22 Julho 2024, Segunda-feira

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Bombeira grávida de sete meses diz-se ‘injustamente dispensada’ de serviço

Bombeira grávida de sete meses diz-se ‘injustamente dispensada’ de serviço

Bombeira grávida de sete meses diz-se ‘injustamente dispensada’ de serviço

Autoridade para as Condições do Trabalho esteve no quartel da associação

Uma bombeira voluntária do Montijo, grávida de sete meses, queixa-se de ter sido injustamente dispensada do serviço de atendimento da central pela direcção da associação. Aguardava por um contrato de trabalho que diz ter-lhe sido prometido, mas no passado dia 16 foi informada de que estava afastada das funções que vinha a desempenhar de forma remunerada. Na última sexta-feira, inspectoras da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) deslocaram-se ao quartel, para averiguarem o caso.

Márcia Ramalho, 26 anos, revela que fazia serviço de ambulância até ter ficado grávida, altura em que passou “a fazer atendimento na central”.

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“Nunca tive contrato de trabalho. Estava na esperança que me fizessem, porque me foi prometido. Por isso mantive-me mais tempo [a desempenhar essas funções]. Estou grávida de 30 semanas e passei todo esse período na central. Desde Janeiro que tenho feito horas de serviço, o único mês em que fiz menos serviço foi Abril. Em Julho, por exemplo, folguei apenas seis dias”, conta. E reforça: “Fazia 12 horas de dois em dois dias. A partir de Julho folguei seis dias por mês, para não haver falhas na central. Quando havia falhas ficava a fazer 24 horas. Para eles agora, se calhar, não é nada, mas para mim, na altura, foi muito”, lembra, inconformada.

As promessas, confessa, geraram-lhe “muita” esperança. “O coordenador de serviço e um elemento do Conselho Fiscal prometeram-me contrato. O tempo foi passando até que falei com o presidente e o vice-presidente e expus a situação, ou faziam-me contrato ou não. O presidente disse-me para me manter, para me focar. Voltei a esperar. Mais tarde liguei-lhe e ele disse-me que iam avançar com o contrato, até que fui dispensada”, recorda. A esperança esfumou-se no dia 16. “Disseram-me que não era mais necessário ir, que estava dispensada e desejaram-me boa sorte. A razão que me deram foi o facto de ter faltado três vezes. Duas faltei por estar doente e uma por assuntos familiares, mas tenho justificações”, adianta.

A O SETUBALENSE, Jorge Lopes, presidente da direcção, apenas garante que a bombeira “foi sempre voluntária” e que “nunca prestou serviço de assalariada”. E escusa-se a avançar com mais explicações. “Não vou poder adiantar nada, porque está a correr um processo na ACT.”

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Márcia Ramalho discorda, porém, da forma como a direcção classifica o seu trabalho nos últimos meses. “Então se sou voluntária, como é que me dispensam do serviço por faltas? E como é que um voluntário recebe 940 euros por mês?”, questiona.

A bombeira considera-se vítima de uma guerra interna entre direcção e comando e atira: “Temos um bom comando, podiam aproveitar o comando que há para levar a casa a algum lado. Em vez de o ajudarem, estão a tentar destruí-lo, o que é injusto. É vergonhoso o que se está a passar. Agora vou ter o meu bebé, quando nascer voltarei como voluntária”, conclui.

Jorge Lopes e as demissões “Só fica quem quer o bem da associação”

A última semana ficou marcada por três demissões nos órgãos sociais da associação. Depois das renúncias de dois directores, na última sexta-feira foi o presidente do Conselho Fiscal quem bateu com a porta. E Jorge Lopes é peremptório: “Relativamente aos dois elementos que se demitiram da direcção é muito simples — só fica quem quer o bem da associação. Relativamente ao presidente do Conselho Fiscal, nós não cedemos a pressões, que têm a ver com favores”.

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As demissões na direcção, ocorridas na terça-feira passada, culminaram com agressões. Jorge Lopes diz que a situação não se registou em contexto de reunião, mas sim durante a formalização do acto de demissão de um dos dois elementos demissionários, perante o presidente da Mesa da Assembleia Geral. Ao mesmo tempo, discorda que tenham existido agressões entre directores e explica: “Um elemento demissionário da direcção agrediu outro director.”

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