O número de casos positivos relacionados com o surto de covid-19 com origem numa festa no parque de campismo da Galé, em Grândola, subiu ontem para 22, disse o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS).
José Robalo confirmou à agência Lusa a existência de dois novos casos positivos, um funcionário do parque de campismo e um utilizador do espaço, elevando o total para 22 pessoas infectadas.
Até quarta-feira, segundo a responsável pela Autoridade de Saúde Pública do Litoral Alentejano, Fernanda Santos, tinha sido confirmada a existência de 20 casos positivos.
O parque de campismo da Galé, em Grândola, no litoral alentejano, foi hoje encerrado na sequência do surto de covid-19 com origem numa festa de um grupo de jovens, entre os 15 e os 20 anos, residentes nos distritos de Lisboa e Setúbal.
Os dois novos casos “não têm sintomatologia e foram colocados em confinamento e amanhã [sexta-feira] vai ser realizada a testagem de todos os utilizadores e de todos os profissionais do parque, podendo chegar às 300 pessoas”, relatou o responsável da ARS do Alentejo.
“Vamos fazer [a testagem] a todos os utilizadores que se encontram no parque e vamos tentar concluir amanhã [sexta-feira] este processo para que as pessoas não fiquem confinadas sem haver razões para isso. A Saúde Pública está a investigar todos os contactos de forma a poder identificar outros casos que tenham estado no parque e que entretanto saíram”, explicou.
Segundo José Robalo, “quem quiser sair do parque está dependente da decisão do médico de saúde pública que irá definir os critérios e eventualmente pode referencia-los para outros colegas de saúde pública, dependendo das circunstâncias”.
Quanto ao parque de campismo da Galé, na freguesia de Melides, em Grândola, distrito de Setúbal, “vai manter-se encerrado até se ter a certeza que há segurança para os utilizadores”, acrescentou José Robalo.
O mais importante, sublinhou o responsável, “é que as pessoas que apresentam sintomatologia tentem entrar em contacto com a linha de saúde 24 e evitem deslocar-se para o trabalho ou outra atividade que possa facilitar a propagação do vírus”.
“As pessoas devem adotar cuidados individuais e perceber que temos o vírus a circular e que pode por em risco a vida das pessoas e se não tivermos os cuidados necessários de distanciamento físico e de higiene recomendados pela Direção-Geral da Saúde estamos a contribuir para a propagação do vírus”, sublinhou.
Catarina Gomes, proprietária do parque de campismo, disse à Lusa que “vão ser rastreados todos os funcionários que estão nos bares, restaurante e no supermercado que possam ter tido algum contacto com pessoas infetadas, que possivelmente andaram pelos serviços”.
O grupo de jovens, entre os 15 e 20 anos, e alguns pais, oriundos dos distritos de Lisboa e Setúbal, ocuparam equipamentos permanentes e terão decidido “reunir-se, sem autorização e sem nos consultarem, numa das casas”, relatou a responsável, indicando que o caso ocorreu entre os dias 10 e 14 deste mês.
“Essas pessoas são proprietárias de casas pré-fabricadas ou de ‘roulottes’, com espaço permanente no parque. São jovens que frequentam a mesma escola, em Setúbal, e lidam entre eles diariamente. Com certeza alguns já vieram infetados e quando se reuniram com outras pessoas deu-se a proliferação”, frisou.
O grupo de pessoas, que a proprietária não soube contabilizar, “esteve reunido, durante uma tarde, numa das casas, no aniversário de uma das jovens”.
Lusa