Os 15 partos realizados pela corporação já são notícia internacional, e deram origem a uma reportagem no jornal espanhol
Os Bombeiros Voluntários da Moita foram destacados no jornal espanhol El País graças a já terem realizado, desde o início do ano, 15 partos em ambulâncias. A reportagem, publicada este sábado, refere que os bombeiros se transformaram em “parteiros”.
“No dia em que algo corra mal e morra uma mãe ou um bebé, vêm para cima de nós. Nesse dia não quero que os meus homens estejam na televisão, estarei lá eu para dar a cara. Nunca uma corporação de bombeiros fez tantos partos na história de Portugal. Este ano já realizámos 15, mas é um recorde que não quero. O sítio para se nascer é na maternidade”, palavras de Pedro Ferreira, comandante da corporação de voluntários, em declarações ao periódico de Espanha.
A jornalista Tereixa Constenla vai contando a história dos encerramentos rotativos das urgências de Ginecologia e Obstetrícia na região de Setúbal – nomeadamente no Barreiro, Almada e Setúbal – e que outros hospitais não conseguem garantir assistência às grávidas, pelo que os bebés acabam por nascer nas ambulâncias.
Destaque ainda para o último parto realizado pelos profissionais, a 6 de outubro, na área de serviço da A33 quando a ambulância se dirigia para o Hospital São Bernardo, em Setúbal. “Os bombeiros recebem melhor formação do que salário: não têm suplemento de risco por se exporem aos incêndios, mas estão treinados para emergências médicas. Entre o material das ambulâncias encontra-se o indispensável para receber um bebé. Nos veículos de Moita, estes kits pediátricos são substituídos mais rapidamente do que em qualquer outro do país”, lê-se na reportagem.
Em referência aos vários governos que nos últimos anos passaram pelo nosso País faz-se referência ao nome de António Costa e Luís Montenegro para dizer que “a falta de profissionais de saúde, que têm uma melhor vida e melhor salário no setor privado, é um problema que se arrasta desde os governos socialistas”, e que se começou a agravar na pandemia. “Dia sim dia sim alguém pede a cabeça da ministra da Saúde, Ana Paula Martins”.
A notícia é acompanhada por fotografias dos vários partos realizados onde se vêm as parturientes e os profissionais da corporação moitense.