Hugo Constantino: “Temos como prioridade a reabertura do serviço de urgência no centro de saúde de Grândola”

Hugo Constantino: “Temos como prioridade a reabertura do serviço de urgência no centro de saúde de Grândola”

Hugo Constantino: “Temos como prioridade a reabertura do serviço de urgência no centro de saúde de Grândola”

Habitação acessível, melhores transportes, mais segurança e proteção ambiental estão entre as prioridades que o candidato do Chega defende para o futuro de Grândola

Aos 41 anos, Hugo Constantino, natural de Grândola e militante do Chega desde 2021, é o candidato do partido à presidência da Câmara Municipal nas eleições autárquicas de 2025. Com experiência profissional na manutenção industrial e no setor aeronáutico, e uma forte ligação ao movimento associativo local, apresenta-se como alguém próximo da população e determinado a “libertar Grândola das amarras da esquerda”. 

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No centro do seu programa estão a criação de habitação acessível para jovens e famílias, a modernização da rede de transportes e acessibilidades, o combate ao que considera ser uma “imigração descontrolada” e a implementação de medidas de segurança como videovigilância e polícia municipal. 

Em entrevista a O SETUBALENSE, o candidato defende ainda que o concelho deve apostar no equilíbrio entre crescimento económico e preservação ambiental, reabrir o serviço de urgência no centro de saúde, dinamizar a economia local e investir nas oportunidades da juventude. Para Hugo Constantino, Grândola tem todas as condições para se tornar um exemplo nacional de desenvolvimento e progresso, sendo que para isso é preciso que exista “vontade política” para aproveitar o seu potencial humano, geográfico e natural.

Como é que a sua experiência profissional e associativa pode influenciar a sua forma de governar?

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A minha experiência profissional e associativa pode influenciar a minha governação, uma vez que tenho constantemente contato com o público em geral e conheço de perto todos os seus problemas e dificuldades. Sendo eu uma pessoa bastante social e acessível, deixa um enorme à vontade por parte da população, o contacto direto comigo e transmitirem me aquilo que os transtorna.

O que o levou a aceitar o convite do Chega e candidatar-se à Câmara de Grândola?

Foi o acreditar numa mudança mais justa para todos, acreditar que consigo fazer muito mais pela nossa população. São tempos de mudança, como tal temos de acompanhar o desenvolvimento e vi no Chega essa força de querer mudar e lutar pelas nossas gentes.

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Que diagnóstico faz do concelho de Grândola neste momento? Quais considera serem as maiores fragilidades e os maiores potenciais?

O concelho de Grândola neste momento é uma amostra perfeita da conjuntura nacional: temos uma economia pouco dinâmica, uma população envelhecida, o interior votado ao abandono, jovens em êxodo à procura de melhores condições de vida, excesso de dependência do turismo, uma enorme pressão sobre os serviços públicos e a habitação. Tudo isto, no entanto, tem o seu outro lado. O mesmo turismo que tem gerado desigualdades e pressão social, por exemplo, é também um motor económico sem paralelo em Portugal. A Câmara Municipal com os cofres mais recheados do país encontra-se numa posição ideal para começar a investir na qualidade de vida e no futuro dos seus munícipes. Se existir vontade política e visão de futuro, será fácil alavancar as enormes potencialidades humanas, geográficas e naturais do concelho para melhor enquadrar as necessidades daqueles que são da terra e daqueles que a escolhem para cá residir, e fazer de Grândola um exemplo de boa organização e progresso a nível nacional. Esse é um desafio estimulante que aceito de bom grado.

Que marca gostaria de deixar, se fosse eleito presidente da Câmara?

Acima de tudo, que o meu mandato ficasse para a posteridade como o momento em que Grândola e os Grandolenses se libertaram das amarras da esquerda e passaram a olhar para o futuro com a certeza de que será melhor. É para isso que cá estamos, para libertar Grândola.

Disse que a habitação é prioridade. Mas qual seria a sua primeira medida concreta nos primeiros 100 dias?

Ao nível da habitação, a primeira e mais importante medida no imediato é a criação de um programa de habitação acessível para os jovens, para as famílias de classe média e baixos rendimentos que urge fixar no concelho, evitando que os nossos jovens tenham de continuar a ir para fora em busca de condições dignas para viver, trabalhar e constituir família. Dado o carácter urgente deste ponto, seria a nossa prioridade logo em início de mandato.

