A SAD do Cova da Piedade garantiu que “não deve nada ao clube” da II Liga portuguesa de futebol, e apelou a que este “deixe os tribunais decidirem” o diferendo que opõe ambas as partes
O director geral da SAD do Cova da Piedade, Edgar Rodrigues, apelidou de “chantagem” o comunicado emitido pelo emblema da margem sul do Tejo, onde reclama uma dívida de quase 750 mil euros, e garantiu que a SAD “pagará tudo o que o tribunal decidir” que tem de pagar.
“Houve um acordo em Abril onde ambas as partes se comprometeram a não extremar posições, mas não foi isso que o clube fez ao fechar as portas do estádio com correntes e cadeados. A SAD pagará tudo, mas só se o tribunal assim o decidir”, sublinhou o dirigente em declarações à Lusa.
Edgar Rodrigues questionou ainda porque o clube votou contra as contas que vem agora dizer que confirmam a dívida da SAD e apelou a que “parem de atirar poeira” para os sócios e “deixem a equipa treinar” nas instalações do clube.
Questionado sobre onde irá o Cova da Piedade disputar os jogos da II Liga, no caso de não haver um entendimento antes do primeiro jogo oficial em casa, a 18 de Agosto, Edgar Rodrigues lembrou que o Estádio José Martins Vieira é o “único licenciado pela Liga”.
“O facto de não termos indicado qualquer estádio alternativo mostra que estamos de boa fé e não é nossa intenção ir para qualquer outro lugar”, concluiu o director geral.
O Cova da Piedade garantiu entretanto que tem a receber quase 750 mil euros da SAD, valor que diz ter sido aprovado na última assembleia geral de accionistas.
Através de comunicado aos sócios, assinado por todos os órgãos sociais, o clube da margem sul do Tejo refere que a aprovação de contas da SAD reconhece “uma dívida ao CDCP” de mais de 192 mil euros, além de outras verbas referentes a subsídios da FPF (metade de cerca de 287 mil euros) e mais de 400 mil euros sobre vendas de jogadores.
O Cova da Piedade explicou ainda que votou contra este relatório de contas porque, “apesar de deter 10% da SAD, tem sido constantemente afastado da gestão da mesma” por motivos que “desconhece”.