Empreitada representa um investimento de cerca de 32 milhões de euros. Nova unidade fabril deverá iniciar a produção de componentes para aviões no início do próximo ano. Está prevista a criação de 200 postos de trabalho. Trabalhadores vão receber formação em Grândola, Évora e Setúbal.
A fábrica de produção de componentes de aviões a implantar em Grândola vai ser construída pela mesma empresa que construiu a unidade fabril da Navigator em Cacia. A multinacional francesa LAUAK adjudicou a empreitada ao Grupo Gabriel Couto, que representa um investimento estimado em mais de 30 milhões de euros.
Segundo o grupo empresarial, o investimento inicialmente previsto era de 25 milhões de euros, mas o valor “foi incrementado em 30 por cento”, passando a atingir um montante global que “rondará os 32 milhões”. Isto, explica a Gabriel Couto, “após o êxito alcançado nas negociações com a Airbus que entregou à multinacional francesa a produção de um número muito maior de componentes”.
“Por este motivo, a LAUAK de Grândola vai ter três linhas autónomas de produção e irá produzir peças destinadas ao avião A320 da Airbus e, num futuro próximo, também fornecerá componentes para os modelos A350 e Falcon”, adianta a Gabriel Couto em nota de Imprensa.
“Na primeira fase há que proceder à remoção de terras e, logo depois, na segunda fase, vamos começar a construir de forma a permitir que em Outubro a nave principal esteja terminada, para se iniciar a instalação das máquinas. Assim, no início do próximo ano poderemos começar a produção”, disse o director-Geral da LAUAK Portugal, Armando Gomes, citado na mesma nota.
“Este é mais um desafio a ser alcançado num prazo muito exigente, o que revela a confiança que este tipo de empresas e grupos multinacionais têm vindo a depositar na competência apresentada pela nossa empresa”, sublinha Carlos Couto, CEO do grupo responsável pela construção do equipamento em Grândola.
A nova unidade será composta por edifício fabril principal, edifício administrativo e edifício social de apoio, que estarão interligados. O projecto, revela a Gabriel Couto, “encontra-se dividido por duas fases e irá ocupar um lote de terreno com uma área total de 41 mil m2, contemplando uma área bruta de construção total final de 22 mil e 800 m2”. A empresa prevê que numa primeira fase a fábrica tenha 12 mil m2, para mais tarde ser “completada com mais 10 mil e 800 m2”, já que a “área da indústria aeronáutica atravessa um momento de grande fulgor, razão pela qual novos negócios com as principais marcas de aviões e grupos multinacionais se perfilam num futuro próximo”.
Recrutamento e formação
Iniciado foi já o recrutamento de trabalhadores para receberem formação nas mais diversas áreas, processo que decorrerá ao longo deste ano e que demorará entre seis meses e um ano. As acções de formação, em “Tratamento de Metais, Montagem de Estruturas e Compósitos”, que atribui aos trabalhadores o quarto nível de qualificação, vão decorrer em Grândola, Évora e Setúbal, avança o director-Geral da LAUAK Portugal, que prevê a criação de emprego para mais de 200 pessoas, no espaço de dois anos.
O investimento é visto com bons olhos pelo presidente da Câmara Municipal de Grândola, António Figueira Mendes, que considera que a nova unidade da multinacional LAUAK “vai alterar o paradigma de desenvolvimento” no concelho e “ter impacto regional positivo” ao nível da criação de postos de trabalho.
Já Carlos Couto, CEO do grupo empresarial responsável pela construção da fábrica, salienta que “a Gabriel Couto mantém-se focada na inovação e na excelência, já que continua a apostar na vanguarda com a engenharia como motor de inovação e desenvolvimento”. Ao mesmo tempo, o responsável realça que a empresa “vê, com este tipo de empreitadas, o seu portfólio de obras no mercado nacional reforçado nesta área de grandes projectos e pólos industriais”.
A Gabriel Couto, de resto, confiou à J.A. Arquitectos a elaboração do projecto, “onde se pode observar o respeito pelo programa funcional definido pela LAUAK”. A empresa foi a responsável pela construção de unidades como a Navigator em Cacia, a Raclac e a Continental Mabor, ambas em Vila Nova de Famalicão, a Sakthi em Águeda, a Torrestir em Matosinhos, a A. Silva Matos em Aveiro, a Coindu Couture, em Arcos de Valdevez, e mais recentemente a Efacec na Maia.