O deputado do PCP no Parlamento Europeu, João Pimenta Lopes defendeu, ontem, a reconversão da Central Termoelétrica de Sines tendo em conta as últimas noticias que apontam para o possível encerramento da unidade antes de 2025 devido aos impostos sobre o carvão e CO2.
A central termoelétrica fez parte do roteiro que o eurodeputado realizou esta quarta-feira ao Litoral Alentejano. Em declarações ao Diário da Região, João Pimenta Lopes disse que é preciso pensar num futuro para aquela unidade que “não passe pelo seu encerramento”.
“É preciso dar uma resposta que não passe pelo encerramento daquela unidade mas pela sua reconversão que permita a manutenção dos 200 postos de trabalho diretos naquele local, fora as prestações de serviço de outras entidades que flutuando ao longo do ano alimentam um conjunto significativo de postos de trabalho”, referiu João Pimenta Lopes aludindo para as consequências da “privatização” da empresa.
Durante a visita, o eurodeputado reuniu ainda com os trabalhadores do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) onde conheceu o trabalho realizado na conservação da natureza do património natural da região e confirmou “os sucessivos cortes no financiamento do Estado a estas entidades públicas” que resulta na “redução de efetivos, no envelhecimento dos quadros de pessoal, no reduzido número de operacionais no terreno e de meios materiais e financeiros”.
O roteiro, que se integra na campanha que o PCP está a lançar em todo o país para exigir melhores condições salariais, melhores salários, mais direitos e mais proteção social e laboral, terminou na empresa MAREDEUS, em Ermidas- Sado, onde o eurodeputado denunciou uma “elevada situação de precariedade” dos trabalhadores daquela unidade de transformação de pescado.
“A administração recorre a empresas de trabalho temporário, tem contratos de muito curta duração, nomeadamente de 15 dias e os mais longos de 3 meses o que é absolutamente contrário aquilo que seriam as necessidades quer da população da região como dos trabalhadores que aqui operam”, denunciou.
O deputado comunista defende uma mudança de políticas da União Europeia na defesa dos setores estratégicos nacionais numa vertente de “controle público” de áreas como a energia, comunicações e transportes.
“Sistematicamente temos vindo a colocar [no Parlamento Europeu] a necessidade da defesa dos setores estratégicos nacionais e da capacidade de intervenção dos Estados numa vertente de controlo público desses setores e as políticas da União Europeia têm promovido, pelo contrário, as privatizações”, acrescentou.
Também a nível laboral, o eurodeputado defendeu a contratação coletiva e a redução dos horários de trabalho.