A mobilidade é um dos pontos que destaca. O que gostaria de mudar na rede de transportes e acessibilidades locais?

O estado atual da mobilidade no nosso concelho só pode ser classificado como deplorável. Não se justifica, que uma localidade com a nossa importância turística e localização geográfica privilegiada, a meio-caminho entre o Algarve e Lisboa e tão próxima do porto de Sines, não disponha de um terminal rodoviário nem de uma estação ferroviária moderna e funcional, com pontos de venda e instalações de apoio mínimas.

Depois, ao nível dos transportes dentro do concelho, existem gravíssimas deficiências no serviço à população em termos de horários, qualidade e cobertura da rede. Para colmatar todas estas lacunas, temos previstas várias medidas de intervenção direta no sector a fim de aproximar o mais possível a vila das freguesias, o interior do litoral, e o concelho de Grândola do resto do país.

Se tivesse de escolher um projeto prioritário de mobilidade, qual seria?

A prioridade passa por introduzir uma rede de transportes públicos modernos e ecológicos, com criação de passes especiais e também gratuitos para cidadãos seniores e jovens em idade escolar, que articule no espaço os serviços essenciais da vila com as populações que deles necessitam, sobretudo as mais periféricas.

Referiu a questão da insegurança e da “imigração descontrolada”. Pode explicar em que se baseia essa perceção e que medidas defende para lidar com esses desafios?

A imigração descontrolada ao nível do concelho tal como a nível nacional, é fruto de uma política laxista de portas abertas que, se por um lado veio providenciar a mão de obra para os mais variados sectores económicos face  à fuga dos nossos jovens para outras paragens mais prósperas, também colocou uma pressão insustentável sobre áreas como a educação, a saúde e a habitação, e gerou um aumento significativo da perceção de insegurança. Para combater este fenómeno, o Chega pretende introduzir um sistema de videovigilância nos espaços mais suscetíveis ao crime e nas periferias escolares, além da criação de uma polícia municipal com valências complementares às da GNR e do reforço da iluminação pública em zonas críticas.

Tem dados concretos ou exemplos locais que sustentem essa perceção?

Da mesma forma que um edifício com vidros partidos é um convite implícito ao vandalismo, também a perceção de insegurança não pode ser descontada para que não se venha a converter numa realidade ainda mais grave do que aquela que temos no resto do país. Por isso mesmo é tão importante agir agora em Grândola, para devolver a sensação de segurança às nossas ruas e desencorajar futuras atuações criminosas. Prevenção.

Como pretende conciliar a necessidade de mão-de-obra imigrante, que muitos setores económicos locais (como agricultura e turismo) dependem, com a sua proposta política?

Todos aqueles, dentro das necessidades locais, que vierem para trabalhar e se integrar, para viver pacificamente entre nós, contribuir para a nossa economia, a nossa sociedade, respeitar os nossos costumes e tradições, serão sempre bem vindos. No entanto, em Grândola, assim como no país, não cabem todos os imigrantes de todo o mundo, e a nossa prioridade serão sempre os filhos da terra aos quais não podemos deixar que faltem serviços essenciais como a saúde, a educação ou a habitação.

Queremos trabalhar em conjunto com as  grandes entidades empregadoras de mão de obra estrangeira para que sejam definidas soluções de habitação que vão ao encontro das necessidades dos seus contratados, assumindo elas o compromisso de habitação a cada contrato efetuado.

Que medidas concretas propõe para conciliar desenvolvimento económico com proteção ambiental em Grândola?

Na visão do Chega, o crescimento económico não se pode sobrepor ao património natural e ambiental da região nem ao livre acesso dos cidadãos ao mesmo. É esse o equilíbrio que vamos implementar, apostando na sustentabilidade, na preservação das áreas protegidas que se encontram atualmente na mira dos grandes empreendimentos turísticos, na reflorestação, na sensibilização de forma integrada do público em geral e sobretudo dos mais jovens para a importância de preservar o ambiente, e na redemocratização dos acessos às praias do nosso concelho que atualmente se encontram  parcialmente obstruídos em função de interesses privados.

