27 Abril 2024, Sábado
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Frederico Rosa: “O Teatro Cine será uma sala icónica em toda a Área Metropolitana de Lisboa”

Investimento ascende a 810 mil euros. Equipamento vai ser reabilitado. Dia aberto para visitas, se existirem condições de segurança

 

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“Depois de ter assinado a escritura, a primeira coisa que fiz foi ir direito à sala e abrir a porta”. A revelação de Frederico Rosa reflecte o entusiasmo que lhe invade a alma, ao falar sobre o histórico Teatro Cine do Barreiro que passou a ser património do município no passado dia 29. Até porque, o equipamento que data de 1916 traz à flor da pele memórias marcantes que trespassam várias gerações.

“Assisti lá à estreia do filme ‘Flash Gordon’, tal como muitos. Outros já me transmitiram que foi ali que viram pela primeira vez o ‘Indiana Jones’ ou o ‘ET’. Isto remete-nos para as nossas memórias de criança”, solta, esfuziante, o presidente da Câmara do Barreiro, que quer transformar o espaço numa referência cultural de peso. “Arrisco a dizer que o Teatro Cine – que já é um ícone do Barreiro –, quando voltar a abrir portas, será um sala icónica em toda a Área Metropolitana de Lisboa, porque tem características únicas que vamos potenciar”, afirma.

Mas antes há ainda um caminho a trilhar, que impede o autarca de avançar com a previsão de uma data para a abertura. “Temos ainda um grande desafio pela frente. Como a sala é muito antiga, aquela estrutura é quase toda em madeira. Por isso, o próximo passo é fazer-se testes estruturais, para depois se elaborar um projecto porque a sala vai ser reabilitada – em vez de ser mandada abaixo e construída de novo – de forma a manter a aura que tem há quase um século”, explica, sem deixar de vincar o “desejo” de que todo o processo, que envolverá lançamento de concurso para execução da obra, “aconteça o mais rapidamente possível”.

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O despertar de emoções fez-se sentir, admite, entre muitos. “Uma grande quantidade de pessoas já nos enviou mensagens a perguntar se é possível visitar a sala, porque já não entram lá há praticamente 30 anos. Temos registados tantos pedidos que estamos a pensar, desde que existam condições de segurança, fazer um dia aberto para visitas da comunidade”, revela, para reforçar de seguida: “Gostaríamos muito de o possibilitar, mas primeiro vamos ver se existem condições de segurança para o podermos fazer.”

Alfinetada à CDU e estratégia

A Câmara desembolsou 810 mil euros na compra do Teatro Cine. O investimento é avultado, mas Frederico Rosa considera que a oportunidade nunca deveria ser enjeitada como foi, recorda, “em 1992”, quando o município “não exerceu o direito de opção de compra” do equipamento, que acabou adquirido pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), atira, numa clara alfinetada à gestão autárquica comunista de então.

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Ao mesmo tempo, o edil realça a estratégia subjacente ao investimento agora realizado. “Cruza-se com duas grandes políticas que temos. Uma é aumentar o número de equipamentos culturais e desportivos; a outra é uma política que temos vindo a seguir e que passa pela regeneração de toda a zona do Barreiro velho, onde já temos a esquadra da polícia e onde vamos realizar um grande investimento ao nível da reabilitação do espaço público, cuja primeira fase vai arrancar até ao Verão”, aponta. “É muito importante conjugar a parte da esquadra – que veio trazer um sentimento de segurança necessário para a zona –, a parte pública com infra-estruturas de água e saneamento, passeios, estradas e iluminação, e agora também com esta grande âncora cultural. Tudo essencial para se regenerar a área do Barreiro velho”, reforça.

Além disso, o Teatro Cine apresenta “um porte” sem igual no Barreiro. “Para que se tenha uma ideia, tem praticamente o dobro da capacidade de lotação do Auditório Municipal Augusto Cabrita”, realça. E quanto à linha programática a adoptar, Frederico Rosa desvenda algumas das ofertas já pensadas para o equipamento. “Queremos ter lá algumas sessões de cinema, teatro, concertos de rock, ou seja, uma sala muito polivalente que se constitua como uma grande âncora não só de espectáculos como também do próprio Barreiro, para atrair gente e fazer a economia funcionar no centro”, assume. “Tudo isto vai trazer uma grande dinâmica para a qualidade de vida das pessoas, a cultura tem aqui um papel fundamental”, conclui.

Oferta O segredo para a cultura

O Teatro Cine do Barreiro apresenta uma lotação superior a 650 lugares, com 476 na plateia, 163 no balcão e 14 camarotes. Apesar de oferecer maior capacidade de resposta do que o Auditório Municipal Augusto Cabrita, que tem cerca de 350 lugares, o equipamento não tem de ser visto como principal sala do concelho, diz Frederico Rosa. “O segredo aqui é conseguir conjugar todos os pólos: o Auditório Municipal Augusto Cabrita com uma função e o Teatro Cine com outra, conjugá-los muitas vezes com públicos diferentes.”

Mais de três décadas depois, o equipamento vai voltar a estar ao serviço da cultura barreirense. E a aposta da autarquia neste domínio até poderá não se ficar por aqui. “Temos uma outra sala que queremos muito que passe para o município, que é a Casa da Cultura da Baía do Tejo, antiga Casa da Cultura da Quimigal”, admite ainda o presidente da Câmara Municipal do Barreiro.

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