19 Abril 2024, Sexta-feira
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Incêndio em Palmela devastou 415 hectares e despesas já ascendem a 158 mil euros

Município, tutela e moradores debateram consequências do fogo e “estratégia” a seguir para recuperar a zona ambiental

Sessenta e nove por cento dos 415 hectares consumidos pelo incêndio que deflagrou em Palmela a 13 de Julho último corresponde a área do Parque Natural da Arrábida. E mais de 158 mil euros foi o valor, para já, apurado em despesas directas na sequência da devastação provocada pelas chamas.

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Estes foram apenas alguns dos dados revelados numa reunião realizada no passado sábado, no auditório da Biblioteca Municipal de Palmela – juntando representantes da Câmara, de organismos da tutela, agentes económicos e academia, além da população –, para balanço aos danos causados pelo sinistro mas também para debater a estratégia a adoptar com vista à recuperação ambiental da zona afectada.

A sala esteve à pinha e Pedro Carilho, do Núcleo Sub Regional do Fogo Rural da Área Metropolitana de Lisboa – ligado ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que tutela o Parque Natural da Arrábida –, abriu as intervenções, com a apresentação de uma síntese do relatório de ocorrência do incêndio. A avaliação dos efeitos do incêndio; a estabilização de emergência; e a reabilitação e recuperação de longo prazo foram alguns dos temas abordados pelo responsável, depois de o presidente da autarquia, Álvaro Balseiro Amaro, ter sublinhado “a necessidade de aprofundar a cultura de segurança”, que é “responsabilidade de todos”.

De Carlos Caçoete, do Serviço Municipal de Protecção Civil, veio a confirmação de que o flagelo traduziu-se em 415 hectares de área ardida, 69% dentro do Parque Natural da Arrábida ( o equivalente a 286,35 hectares). Caçoeta debruçou-se ainda sobre o processo de recuperação e algumas medidas que o município pretende desenvolver no local, como “o alargamento do Programa Aldeia Segura” às zonas de Quinta da Glória, Quinta das Asseadas e Quinta do Anjo. Mas também apontou ao Projecto “Serra Segura”, em fase de candidatura, e à instalação de novos marcos de incêndio.

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Respostas aos danos

E quanto a medidas para a estabilização de emergência, pós-incêndio, o município prevê “a recuperação de infra-estruturas afectadas; o controlo da erosão, tratamento e protecção de encostas; a prevenção da contaminação e assoreamento e recuperação de linhas de água, e a diminuição da perda de biodiversidade”.

Para já, no que toca a despesas directas provocadas pelo fogo as contas estão feitas. De acordo com os números da autarquia, “a remoção e abate de árvores na área ardida e reabilitação de caminhos florestais (pós-incêndio) ascendeu a 158.000 €”. Porém, “estão ainda por apurar os valores relativos aos trabalhos a orçamentar/desenvolver na sequência da visita técnica com o ICNF e o grupo de trabalho municipal”.

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Já “as acções de limpeza de terrenos e limpeza e manutenção de bermas e caminhos florestais, pré-incêndio” têm um custo estimado de “48.747 €”.

Em “despesas indirectas, alimentação e tratamento de animais, recolha de entulhos e substituição de equipamentos danificados” o valor “ascende a 4.522 €”.

De resto, o município garante estar “a trabalhar, diariamente e de forma transversal, na resposta aos danos infligidos pelo incêndio, quer no campo técnico quer nas diligências políticas junto das diversas entidades”. O objectivo é despertar atenções para “a gravidade da situação e a necessidade de um olhar específico para o território”, não obstante a autarquia reconhecer que a área ardida é “inferior ao limite legalmente definido para a declaração de calamidade”.

A iniciativa contou com a colaboração de alguns especialistas, entre os quais Carlos Frescata, residente na região. A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) também se fez representar.

O próximo balanço e avaliação às medidas implementadas, a realizar entre o município e a população, ficou agendada para 25 de Novembro próximo.

Trabalhos Limpeza e identificação de prejuízos em curso

O impacto do fogo tem motivado a execução de trabalhos, que continuam a ser desenvolvidos. Segundo a autarquia, “está em curso a limpeza de caminhos e bermas, a remoção de entulhos e detritos e a reparação de vedações e portões”. E “a identificação dos prejuízos, nomeadamente, bem patrimoniais e agrícolas”, encontra-se igualmente a decorrer. O município lembra ainda que foi prestado “apoio na alimentação e abeberamento de animais”, além de terem sido já “realizados diversos atendimentos a proprietários e outras entidades afectadas pelo incêndio”.

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