Como pretende apoiar a economia local, nomeadamente pequenas e médias empresas, agricultura e turismo?

Temos prevista no nosso programa a redução da carga fiscal para pequenas empresas e jovens empreendedores dos mais diversos ramos, com vista a dinamizar a economia e o comércio local. Pretendemos que o turismo, atualmente o principal motor económico do concelho, se desenvolva com qualidade e sempre com respeito pelas gentes, património e cultura local por forma a não se perder aquilo que faz de Grândola um destino único e tão apetecível. Temos ainda como objetivo complementar o turismo com uma indústria ligeira robusta, atraindo mais empresas de fora para o concelho e garantindo condições fiscais e logísticas para que surjam novos empreendimentos nativos a Grândola, por exemplo através da criação de incubadoras de negócio. Por último, queremos investir na produção agrícola local e sustentável, valorizando assim as tradições da região.

Que propostas tem para a juventude do concelho (habitação, emprego, cultura, desporto)?

Os jovens representam um dos, senão mesmo o, maior motor de crescimento do Chega a nível local e nacional, e como tal merecem a nossa máxima atenção para garantir que correspondemos às expectativas que depositam em nós. Ao nível da habitação, que atualmente acusa particular pressão, propomos a criação de um programa de habitação de renda acessível vocacionado especificamente para jovens, famílias de classe média e rendas baixas com vista a fixar a população mais jovem no concelho de forma digna. Ao nível do emprego, garantiremos incentivos fiscais e apoios logísticos aos jovens empreendedores, para que não precisem de sair do concelho em busca de condições para a realização dos seus projetos. Finalmente, a nível da cultura e do desporto, entendemos como essencial diversificar e descentralizar a oferta para garantir atividades de qualidade a todas as idades e a todos os munícipes.

E em relação à saúde e serviços públicos, quais as suas prioridades?

Uma das nossas propostas de bandeira é a reabertura do serviço de urgência no centro de saúde de Grândola, um equipamento que jamais deveria ter sido encerrado e cuja ausência nos anos intervenientes tem causado imensos transtornos. Entendemos que a saúde não pode ficar refém de decisões financeiras ou ideológicas. A par, propomos também a criação de uma rede de saúde integrada para responder às necessidades dos residentes nas freguesias periféricas e encurtar a distância entre os cuidados de saúde e quem deles mais precisa de um momento para o outro.

Outro ponto muito importante são os cuidados de proximidade aos mais velhos, àqueles que já tudo deram de si pela sociedade e que agora merecem não ser esquecidos, bem como o reforço da aposta na saúde mental.

Como pretende garantir uma governação participativa, em que os cidadãos se sintam ouvidos?

Em todas as questões relevantes, serão efetuados referendos locais para ouvir a vontade do povo, e não apenas tratar as consultas públicas como um mero pro forma como tinha vindo a acontecer até agora. Iremos também criar um portal municipal da transparência para que todas as atividades da Câmara Municipal possam ser devidamente acompanhadas e escrutinadas com total transparência.

O que diria a um eleitor indeciso, para o convencer a votar em si?

Os eleitores já conhecem em primeira mão o resultado das políticas dos outros partidos. Em Grândola, tal como no resto do país, a alternância do poder entre os mesmos partidos durante décadas conduziu à estagnação e a inúmeras oportunidades desperdiçadas de progredir verdadeiramente em prol das pessoas, das famílias e do concelho. O Chega traz a jogo uma perspetiva diferente, com vontade real de operar a mudança em Grândola. Apostar nos mesmos de sempre nunca levará a outro resultado que não o mesmo de sempre, por isso convido os eleitores a apostarem em algo novo.

Qual é a principal diferença entre a sua candidatura e a dos outros candidatos?

Ao contrário da maioria dos outros partidos, o Chega ainda nunca deteve o poder ou teve representação autárquica em Grândola, e por isso não está associado a erros de governação cometidos no passado nem representa uma política de continuidade em relação a autarcas anteriores como será eventualmente o caso de outros candidatos. Só através de um corte a direito com o passado o Chega irá  forjar um futuro melhor, mais digno, com mais progresso, para Grândola e para todos os Grandolenses.

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