Primeiro-ministro fez-se acompanhar pelo ministro das Finanças no anúncio de projectos do “Arco Ribeiro Sul” que vão mudar o distrito
António Costa anunciou ontem que será instalado no município da Moita um novo terminal fluvial. Além disso, avançarão também as obras de extensão do Metro Sul do Tejo à Costa da Caparica, em Almada, e ao concelho de Alcochete. Por fim, vai construir-se um passeio ribeirinho, com um total de 38 quilómetros, que fará a ligação entre os municípios de Alcochete e de Almada.
As informações, que já tinham sido avançadas no artigo de opinião do primeiro-ministro publicado por O SETUBALENSE, foram confirmadas ontem no Parque Empresarial da Baía do Tejo – Cais 2, no Barreiro, onde o primeiro-ministro cumpriu o primeiro de dois dias da iniciativa “Governo + Próximo”.
Segundo o chefe do Governo, estas empreitadas vão também impulsionar o crescimento da economia e o desenvolvimento de novos focos de habitação. Inês Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada, mostrou-se feliz com os anúncios do Governo, mas lembrou que “os almadenses já viram vários planos a ser anunciados e querem ver concretização”.
“[Almada] vê esta medida com grande entusiasmo e com muita energia. Agora começa a história no sentido de que, torna-se nossa obrigação de que isto [no Arco Ribeirinho Sul] venha a tornar-se uma realidade. Para nós é muito importante ver o Governo absolutamente envolvido nisto através das entidades representativas, houve aqui compromissos claros que foram ditos que é garantido”.
A autarca falou ainda nas potencialidades que este projecto vai trazer ao nível da economia, do ambiente, e da mobilidade. “Um projecto que mais do que andar a imaginar hotéis ou edifícios, pensa naquilo que são os desafios do crescimento e do desenvolvimento, nomeadamente o ambiente e a mobilidade, o criar condições para que também a própria economia possa avançar”.
Já Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, que
também mostrou entusiasmo com a proposta do Governo, sublinhou que “este não é um plano que é do Barreiro, é de todos estes concelhos, é o plano da Grande Lisboa, é o plano também do País”.
O autarca mostrou-se disponível para colaborar com outros municípios no sentido de “trabalhar no presente para aquilo que será o futuro”. “É com uma satisfação enorme que olhamos para esta medida. Mais do que a medida do Governo e da apresentação, é a vontade que une toda a gente na concretização”.
António Costa deixou elogios e agradecimentos aos presidentes das câmaras localizadas no Arco Ribeirinho Sul (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo e Seixal), “por se terem unido para podermos desbloquear esta situação”. Mas fez questão de lembrar que não é a primeira vez que estes projectos estão em cima da mesa, referindo também que “projectos levam tempo, mas o mais importante de tudo na política é ser-se persistente”.
Governo vai assumir despesas da descontaminação dos solos
Fernando Medina, ministro das Finanças, revelou que vai ser proposto ao Conselho de Ministros, realizado hoje no Forte de Albarquel, em Setúbal, a “assumpção integral pelo Estado, através do Fundo Ambiental e do Orçamento do Estado, das verbas para a descontaminação dos solos que existem em muitas destas áreas [Arco Ribeirinho Sul]”.
O ministro das Finanças, que avançou ainda que esta descontaminação será feita em parceria com o Ministério do Ambiente, falou ontem à tarde durante a apresentação do projecto do “Arco Ribeirinho Sul”, inserido na iniciativa “Governo + Próximo”. O governante disse ainda que os investimentos públicos relativamente às pontes a concretizar no município do Barreiro vão avançar, e reiterou os projectos anunciados por António Costa.
“Avançará ainda a definição dos principais investimentos públicos, ou seja, a concretização das velhas ambições das pontes [Barreiro] que alterarão a forma de mobilidade deste território, a expansão do Metro Sul do Tejo e a via ribeirinha de ligação de Alcochete até Almada”.
Fernando Medina falou ainda sobre as potencialidades da Península de Setúbal e indicou a vontade do Governo de querer que o distrito tenha um grande crescimento e que seja um local de fixação de jovens e empresas. “Queremos que esta seja uma zona de novas empresas, novas actividades, de habitação acessível e que possa fixar população”, concluiu.
NUTS | Costa reconhece rendimento injusto
Durante o discurso de encerramento da apresentação do projecto do “Arco Ribeirinho Sul”, António Costa acabou por falar nas razões que levaram o Governo a apresentar à Comissão Europeia a proposta de autonomização da Península de Setúbal como uma NUTS II. “O Governo decidiu propor, negociar e obter a aprovação na Comissão Europeia, da autonomização da Península de Setúbal como uma outra NUTS II, de forma a não continuar a ser injustamente prejudicada pelos níveis de rendimento da NUTS Grande Lisboa, que prejudicaram durante décadas a península, que acabou por ficar sem fundos comunitários”.
