Hélder Guerreiro entende que a descentralização de competências tem de ser acompanhada de verbas. No 2.º dia da FACECO o autarca faz o balanço do primeiro mandato
O município de Odemira projecta construir habitações, naquele que é um investimento de quase 90 milhões de euros. Em falta está a luz verde por parte da Administração Central para se dar continuidade ao investimento porque, até agora, só foi possível avançar com cinco milhões de euros.
Quem o explica é o presidente da autarquia, Hélder Guerreiro, que na abertura da 33.ª edição da Feira das Actividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira (FACECO) deixou alguns pedidos a Silvério Regalado, secretário de Estado da Administração Local e de Ordenamento do Território.
“O Governo assinou connosco um ‘contrato’ para podermos construir à volta de 90 milhões de euros em Habitação. Até agora aprovou 5M€, foi o que concretizamos. Estamos à espera de poder realmente ter a garantia, da parte do Governo, para podermos avançar com os projectos que temos e concretizar até 65 M€ em Habitação”, explicou em declarações aos jornalistas.
Outra das áreas onde se está a investir, afirma, é na Educação tendo em conta que já há projectos “prontos para avançar”, nomeadamente a Escola Secundária da Odemira, a EB 2/3 de São Teotónio e a Damião de Odemira.
O autarca entende que “nenhum Governo durou mais do que um ano e isso acabou prejudicar muito aquilo que eram os projectos e as iniciativas municipais”, faltando por isso “garantias” por parte do Estado.
“Uma câmara municipal como a de Odemira, é verdade que já fez o seu próprio empréstimo para poder investir naquilo que são as suas competências, agora, aquelas que nos estão a ser transferidas, nomeadamente ao nível da Educação, precisamos desse envelope financeiro para concretizar”, reivindica ainda.
As necessidades do concelho estão devidamente identificadas, e são essencialmente ao nível da Educação e da Habitação, mas segundo Hélder Guerreiro muitas das vezes é à câmara municipal que tem investido as verbas necessárias – quando a responsabilidade é do Governo.
Pavilhão inteiramente dedicado a produtos e artes odemirenses é destaque do certame
No segundo dia de FACECO, depois de uma sexta-feira muito concorrida em que o Parque de Feiras e Exposições de São Teotónio teve muita gente, o presidente da autarquia continua com grandes expectativas de que a edição deste ano será um sucesso.
Questionado sobre as novidades para este ano destacou o pavilhão completamente dedicado aos produtos e às artes que se praticam em Odemira. À semelhança dos outros anos, e segundo o próprio, continua a investir-se numa feira abrangente a todos os públicos.
“Uma coisa para nós importante é o espaço da feira ser um espaço onde as pessoas possam de facto desfrutar. Este ano fizemos do pavilhão 2 um espaço dedicado integralmente aos produtos de Odemira, onde temos a nossa pequena indústria transformadora, empresas familiares, mas são de facto empresas que geram riqueza, emprego e para além disso têm uma outra vantagem absolutamente fundamental para Odemira que é aquilo que são os nossos produtos serem elevados a uma escala da comercialização, o que permite que de facto o nosso turismo também possa ter uma oferta diferenciada, uma oferta do território e assim possamos oferecer aquilo que somos a quem nos visita”.
Hélder Guerreiro está prestes a terminar o seu primeiro mandato nos comandos do concelho odemirense e, em jeito de balanço, explica que um dos principais objectivos do mandato está concluído: “uma revolução interna na própria câmara municipal, uma espécie de rejuvenescimento em termos dos dirigentes”.
Para os próximos anos – sendo que é reconduzido a candidato pelo PS – é investir no território e no acolhimento de empresas.
“Estamos a projectar aquilo que é, na verdade, o grande desígnio destes mandatos que eu gostaria de fazer, e que são três: transformar o território, ter espaços novos para acolhimento de empresas, ter, de facto, infra-estruturas importantes para o território – como espaços de acolhimento de empresas na área das indústrias culturais e criativas – , ter um grande espaço de acolhimento de empresas em São Titónio, ter mais dois espaços de acolhimento de empresas – seja em Colos, seja em Vila Nova de Milfontes”.