Hélder Guerreiro: “Acreditamos muito na democracia. Este é o nosso concelho muito antes de ser o nosso partido político”

Hélder Guerreiro: “Acreditamos muito na democracia. Este é o nosso concelho muito antes de ser o nosso partido político”

Hélder Guerreiro: “Acreditamos muito na democracia. Este é o nosso concelho muito antes de ser o nosso partido político”

Mais emprego, habitação, saúde, educação, transportes públicos e melhorias nos espaços urbanos são algumas das principais medidas do PS

Hélder Guerreiro é o candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Odemira. O presidente da autarquia, que está agora a cumprir o seu primeiro mandato, recandidata-se para voltar a conquistar a confiança do eleitorado.

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O antigo vice-presidente do município do Litoral Alentejano refere alguns projetos desenvolvidos no mandato que agora termina, mas que, uma das questões onde é necessária intervenção é a proximidade com as empresas e captação de investimento.

Desenvolvimento do emprego, mais habitação, soluções para a saúde, investimentos na educação, novos modelos de transportes coletivos e melhorar os espaços urbanos são algumas das medidas que promete para o próximo mandato caso sejam eleitos no próximo dia 12 de outubro.

Em entrevista a O SETUBALENSE o cabeça de lista explica que faltam garantias da Administração Central para que se avance com habitação pública num total de 100 novos fogos.

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Qual é o balanço que faz destes últimos quatro anos nos comandos do município?

Faço um balanço positivo tendo em conta que foi um mandato onde alteramos a estrutura orgânica e orçamental da câmara municipal, onde criamos melhores condições aos nossos trabalhadores, mas também um mandato onde fomos capazes de avançar muito em áreas como a saúde, a habitação, a educação e na conservação de ruas e estradas no nosso concelho.

Para além disso fomos capazes de estruturar o que pensamos poder significar a transformação positiva de Odemira: projetos para a construção de mais habitação pública; projetos – já obra feita também – para uma aposta séria em novos espaços para acolhimento de empresas, em programas para apoio a empresas e iniciativas de inovação e de produção de conhecimento aplicado; e o início de uma alteração de paradigma nas equipas internas para uma nova estrutura de administração direta na manutenção e melhoria de todos os nossos equipamentos, serviços e espaços públicos.

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Como é que tem sido desenvolvido o trabalho na autarquia tendo em conta que o PS tem maioria absoluta neste órgão?

É bem verdade que o PS tem governado em maioria, mas tem sido também o PS a implementar um conjunto de modelos e iniciativas de promoção da participação das pessoas no destino do nosso concelho.

Projetos como o Orçamento Participativo, as Semanas Abertas, a Assembleia Municipal Jovem e o Fórum do Território são exemplos que queremos aprofundar para fortalecer muito a participação informada das pessoas e mesmo a sua capacidade de fiscalização da ação de quem governa os destinos da nossa câmara municipal.

Fazemos isto porque acreditamos muito na democracia e porque este é o nosso concelho muito antes de ser o nosso partido político. Importa também referir que o papel dos diferentes partidos políticos tem sido de forte colaboração para que sejam encontradas as melhores soluções para os problemas que todos enfrentamos.

Sinto que tem sido um trabalho conjunto de fortalecimento dos princípios da democracia em Odemira e isto é um ganho que não podemos colocar em causa. A democracia tem de continuar a fazer mais e melhor por Odemira.

Se voltar a ser eleito quais são os compromissos que pode prometer à população?

Um primeiro compromisso centra-se no reforço de um desenvolvimento gerador de emprego justo e que tenha suporte em empresas – existentes ou novas – consistentes, onde a inovação seja fator de criação de riqueza e de aumento do salário médio dos Odemirenses.

Para termos um concelho mais competitivo e diferenciável, seja em termos de produtos no mercado, seja em termos de notoriedade territorial, temos de reforçar a proximidade com as empresas – ganhar compromisso e caminho comum –, temos de continuar a investir na produção de conhecimento aplicado para termos mais empresas inovadoras; mais empresas na indústria transformadora; mais rendimento/riqueza por unidade produzida – queremos mais fileiras completas.

Finalmente, vamos criar ou rever ferramentas que promovam o investimento empresarial em inovação e competitividade e criaremos mais Espaços para Acolhimento de Empresas.

Um segundo compromisso acontece do lado das respostas em termos de acesso à habitação, saúde, educação e mobilidade porque são as áreas de que todos precisamos para que o nosso dia-a-dia tenha mais qualidade de vida.

Na habitação temos de fazer tudo para que os odemirenses, cada um à sua medida, tenham acesso a uma solução de habitação digna. As ações principais passam por aumentarmos a oferta de habitação pública – temos projeto para 100 novos fogos –, por incentivos ao setor privado – empresas e cooperativas – na construção e disponibilização de habitação permanente (aquisição e/ou arrendamento acessível).

Na saúde queremos investir nas soluções inovadoras, com universidades, e em termos mais profissionais de saúde para que todos tenhamos mais proximidade, mais e melhores cuidados de saúde em Odemira. O exemplo das sete novas consultas externas pré-hospitalares no centro de saúde de Odemira, que conseguimos este mandato, é o exemplo e o caminho.

Na educação vamos investir mais na manutenção e qualidade dos espaços das nossas escolas e na criação de novos lugares (salas) para que nenhuma mãe e nenhum pai sejam impedidos de trabalhar porque não tem lugar para o seu filho numa creche ou num pré-escolar. E vamos continuar a investir em programas que respondam com qualidade às necessidades específicas de cada aluno.

Em termos de mobilidade queremos construir, em parceria com todos os agentes do território, modelos de transportes coletivos que permitam, de forma integrada, o acesso prioritário de todos ao trabalho, aos serviços públicos e privados, aos serviços intermodais como o comboio e a atividades culturais, desportivas e/ou sociais.

