24 Abril 2024, Quarta-feira
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Rui Garcia acredita que Feira de Maio nunca vai ter aviões

Em entrevista sobre o contributo da Feira Regional de Maio para a economia local, Rui Garcia defende equilíbrio entre ruralidade e crescimento urbano e acredita que “tudo ainda está em aberto sobre o novo aeroporto”

 

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A centenária Feira Regional de Maio arranca hoje na Moita, com a presença de produtores locais e uma feira franca que promete cumprir tradições taurinas e trazer música e animação às ruas da vila. Um evento que simboliza o arranque de uma época de festividades, que se estende até meados de Setembro e representa a época com maior actividade dentro do concelho.

Em viagem pela história, o presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, destaca uma feira instituída em 1914 que, “na época já representava uma forte expressão das tradições e da cultura da região, assim como uma forte vertente de actividade económica ligada à criação gado”.

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Na actualidade, se um moitense de 1914 passasse pela Feira Regional de Maio Rui Garcia considera que “iria ficar surpreendido pelo facto do evento se manter por mais de um século, mas seguramente iria ter dificuldades em reconhecer as festas”. Quanto à tradição, a essência da Feira de Maio mantém-se a mesma, há mais de um século. “Um momento de convívio popular, que fortalece a comunidade, necessário para o bem-estar das pessoas. Por isso o visitante da história iria ficar muito surpreendido pelas inovações, mas também pela preservação da tradição”.

Hoje, a feira continua a manter o mesmo destaque, associando dois eventos, na sua realização, expressivos da economia local. O Concurso Regional da Raça Holstein Frísia da Moita, na sua 20ª edição e a Biofesta.

“Depois de muitos anos em interrupção o Concurso Regional da Raça Holstein Frísia foi retomado porque a actividade da produção de leite continua a ter grade impacto regional e nacional, sendo a Moita o concelho onde se produz mais leite a sul do país”, assume Rui Garcia, reforçando que “a sustentabilidade da actividade agro-pecuária será mantida”.

A Biofesta, estando também em destaque, representa uma mostra da produção de produtos biológicos “que têm cada vez mais adeptos e uma produção sobre a qual a Câmara tem promovido, ao longo dos anos, várias formações”.

A par destes destaques, Rui Garcia convida toda a população e os visitantes a viverem as tradições habituais da Feira Regional de Maio, “como a feira franca, as largadas, as corridas de touros e os espectáculos musicais”.

 

Urbanismo & Ruralidade: o equilíbrio perfeito

 

A Feira Regional de Maio vai além de um evento popular e de impacto económico. O evento representa um equilíbrio entre as duas vertentes que caracterizam o concelho da Moita. Um concelho voltado para o urbanismo, com grande impacto nas localidades da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, através de um crescimento para o exterior. Ao mesmo tempo, um concelho muito ligado às suas actividades agro-pecuárias no restante território.

Sobre os desafios de manter esta dualidade, o também presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal, recorda que “o município tem sido pioneiro com instrumentos de ordenamento do território, que permitem manter as duas actividades devidamente localizadas e arrumadas no território, sem que entrem em conflito”.

 

Aeroporto não afectará tradições da Moita

 

Com a decisão da construção do novo aeroporto no Montijo quase irrevogável, Rui Garcia mantém-se firme na esperança de que, nunca chegará a ter uma Feira Regional de Maio perturbada pelo bulício dos aviões.

“Nós continuamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para que isso não aconteça. Para alertar a nossa população e para levar os nossos governantes a tomar a decisão certa. E não podemos dar esta luta por perdida”.

Sobre o facto da construção do novo aeroporto ser uma decisão tomada que, ao que tudo indica, já não terá volta atrás, Rui Garcia aponta para decisões demasiado confiantes. “Desde o início houve quem considerasse que já estava decidido [o aeroporto no Montijo]. Mas a realidade tem provado que não é bem assim. Nós andamos há três anos numa luta que tem despertado as pessoas e que tem levado a sucessivos adiamentos, na concretização da decisão. Por isso é minha convicção que não está, nem pode estar decidido”.

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