A época balnear arranca no país oficialmente a 6 de junho, mas no distrito, Almada é o único município a abrir as praias nesse dia. Setúbal, Sesimbra, Grândola e Sines só abrem a dia 13, e há excepções, como Santiago do Cacém, que só inicia dia 20 de junho
Este ano, a época balnear vai arrancar a duas velocidades nos municípios costeiros do distrito de Setúbal. Almada é o primeiro – e único – município a abrir já no dia 6 de Junho (data decretada pelo Governo no âmbito das medidas de desconfinamento do Covid-19), enquanto Setúbal, Sesimbra, Grândola e Sines só começarão a época balnear oficialmente a 13 de Junho (com excepções em algumas praias). O município de Santiago do Cacém é o último a abrir a época, apenas a 20 de Junho.
As datas estão visíveis na aplicação móvel Info Praia, criada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), e significam que nem todas as praias têm ainda os apoios montados, como passadiços e palhotas, nem vigilância de nadadores-salvadores. Ainda assim, nada disso tem demovido as pessoas de procurar os areais nos dias de calor, como se tem verificado de norte a sul do país pelo menos desde meados de Maio. Permanecer no areal e ir a banhos só foi autorizado, porém, a 18 de Maio, após resolução do Conselho de Ministros.
Ir à praia antes ou durante a época balnear implica ter de respeitar, este ano, um conjunto de novas regras de prevenção da Covid-19, numa altura em que a evolução dos casos de contágio está estável no país, mas tem aumentado na zona de Lisboa e Vale do Tejo. Entre elas estão manter o distanciamento físico de 1,5 metros entre banhistas (à excepção de quem pertence ao mesmo grupo), assegurar o distanciamento de três metros entre chapéus de sol (em que só podem estar até cinco utilizadores) e a proibição de praticar actividades desportivas com duas ou mais pessoas.
Entre as medidas que os utentes, empresários e concessionários devem adoptar encontram-se ainda o “sentido único de circulação” pedonal nos corredores da praia, a higienização dos espaços e limitação da capacidade de salas e esplanadas, o uso obrigatório de máscara e viseira por parte dos vendedores ambulantes e a interdição do estacionamento fora dos parques e zonas autorizadas. Esta última, de resto, deverá ser facilitada pelo programa municipal de mobilidade Arrábida Sem Carros, cujos pormenores ainda não são conhecidos.
Praias vão ter contador em tempo real
As praias portuguesas vão ter um contador de pessoas para informar os banhistas se se encontram ou não muito cheias. Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, “as entidades concessionárias devem sinalizar o estado de ocupação das praias de banhos que correspondem à sua concessão, incluindo a respectiva frente de praia, utilizando sinalética de cores”. Verde significará uma “ocupação baixa”, amarelo quererá dizer que a praia está ocupada “entre um terço e dois terços” e a cor vermelha indicará que a praia está lotada – neste caso, porém, ninguém é impedido de aceder ao areal.
De forma a ajudar os utentes a tomar uma decisão atempada, a APA disponibilizará essa informação “de forma contínua, em tempo real”, através de aplicação móvel Info Praia e no seu sítio www.apambiente.pt na Internet. O organismo já publicou, inclusive, uma lista com o número de banhistas estimados para cada uma das praias do Algarve, Tejo e Oeste e espera-se que venha a fazê-lo em breve para as praias das restantes zonas do país. Para ajudar na vigilância dos areais, vão estar ao serviço 742 elementos do Instituto de Socorros a Náufragos, Polícia Marítima e Marinha.
Setúbal: problemas no acesso ao Portinho da Arrábida
Em Setúbal, a época balnear só começa a 13 de junho e até lá a circulação e estacionamento de veículos automóveis no troço entre a Praia da Figueirinha e o Creiro (na antiga EN 379-1) vai estar interdita, pelo que não se pode aceder às praias de Galapos e Galapinhos. Segundo a autarquia, a medida “enquadra-se numa estratégia de prevenção com objectivos de redução da vulnerabilidade e exposição ao risco decorrente de incêndios florestais e de mitigação de propagação da pandemia da Covid-19”.
Em alternativa, centenas de pessoas têm dado a volta à serra para aceder à praia do Portinho da Arrábida, o que na opinião de comerciantes e moradores daquela zona tem causado constrangimentos. Pedro Vieira, presidente do Clube da Arrábida, defende que a Câmara Municipal de Setúbal devia “ter posto algumas medidas de contenção e segurança no acesso às praias quer do lado do Portinho, quer nos parques de estacionamento do Creiro”, prevendo a grande afluência de pessoas à praia com o tempo quente. “No fim de semana de 23 e 24 de Maio desceram à praia centenas de carros. Foi a anarquia total”, relatou.
Miguel Rodrigues, dono do alojamento local Casa D’Adoa, relatou também a O SETUBALENSE que mesmo durante a semana se assiste “a um mar de gente” a ir à praia, e sublinhou que “falta controlo do trânsito e do estacionamento”, assim como a “vigilância da praia e a limpeza dos lixos”. Outro dos problemas relatados na zona prende-se com uma vaga de assaltos a automóveis, contou Pedro Vieira, presidente do Clube da Arrábida.
Obras na Figueirinha e Albarquel. Parque do Creiro em co-gestão
A praia da Figueirinha foi alvo de beneficiações com a instalação de passadiços de madeira, um tapete acessível dotado de cadeira anfíbia e a construção de uma zona de sombra e descanso para pessoas com mobilidade reduzida. Foi construída também uma estrutura com casas-de-banho, zona de arrumos e área de primeiros socorros, além de terem sido montados chuveiros e bebedouros. Na Praia de Albarquel, a operação contemplou igualmente a execução “de elementos de apoio à estadia e permanência no areal”. Quanto ao Creiro, a Câmara Municipal de Setúbal aprovou a renovação do protocolo de colaboração com a Associação da Baía de Setúbal para a gestão do parque de estacionamento.