Um terceiro compromisso corresponde a uma aposta redobrada na cidadania e na qualidade onde precisamos de continuar a virar o investimento de “mais equipamentos e infraestruturas” para um investimento em “melhores equipamentos e melhores espaços públicos”.

Precisamos de melhores espaços verdes urbanos, precisamos de uma melhor limpeza urbana, precisamos de melhores estradas e ruas, precisamos de melhores equipamentos desportivos e culturais. Para conseguirmos concretizar este pilar precisamos muito de um trabalho profundo de articulação com as nossas freguesias.

São as nossas três áreas de aposta para os próximos quatro anos e sabemos bem que não iremos esgotar nenhum desses temas no próximo mandato. As transformações que queremos são estruturais e sabemos bem que levam tempo. Tempo que temos de ter!

Na apresentação da sua recandidatura diz-se que esta é assente “num projeto participado, sólido e com foco nas pessoas e no desenvolvimento do concelho”. Que projeto é esse?

O projeto é o que acabei de referir acima: um projeto transformador para Odemira. É um projeto que está assente em quase trinta anos de governação do António Camilo, do José Alberto e agora, nos últimos quatro anos, do Hélder Guerreiro.

São três ciclos políticos diferentes, mas que assentaram em pessoas de Odemira e que colocam sempre Odemira em primeiro lugar. São três ciclos políticos que têm como pilares comuns o humanismo e a proximidade de trabalho com as pessoas e com as instituições.

Acima de tudo fomos capazes de manter Odemira numa rota de desenvolvimento e de modernidade que o diferencia muito enquanto território de oportunidades onde as empresas querem investir e onde as pessoas querem viver ou passar os melhores dias das suas férias.

Quer também “avançar com novas soluções para os problemas que persistem”. Quais são os problemas e soluções em concreto?

Um dos problemas que persiste é o baixo rendimento médio das famílias e esse problema precisa de uma resposta que tenha por base uma aposta na valorização de todas as cadeias produtivas de Odemira onde a indústria transformadora tenha lugar, onde a inovação e a investigação tenham lugar e onde a aposta em serviços inovadores, com base em recursos humanos especializados, preferencialmente jovens odemirenses em quem o concelho tenha apostado, seja uma realidade. Para isso temos de garantir espaços de incubação de projetos e empresas, precisamos de programas que acompanhem os jovens e as empresas na transformação das suas ideias em iniciativas empresariais, precisamos de ligar Odemira às universidades e de ter mais empresas ligadas a Odemira. Este é um exemplo de problema estrutural e esta resposta é uma das que foi preparada durante o presente mandato.

No que diz respeito à habitação, o que é que ainda falta fazer no concelho?

Diria que falta essa garantia do Governo para que possamos avançar com o que está projetado e pronto a lançar para obra, ou seja uma oferta acrescida de habitação pública em 100 novos fogos, um pouco por todo o concelho. Falta uma negociação final para termos o financiamento que permita a reabilitação do edifício para 38 alojamentos/habitação para profissionais públicos deslocados. Falta reforçar e alterar algumas medidas que já experimentamos para que exista mais oferta privada de habitação a custos acessíveis e para que haja mais oferta privada de arrendamento para habitação permanente.

Diria ainda que falta passarmos à fase de regulamentação da Carta Municipal de Habitação – construída no presente mandato – para que possamos ter mais ferramentas e mais legitimidade de agir sobre situações de sobrelotação.

O fluxo de imigrantes no concelho é para vós uma preocupação?

Um fluxo migratório como o que aconteceu na Europa, em Portugal e em Odemira é normal que traga muitos desafios e preocupações. Foi rápido, muito intenso e mudou muito em todos os sentidos num período de 15 anos.

Importa, pois, sublinhar que este tema é um tema nacional e que nenhum município em parte nenhuma do país conseguiu ou conseguirá responder sozinho aos desafios e preocupações deste fluxo migratório.

Se o país não teve (tem) fronteiras então os concelhos não têm mesmo fronteiras. A nossa resposta e posicionamento face a este fluxo é construir soluções para as respostas que as pessoas que aqui vivem precisam e é por isso que o nosso compromisso é mais habitação, mais saúde, mais educação e mais mobilidade para que sejamos capazes de assegurar mais qualidade de vida e acesso de todos aos serviços e ao emprego.

E no combate à criminalidade, quais são as vossas propostas?

Ainda que todos os indicadores oficiais de criminalidade em Odemira tenham diminuído nos últimos anos – dados apresentados em conselho municipal de segurança ao longo de 2025 – importa ter em muita consideração as preocupações das pessoas em relação à sua segurança e dos seus entes queridos.

Neste sentido importa assegurar que, nos últimos quatro anos, tivemos um acréscimo muito significativo no efetivo da GNR em Odemira (de 85 passamos a 114 elementos), mas que não é suficiente e por isso um dos nossos principais objetivos será continuar a aumentar a presença de GNR no nosso concelho. Outro dos nossos objetivos na dimensão da segurança passa por implementar a Polícia Municipal.

O presente mandato foi para podermos fazer a discussão alargada que este assunto requer, com todas as forças políticas e com o conselho municipal de segurança, para percebermos os impactos sociais/financeiros da medida e para construirmos toda a regulamentação de base que nos permita solicitarmos ao governo a aprovação da Polícia Municipal de Odemira. O próximo mandato é para implementar!

Há algo mais que queira acrescentar?

Hoje, perante um tempo incerto, importa garantir que Odemira prossegue o seu caminho garantindo soluções realistas, progresso e um futuro onde cabem todas e todos os odemirenses. Esse é o nosso principal compromisso sempre por Odemira.

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