19 Abril 2024, Sexta-feira
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Câmara de Grândola preocupada com “valores naturais e ambientais” devido a pressão urbanística

Autarquia diz que ocupação da faixa litoral é “marcado em diversos momentos por decisões, que a câmara não acompanha, de cedência a interesses do imobiliário”

 

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A Câmara de Grândola, no distrito de Setúbal, manifestou preocupação com os “valores naturais e ambientais” do concelho, devido à pressão urbanística causada pela instalação de empreendimentos turísticos, atribuindo as responsabilidades pela situação à administração central.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o município afirmou que o processo de instalação de empreendimentos turísticos, que põem em causa a densidade de ocupação da faixa litoral, tem sido “marcado em diversos momentos por decisões, que a câmara não acompanha, de cedência a interesses do imobiliário”.

E adiantou que, “dentro das suas competências”, tem tentado corrigir “anteriores decisões, baixando densidades, libertando solo e melhorando o ordenamento do território”, de modo a conciliar o “desenvolvimento turístico com protecção ambiental”.

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“Se há algo que pode ser identificado na actuação da autarquia é, ao contrário do que alguns insinuam, uma intervenção determinada no quadro das suas competências para conter o impacto de operações projectadas e preservar os valores ambientais, num quadro em que deliberações determinantes são da responsabilidade de entidades da administração central”, lê-se na nota.

Segundo a autarquia, no concelho de Grândola, “encontram-se aprovadas e/ou executadas, 5.639 camas turísticas, incluindo as camas programadas”, cujo limite é de cerca de 22 mil.

Na mesma nota, a autarquia reconheceu que o “súbito” interesse dos investidores imobiliários no litoral do concelho de Grândola, com vista à instalação de empreendimentos turísticos, “colocou o concelho perto de atingir a intensidade turística máxima” e obrigou à suspensão parcial do Plano Director Municipal (PDM), em 2022.

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Esta decisão permitiu travar “o licenciamento de novos empreendimentos turísticos nas freguesias do litoral do concelho, afastando largas dezenas de intenções meramente especulativas”, realçou.

A alteração do PDM, cujo processo será alvo de debates públicos, “permitirá redefinir condições e parâmetros mais apertados para investimentos na área do turismo”, defendeu a autarquia, acrescentando que “tem desenvolvido esforços junto dos promotores com camas turísticas programadas” para “a necessidade de reduzir áreas de construção e número de camas”.

E revelou também que tem sensibilizado os promotores para a elaboração de um “estudo” que conduza à “implementação de processos alternativos de captação de água, nomeadamente a dessalinização”.

Quanto à construção do projecto turístico e imobiliário “Na Praia”, em Troia, o município liderado pelo comunista António Figueira Mendes reforçou que, “como qualquer outro projeto da faixa costeira, foi antecedido de Planos de Pormenor (aprovados em 2012) e de procedimento de Avaliação de Impactes Ambientais (AIA)”.

Processos que culminaram “com a emissão de Declaração de Conformidade Ambiental (DECAPE) favorável, emitida pela Autoridade de AIA, composta por diversas entidades regionais e nacionais com responsabilidades nestas matérias”, argumentou.

“O licenciamento deste projecto apenas ocorreu depois de concluído o referido procedimento de AIA e em cumprimento de todos os parâmetros definidos nos planos e demais normas legais e regulamentares em vigor”, sustentou a autarquia, salientando que o promotor “reduziu em 80% o número de camas programadas e abdicou da construção do campo de golfe”.

A autarquia alegou ainda que, “do ponto de vista ambiental, compete à Autoridade de AIA e à respectiva comissão o acompanhamento e monitorização do projecto” do promotor Ferrado na Comporta.

O projecto foi alvo de uma providência cautelar, interposta em Março pela associação Dunas Livres no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja para impedir a execução dos trabalhos, mas o município entregou em tribunal uma “resolução fundamentada” invocando o seu interesse público, permitindo o recomeço das obras.

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