No dia 28 de Março, António Costa esteve no Barreiro para receber a chave do primeiro autocarro movido a gás comprimido natural e anunciar a renovação total da frota dos TCB
António Costa apresentou o novo autocarro dos Transportes Colectivo do Barreiro (TCB) movido a gás comprido como o primeiro de uma frota totalmente renovada, representando “a transição futura para transportes eléctricos”.
Uma transição de grande impacto ecológico, através da qual o Governo pretende alcançar a meta da neutralidade carbónica para a Área Metropolitana de Lisboa até 2050, de acordo com a nova Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa.
Para o líder do Governo estes veículos “amigos do ambiente e da economia” têm uma importância determinante, não só porque representam um passo determinante na redução da pegada ecológica e no cumprimento das metas ambientais estabelecidas para os países da União Europeia, mas também porque são fabricados, na sua totalidade, em território nacional. Motivo pelo qual António Costa destaca, “o Barreiro é um exemplo”.
A frota destes transportes “inovadores a nível nacional”, como refere o primeiro-ministro, passa deste modo de 39 viaturas para 60, no que representa uma renovação total e um investimento de 18 milhões de euros, no âmbito do programa de apoio à renovação de frotas co-financiado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), dos quais 15 milhões ficam a cargo da autarquia barreirense. Uma mudança que vem complementar a entrada em vigor do novo passe social intermodal.
A chave deste primeiro autocarro inovador foi entregue ao primeiro-ministro por Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, como acto simbólico do início da renovação integral dos TCB, que ficará concluída até ao final do ano.
Para José Gomes Mendes, secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, “os TCB são um serviço inestimável”, contudo, estavam a funcionar com uma frota antiquada “e com dificuldades operacionais”, o que levou ao desenvolvimento do programa de renovação total. Um caso “único em Portugal”, que deverá ser seguido por outros concelhos.
João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética, destacou ainda importância da aposta em autocarros sustentáveis, não só no Barreiro, como em todo o país. Uma meta da Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa, dentro da qual se pretende que, “até 2030 um terço da mobilidade terrestre de passageiros seja eléctrica”.
O tempo da candidatura e o símbolo da concretização
Para Frederico Rosa, a renovação da frota dos TCB representa a “concretização de um projeto muito ambicionado por todos”, ao qual “em boa hora a autarquia fez a candidatura”. Segundo destaca Frederico Rosa, “o tempo que mediou este processo foi a parte mais decisiva e critica”.
O início foi em 2016 e o processo foi longo, “de forma a garantir financiamento concreto, conseguir operacionalizar e concretizar a candidatura, tirá-la do papel e colocá-la ao serviço dos barreirenses”.
O autarca explica que, “este processo não é fácil, não se submete uma candidatura e os autocarros aparecem”, pelo contrário. Contexto em que explica, “por via do Tribunal de Contas a autarquia foi obrigada a reduzir o prazo de pagamento de 15 para 10 anos”.
CDU defende programa de transportes públicos em marcha há vários anos
A CDU promoveu no Sporting Clube Lavradiense, no concelho do Barreiro, um debate subordinado ao tema “Transportes e Mobilidade”, centrado no alargamento do passe social intermodal que entrou em vigor na Área Metropolitana de Lisboa no dia 1 de Abril.
Rui Lopo, vereador da Câmara Municipal do Barreiro, pela CDU, e membro do Conselho Nacional do PEV – Partido Ecologista “Os Verdes” sublinhou a medida de redução do passe social como “factor de coesão social e territorial”.
O vereador recordou ainda o investimento realizado desde há alguns anos na gestão dos Transportes Colectivos do Barreiro, através de uma visão estratégica que permitiu a total renovação da frota, tendo a Câmara realizado, desde o mandato anterior, “um dos maiores investimentos de sempre”.
Durante a conferência, Carlos Humberto, 1º Secretário da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e antigo presidente da Câmara Municipal do Barreiro, também salientou que o novo passe social para além de representar um grande “benefício económico para as famílias” é também “uma medida com grande significado e impacto social, ambiental, económico no plano local e para o desenvolvimento da região”.
Eduardo Vieira, do Executivo da DORS e membro do Comité Central do PCP lembrou que, “já lá vão 22 anos, desde que o PCP luta e apresenta propostas para o alargamento do passe social”. Propostas que “sempre foram chumbadas”, afirma.
Para o PCP a implementação do novo passe social vem colocar, mais do que nunca, a necessidade de “aumentar a oferta de transporte, exigindo do Estado o investimento na modernização e alargamento da oferta ferroviária, fluvial e rodoviária”.