24 Abril 2024, Quarta-feira
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Entrevista a Bárbara Dias: “Considero que já estamos a modernizar a Junta”

Autarca socialista garante que órgão banheirense sofria anos de atraso e adianta prazos sobre intervenções nas localidades da Baixa da Banheira e do Vale da Amoreira

 

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Bárbara Dias, presidente da União de Freguesias da Baixa da Banheira e do Vale da Amoreira, em entrevista a O SETUBALENSE, faz um balanço do primeiro ano de mandato e
das acções em curso em ambas as localidades, apontando erros praticados ao anterior executivo.

Que balanço faz deste primeiro ano de mandato à frente da União de Freguesias?
Não possuía qualquer experiência em questões autárquicas executivas e foi bastante desafiante, isto numa Junta com alguns anos de atraso ao nível da modernização administrativa. Estamos a fazer um trabalho interno, que não é muito visível porque falo de questões de organização, sendo normal que este ano tenha sido mais vocacionado para a resolução destas questões. Não existia um método de assiduidade, que já estamos a implementar e que faz automaticamente a comunicação com o nosso software de gestão autárquica, num trabalho que vai simplificar a vidas dos trabalhadores.

Antigamente os funcionários não faziam transferências bancárias por ‘homebanking’ e essa já é hoje uma realidade, com a transferência de salários, pelo que considero que já estamos a modernizar a Junta. Faço um balanço positivo porque estamos a fazer mudanças e a iniciar a gestão de ocorrências, através da aplicação ‘A minha rua’, disponível no nosso site e onde as pessoas conseguem aceder a este serviço, que responde a várias situações e através do qual conseguimos acionar os meios em tempo real e verificar o estado de resolução no terreno.

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Enquanto engenheira do Ambiente, que papel implementou nestas zonas do município?
Qualquer tipo de abuso de papel gera-me um pouco de confusão e quando assumi este cargo, diariamente, costumavam entregar-me um conjunto de correspondência, seja presencialmente ou via e-mail, algo que considero ser desnecessário, pelo que estamos a implementar a gestão documental para que toda esta gestão de expediente seja feita online, através dos nossos servidores e para que cada um consiga ter acesso aos processos e ao estado em que se encontram, tratando os assuntos de forma mais eficiente.

Apesar de se tratarem de questões básicas, faltava a este executivo implementar este novo sistema, dado que o anterior estava ultrapassado. Estamos num mundo cada vez mais digital e à distância de um ‘click’ e as nossas administrativas foram formadas para aprender coisas novas. Hoje em dia já temos outras formas de fazer cada tarefa com menos trabalho.

Quais as áreas que necessitaram de mais atenção em ambas as localidades?
A gestão documental e digital foi muito importante porque as Juntas não estavam a comunicar entre si. Apesar desta ser de facto uma União de Freguesias, ainda existe uma divisão entre a Baixa da Banheira e o Vale da Amoreira, mas todos somos uma União e quer concordemos ou não somos uma única Junta, trabalhando para ambas as localidades de igual forma, de acordo com as suas necessidades.

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Verificámos ainda que a formação era inexistente, sobretudo na área da higiene e segurança no trabalho, algo que era essencial para cada trabalhador e obrigatório por lei. Este ano já implementámos alguma formação, até porque temos um orçamento de cerca de 750 mil euros e apesar do valor não ser suficiente, dado que somos duas localidades com muitas necessidades e apesar do que nos está delegado pela Câmara, queremos fazer sempre mais e por vezes não temos verba para tal e poucas competências.

Qual a situação actual em termos de espaços educativos?
São muitos os banheirenses que julgam que, por vezes, fazem parte do concelho do Barreiro, algo que sucede ao nível das escolas e a maior parte dos jovens do ensino secundário vão para o município vizinho, existindo falta de transportes que levem os alunos para as escolas da Moita. Muitas vezes os próprios encarregados de educação também precisam de ter esta segurança.

“Vai ser um pouco difícil recuperar o tempo perdido, mas com mais investimentos a longo prazo vamos conseguir”

No Vale da Amoreira só recentemente é que começou a existir um autocarro que passa quase à porta do estabelecimento de ensino, sendo que, muitas das vivências da população, acontece no Barreiro, mas a realidade é que a Moita também tem muitos equipamentos. Mesmo uma pessoa que pretenda passar um serão naquela vila tem hoje em dia muito mais oferta e é possível captar investimentos e empresários que estão interessados em investir no território, algo que é bastante positivo.

Para quando está prevista a conclusão das obras na estrada nacional da Baixa da Banheira, e na Av. 1º de Maio, no Vale da Amoreira?

Obras na estrada nacional da Baixa da Banheira prosseguem a bom ritmo

A conclusão da empreitada está prevista para final de Fevereiro de 2023, segundo informação da Câmara, mas todas as obras de melhoria destas artérias são bem-vindas. Aquando do início dos trabalhos, podia ter-se pensado que esta é uma artéria classificada como zona 30, que faz ligação directa entre o Barreiro e a Moita e que é bastante movimentada e tem imenso comércio.

Os trabalhos estão a evoluir positivamente, mas recordo que não houve consulta pública aos lojistas e as dúvidas eram muitas, sendo que estes não foram consultados. Quando fazemos este tipo de obras temos que pensar em urbanismo do ponto de vista do utilizador e, infelizmente, pensa-se muito mais naquilo que nos dá jeito do que quem utiliza o espaço público, tal como sucedeu com a antiga Rua 13 – actual 1.º de Maio –, onde aquilo que foi feito arrasou por completo o comércio desta artéria, situação que deve ser tida em conta na estrada nacional, onde existem vários serviços.

Ao inicio, a obra não cumpria alguns requisitos de segurança, mas o município está presentemente a acompanhar e a fiscalizar os trabalhos. No Vale da Amoreira e em particular na Avenida 1.º de Maio, a conclusão da obra está apontada para a
primeira quinzena de Outubro e a intervenção está praticamente finalizada, estando a ficar melhor do ponto de vista estético, porém, neste caso, herdámos um território muito degradado e a precisar de alguns equipamentos.

Temos poucos parques infantis e zonas para as actividades jovens, com um espaço público que está muito degradado, mas urbanisticamente esta é uma localidade que está bem conseguida e tem espaço para melhorias. Vai ser um pouco difícil recuperar o tempo perdido, mas com investimentos a longo prazo vamos conseguir, porque uma coisa é fazer-se a manutenção de algo que está um pouco estragado, outra situação é gerir um espaço que está totalmente danificado.

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