Midus: Almada, a “base emocional” para uma carreira a partir de Londres

Midus: Almada, a “base emocional” para uma carreira a partir de Londres

Midus: Almada, a “base emocional” para uma carreira a partir de Londres

A baixista vai escrevendo, alinhando ideias, gravando as maquetes das músicas que já o lançaram muito além da cidade almadense

 

Almada será sempre a sua cidade, a cidade que a deu a conhecer a Portugal como baixista do grupo pop/rock Roquivários, com o qual deu cartas no panorama musical português nos anos 80, e a deu conhecer a Londres e ao mundo, acompanhando, como baixista, alguns dos maiores nomes da música internacional. Factos mais que justificativos para trazer Midus a esta edição especial de aniversário de O Setubalense.

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Se “Totobola” ou “Cristina (beleza é fundamental)” foram temas da banda que ficaram imortalizados na história e nas cabeças de algumas gerações, pelos Roquivários (que também foram Rock & Varius), mais recentemente, no final de 2022 e início de 2023, veio a casa para, a partir de Almada, mostrar o seu novo disco, “Minhas Canções, Meus Amigos”, gravado com amigos portugueses (Tim, Ana Zanatti ou Teresa Maiuko) e ingleses (Dan Brown, músico dos Duran Duran, Anne Clark, Tim Alfrod, Andy Bell).

“Este é um disco que eu escrevi, só eu e as minhas “coisas”, as minhas vivências”, assim resume Midus, o espírito que presidiu á elaboração de “Minhas Canções, Meus Amigos”.

O amigo Tim deu o ponto de partida para o álbum, com um dueto com Midus em “Gostas de mim?” que daria origem a pequenos vídeos em que nomes como Lena D’Agua, António Manuel Ribeiro (UHF), Ana Zannatti, João Pedro Pais ou Carlos Mendes perguntavam: “Midus gostas de mim?”.

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Por terras lusa, passou por alguns dos mais importantes programas de televisão, esteve nos mais emblemáticos programas de rádio e falou com a principal Imprensa escrita, incluindo O Setubalense. Falou da sua carreira, “apresentou-se” às novas gerações, porventura menos conhecedoras, do seu papel na música por cá e do que tem feito em Londres.

Falou de memórias e algumas das primeiras remetem para a infância na Moita, onde – curiosamente – conhece Tim, entre bicicletas e jogos de rua, até voltar a Almada, para se iniciar numa carreira musical que já vai com mais de quatro décadas.

Os Roquivários marcaram o início da sua carreira profissional, assim como marcaram o início da década de 80 e do boom do chamado “rock português”, num universo pejado de inúmeras bandas, a esmagadora maioria sem a consistência necessária para sobreviver ao boom. Eles sobreviveram, deixando como legado dois álbuns e alguns singles que anda hoje fazem parte de muitas memórias coletivas.

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Com o final da banda, Midus ruma ao centro do mundo da música, Londres, claro.  O primeiro objectivo era o encontro com Luis Jardim, produtor a viver em Londres e que trabalhava com os grandes nomes da cena mundial. “Amazónia” tema gravado em Londres, com Luis Jardim, vem ao Prémio Nacional de Música em 1988. O artista vinha com a banda com o mesmo nome, formada apenas por mulheres, de várias nacionalidades.

Por terras de sua majestade, faz castings, toca em jam-sessions, percorre os circuitos que lhe abririam as portas das televisões inglesas, para ser guitarrista em inúmeras apresentações televisivas ao vivo, que, por sua vez, lhe abririam outras portas.

E que portas… basta ver alguns dos nomes, para se perceber a dimensão da experiência. Midus faz tournées com Mel C, ex-spice girl, toca com Tanita Tikaram (na tour do álbum “Capuccino Songs”), Anne Clark (nome de referência no panorama britânico, “uma amiga e grande parceira de aventuras musicais”, como refere Midus), Bryan Ferry, Hugh Cornwell (Stranglers) ou Billie Myers, entre muitos outros, e participa em várias gravações. Criou um vasto leque de amizades e cumplicidades entre músicos de estúdio.

Em casa, na capital britânica, a partir do seu estúdio vai escrevendo, alinhando ideias, gravando as maquetes. E depois de “Minhas Canções, Meus Amigos”, que era o legado que Midus queria fazer, queria deixar, as sementes começam a dar os seus frutos e já está seriamente a projetar aumentar esse legado, isto é, gravar novo disco.

E seguramente será com “as suas canções” e com os seus amigos, alguns que participaram neste álbum ou outros, porque o número de amigos com a necessária cumplicidade pessoal e musical, é grande. Seguramente, num futuro breve teremos novidades, a partir de Almada, construídas desde Londres. E até já há nomes “alinhavados”.

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