Social-democratas contestam protocolo que se estende para lá do actual mandato autárquico
A Comissão Política da Secção do Montijo do PSD considera “escandaloso” o protocolo a celebrar entre o município montijense e a Companhia Mascarenhas-Martins, para financiamento do programa de desenvolvimento cultural da Casa da Música Jorge Peixinho no triénio 2024-2026.
A proposta estava inscrita na ordem de trabalhos da reunião pública do executivo desta quinta-feira e os social-democratas, em comunicado, não poupam críticas quer ao valor do apoio quer ao período temporal que o mesmo abrange.
“Esta semana fomos confrontados com uma escandalosa proposta de atribuição a esta companhia, na quantia global de 440 mil euros, dos quais 120 mil a pagar em 2024, 150 [mil] a pagar em 2025 e 170 [mil] a pagar em 2026. É escandaloso que o PS queira vincular despesa para além do seu mandato, condicionando, desde já, o futuro executivo que for eleito nas próximas eleições autárquicas”, contesta a estrutura local laranja, presidida pelo vereador João Afonso.
“Com a atribuição desta quantia, esta companhia custará aos montijenses pagantes mais de 700 mil euros em apoios financeiros e não financeiros”, adianta o PSD, ao mesmo tempo que reforça: “Para fazer face aos desejos da companhia, a Câmara adquiriu equipamento para a Casa da Música em valor aproximado de 300 mil euros a que acresce o aluguer de equipamento no montante aproximado de 35 mil euros. E ainda 60 mil euros para pagar a uma empresa de segurança.”
Ainda de acordo com a mesma nota, os social-democratas – que contabilizam “tudo num total de 1 milhão e 95 mil euros” – fazem um paralelismo com o investimento realizado na programação do Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida (CTJA). “O orçamento disponível para a programação cultural do CTJA, a nossa principal sala, é de aproximadamente 40 mil euros anuais.” O PSD afirma ainda que a Mascarenhas-Martins “apesar de ser um sorvedouro de dinheiros públicos não é capaz de criar novos públicos”.
