1 Julho 2024, Segunda-feira

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PSD apresenta queixa à Provedora de Justiça e ameaça recorrer ao Presidente da República

PSD apresenta queixa à Provedora de Justiça e ameaça recorrer ao Presidente da República

PSD apresenta queixa à Provedora de Justiça e ameaça recorrer ao Presidente da República

João Afonso e Pedro Vieira denunciam “caos” no Centro de Saúde com números. Director-executivo do ACES tem dados diferentes

 

João Afonso, vereador do PSD na Câmara do Montijo, e Pedro Vieira, líder da bancada social-democrata na Assembleia Municipal, entregaram na passada quarta-feira uma queixa à Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, a “denunciar o caos no Centro de Saúde do Montijo”.

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O objectivo, esclareceu João Afonso a O SETUBALENSE, passa por tentar pressionar a tutela para que concretize a contratação de médicos de família.

“Atendendo a que neste momento nem o Ministério da Saúde, nem a Câmara Municipal nem o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Arco Ribeirinho estão em condições de resolver o problema, e atendendo ainda ao facto de estarmos numa situação de ruptura do Centro de Saúde do Montijo, com mais de 35 mil pessoas sem médico de família, tínhamos de subir a parada”, explica João Afonso. “Perante a falência das entidades oficiais competentes para resolver o assunto, a posição do PSD local foi apresentar esta queixa à senhora Provedora de Justiça, para que junto dos órgãos de soberania indague e pressione o Ministério da Saúde para tomar medidas em relação ao Centro de Saúde do Montijo”, reforça.

E caso a situação não conheça desenvolvimentos positivos, o social-democrata faz saber que irá tomar outras medidas. “Se não for resolvido pela senhora Provedora, iremos solicitar, através do PSD, uma reunião com o senhor Presidente da República para se tentar resolver esta situação.”

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O vereador salienta que o problema não se esgota no Centro de Saúde do Montijo. “Mais de 90% de utentes em Canha e Pegões também não têm médico de família. Não só é uma vergonha como um crime em que as principais vítimas são as pessoas mais pobres.”

João Afonso considera que a ruptura na unidade de saúde da cidade “atingiu o auge nos últimos dias com o pedido de transferência de seis profissionais de saúde, a demissão da própria coordenadora da Via Verde do centro de saúde e a saída de três internos de especialidade”. E volta a pedir a demissão do director-executivo do ACES Arco Ribeirinho, Miguel Lemos. “Há muito que deveria ter sido demitido, só a falta de noção do que é o interesse público poderá justificar a sua manutenção no cargo para o qual mostra ser totalmente inepto”, dispara.

Miguel Lemos dá outros números

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Confrontado por O SETUBALENSE com as declarações do autarca do PSD, Miguel Lemos apresenta números diferentes. “À data, existem no Registo Nacional de Utentes um total de 49 400 utentes inscritos na área geográfica do Montijo (cidade) onde cerca de 27 900 têm médico de família atribuído através de três Unidades de Saúde (UCSP Montijo, USF Afonsoeiro e USF Aldegalega), ficando cerca de 21 500 utentes sem médico de família atribuído”, defende o director do ACES Arco Ribeirinho. E os que não têm clínico atribuído “encontram-se inscritos no serviço de Via Verde”. Os dados reportam-se, porém, a utentes inscritos, deixando de fora alguns milhares de migrantes não registados, de acordo com informação já anteriormente avançada a O SETUBALENSE por profissionais daquele centro de saúde.

O responsável afirma que “na Via Verde a única profissional que pediu demissão foi a respectiva coordenadora” que, ainda assim, “mantém as suas funções de médica de família naquela unidade”. Ao mesmo tempo, Miguel Lemos realça outros números. “Apesar da carência de profissionais médicos naquela unidade, a equipa de médicos e enfermeiros e assistentes técnicos que ali desempenham as suas funções produziram em média, nos últimos quatro meses, cerca de 1 660 consultas médicas e cerca de 740 consultas de enfermagem por mês”.

Já quanto às respostas de saúde na zona Montijo Rural, “o total de inscritos é de 6 200 utentes e somente 500 utentes têm médico de família”, admite. “No entanto a população tem acesso a cuidados de saúde, através de uma equipa de profissionais que assegura 30 horas de consultas médicas e 105 horas de consultas de enfermagem semanalmente, cuja actividade representou nos últimos quatro meses uma média diária de 34 consultas médicas e 20 de enfermagem”, conclui Miguel Lemos.

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