura do que de melhor faz no País”. Sendo, acrescenta, “mais uma excelente oportunidade para a promoção dos queijos de Portugal neste projecto de cooperação interterritorial”.
Francisco Macheta realça a importância desta presença para uma cada vez maior influência do festival a nível nacional. “Vem sem dúvida dar-nos uma maior dimensão, mais visibilidade, mas também mais responsabilidade e penso que estivemos à altura desse desafio”.
Natália Henriques, directora executiva da Associação para o Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal (ADREPES), entidade parceira da organização do evento, sublinhou que a presença do projecto “Queijos de Portugal” surgiu no âmbito da criação de uma Rota dos Queijos nacional, à semelhança das já existentes Rotas dos Vinhos, “promovendo a partilha de conhecimentos”.