“A inovação e reorganização de circuitos é uma constante no funcionamento das equipas do HGO”, diz Luís Amaro
O projecto foi implementado em Abril do ano passado pela Unidade de Hospitalização Domiciliária do Garcia de Orta e permite monitorizar de forma “próxima, remota e fiável” os doentes “sem a necessidade de visitas presenciais”.
Cerca de ano e meio depois, valeu àquela valência do hospital de Almada a conquista do “Prémio Saúde Sustentável”, promovido pela farmacêutica Sanofi e pelo Jornal de Negócios em parceria com a NTT Data.
“A utilização de IoT na monitorização de doentes em hospitalização domiciliária” do Garcia de Orta foi o projecto vencedor na categoria “Inovação e Transformação Digital”.
A cerimónia da 10.ª edição do prémio – instituído com o objectivo de distinguir as boas práticas da sustentabilidade da saúde a nível nacional – teve lugar, no passado dia 27, no Museu do Oriente e permitiu reconhecer igualmente mais quatro entidades noutras tantas categorias e a personalidade de 2021 (Fátima Cardoso, directora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud).
E o Hospital Garcia de Orta (HGO) viu ainda o seu Serviço de Medicina Interna figurar entre os finalistas na categoria “Integração de Cuidados”.
“Estas distinções são o reconhecimento do trabalho de profissionais altamente dedicados em promover melhores condições para os nossos utentes e seus familiares, sobretudo em época de pandemia”, afirma Luís Amaro, presidente do Conselho de Administração do HGO, citado numa nota de Imprensa da unidade hospitalar.
Ainda de acordo com o responsável, “a inovação e reorganização de circuitos é, hoje, uma constante no funcionamento das equipas do HGO”, sem as quais, adianta, seria “impossível alcançar os resultados assistenciais” a que o hospital de Almada se propõe.
Telemonitorização e vantagens
Quanto ao projecto vencedor, o HGO explica na mesma nota: “Consiste na criação e desenvolvimento de um kit de telemonitorização colocado em casa do doente que permite a interacção com o utente, possibilitando aos profissionais de saúde avaliar os parâmetros clínicos em tempo real e realizar videoconsultas.”
Desenvolvida pelo hospital com as colaborações de Lean Health Portugal, Vodafone IoT Portugal e ThinkDigital, o projecto inovador veio permitir “uma melhor articulação entre a Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) e os doentes, contribuindo para o aumento da satisfação dos utentes e dos níveis de confiança”.
Além disso, realça ainda o HGO, a implementação desta ferramenta veio possibilitar também um aumento do “número de vagas na UHD, com consequente redução do número de visitas e de custos”, o que contribui para a “diminuição do número de infecções associadas aos cuidados de saúde”.
“O kit de monitorização é composto por nove dispositivos: esfigmomanómetro, oxímetro, termómetro, glucómetro, balança, sensor de queda, botão de pânico com GPS, um tablet e um hub de ancoragem. É replicável para a hospitalização domiciliária e programas de gestão da doença crónica como a insuficiência cardíaca, doença pulmonar crónica obstrutiva, diabetes ou até em programas de reabilitação”, revela o HGO.
Já o projeto “Huddle Meetings – a multidisciplinariedade na diminuição do tempo de internamento do Serviço de Medicina Interna”, que figurou entre os finalistas na categoria “Integração de Cuidados”, visa “diminuir a demora média de internamento no Serviço de Medicina Interna e UHD e reduzir os constrangimentos para a alta hospitalar do doente”, aponta a unidade hospitalar, a concluir.