Assembleia Municipal do Barreiro aprova construção de 202 fogos de renda acessível

Assembleia Municipal do Barreiro aprova construção de 202 fogos de renda acessível

Assembleia Municipal do Barreiro aprova construção de 202 fogos de renda acessível

Proposta foi aprovada na noite desta quinta-feira com os votos a favor dos deputados de PS, PSD, Chega e a abstenção do BE e da CDU

A Assembleia Municipal do Barreiro aprovou uma proposta do executivo camarário para a construção de 202 fogos de habitação de renda acessível.

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A proposta, aprovada na noite desta quinta-feira com os votos a favor dos deputados de PS, PSD, Chega e a abstenção do BE e da CDU, consiste num modelo, que a autarquia classifica como inédito e criativo, de transmissão do uso de terreno camarário, na Quinta das Canas, a um investidor privado por um período máximo de 60 anos, para a construção de habitação a custos controlados.

Os edifícios serão arrendados pelo município, com a manutenção a cargo do adjudicatário, para posterior subarrendamento no âmbito do regime de renda acessível.

O vice-presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Rui Braga, explicou que este é o primeiro concurso público que dá uma resposta concreta com algum volume no que diz respeito à renda acessível, “para todos os barreirenses ou que escolheram o Barreiro para viver”

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Rui Braga adiantou que está a ser também ultimada uma outra proposta, nos mesmos moldes, nos antigos terrenos do Nicola.

“Os moldes do concurso são mais ou menos estes: a câmara cede o terreno, o privado constrói os prédios e a câmara paga o que o decreto-lei estipula por cada tipologia para a temática de renda acessível. No final da concessão [até 60 anos], o património virá para a autarquia”, explicou.

Rui Braga disse ainda considerar que a proposta defende o interesse público e aumenta o património da autarquia no parque habitacional, sem recursos a empréstimos.

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“A expectativa de impacto orçamental desta operação é quase neutra porque o compromisso que a autarquia assume com o vencedor do concurso é de alugar a totalidade dos apartamentos pelo preço da portaria”, referiu, adiantando que este “é talvez o melhor dos dois mundos porque o privado constrói sem a Câmara Municipal se endividar”.

O vencedor do concurso, acrescentou, será quem apresentar uma proposta com menos anos, tendo como ponto de partida o máximo de 60 anos, e menos valor.

“Penso que se conseguirmos efectivar este concurso público será sem dúvida uma boa arma para combater a especulação imobiliária, para combater o elevado preço das casas e dar uma resposta”, salientou.

O grupo municipal da CDU, que se absteve na votação, considerou que a proposta garante um bom negócio ao privado, comprometendo futuros executivos, e criticou o facto de a câmara se colocar como intermediária no arrendamento, questionando porque não foi o empreendimento financiado pelos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A CDU classificou ainda a proposta como uma espécie de parcerias público-privada para a habitação, defendendo que não é através deste modelo que são resolvidos os problemas de habitação do Barreiro.

A esta critica o vice-presidente da autarquia do Barreiro respondeu que é uma opção política que tenta “reunir o melhor dos dois mundos, uma vez que a câmara não necessita de se endividar, nem junto da banca tradicional, nem junto do fundo do PRR”.

Por outro lado, recordou, o PRR não financia a 100% os projectos de renda acessível como o faz na habitação social.

“A opção foi perceber de que forma não nos endividamos para fazer este projecto, tendo um impacto neutro nas nossas contas”, reiterou.

O BE, que também se absteve, corroborou que o modelo escolhido é de um negócio público-privado, salientando que se trata de uma escolha política e ideológica com a qual o partido não concorda.

“A autarquia transforma-se num garante de um rendimento obtido pelos privados. Temos a certeza de que a função da autarquia deve ser criar soluções que diminuam as carências habitacionais, mas o modelo de negócio não é o que defendemos. Temos sérias dificuldades em acompanhar esta resolução”, disse Francisco Alves, deputado municipal do BE.

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