Carta Reivindicativa enviada a Luís Montenegro queixa-se da Fertagus, Transtejo e também de autocarros
A Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul (CUTMS) exige que os operadores do serviço público de transportes e a Infraestruturas de Portugal passem a adequar a resposta de transportes públicos às necessidades das pessoas.
Como sugestão, pretendem que a CP actue no “troço da Linha Setúbal – Roma/Areeiro, ficando a Fertagus a operar, por exemplo, o troço Pinhal Novo – Roma/Areeiro”. Querem ainda que reabra a faixa BUS do Centro Sul e a estenda até ao tabuleiro da Ponte 25 de Abril.
São propostas que fazem parte da Carta Reivindicativa que a comissão enviou ao Governo dirigida ao primeiro-ministro, a solicitar uma reunião para apresentar as reivindicações aprovadas em iniciativas públicas durante Fevereiro, nas estações da Fertagus do Pragal e Corroios.
No documento, que seguiu a 1 de Março para Luís Montenegro, a CUTMS elenca as muitas preocupações dos utentes dos transportes públicos e incluem o serviço prestado pelo Metro Sul do Tejo e Transtejo.
É assim apresentada a necessidade do Governo PSD/CDS “tomar medidas urgentes para a resolução dos problemas com que o serviço da Fertagus se confronta e medidas estruturais para melhorar o serviço público de transportes entre as duas margens do Tejo”, refere a comissão em nota de Imprensa.
Na mesma carta, a CUTMS aponta que “o serviço prestado pela Fertagus não sofre alterações praticamente desde a sua inauguração, em 1999. Lembra ainda que em 2019 foi introduzido o passe intermodal que “permitiu a milhares de famílias o acesso ao sistema de transportes públicos e ao serviço da Fertagus a preços razoáveis, o que “levou a que a procura tenha aumentado exponencialmente”.
Como resposta à procura, a opção da Fertagus foi “diminuir o conforto das viagens, substituindo a qualidade pela quantidade, com a redução significativa de lugares sentados nas carruagens”, ou seja, “a procura não foi acompanhada pela oferta”.
Entre as várias reivindicações, a CUTMS denuncia carruagens sobrelotadas de manhã e à hora de ponta de tarde, atrasos decorrentes da dificuldade em entrar e sair das carruagens, aglomerações junto às entradas, passageiros a viajarem nas escadas, situações de insegurança e de pânico, e idas regulares do INEM às estações para recolher pessoas que se sentem mal devido ao excesso de passageiros. “A todo este caos, junta-se a degradação e a falta de respostas alternativas e estruturais, que a haver, poderiam em muito colmatar as condições indignas com que os utentes viajam”, expressa a comissão.
Na mesma missiva, a CUTMS refere-se à Transtejo que, “além da reduzida frequência de [travessias] em hora de ponta, suprime barcos diariamente por falta de meios técnicos e humanos”.
Quanto aos autocarros, afirma que “também padecem da falta de adequação de horários e de percurso”. Por outro lado, a “faixa BUS entre o Centro Sul, em Almada, e as portagens da Ponte 25 de Abril foi suprimida em benefício de uma obra que só potenciará o uso do veículo automóvel”.
Todas estas debilidades são “sobejamente conhecidas do Governo, porém, nada têm feito para resolver de raiz estes problemas”, queixa-se a CUTMS.