O piano de Mário Laginha e a guitarra e a voz de Tcheka, combinam na perfeição para um encontro de origens e de cultura, absolutamente fascinante
Seria uma dupla pouco provável, não fosse Mário Laginha, aos 63 anos, muito mais do que um músico do universo do Jazz. Mas o seu universo musical é muito mais amplo, como a sua carreira de mais de três décadas o comprova, com ligações, todas, brilhantes a nomes tão diversos como Maria João – com quem gravou mais de uma dezena de álbuns -, Camané, Pedro Burmester, Trilok Gurtu, Gilberto Gil, Lenine, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai Eckhardt, Julian Argüelles, Howard Johnson, André Mehmari ou Django Bates.
Assim, surgir em parceria com o músico cabo-verdiano Tcheka, é uma etapa normal nessa busca de outros caminhos, alicerçada em parcerias de rigor e qualidade.
E com Tcheka, músico nascido na ilha de Santiago, há 50 anos, figura maior da música do seu país, que vai muito para além das sus raízes musicais com o batuku, funaná, tabanka ou morna e mergulha ora no mundo do jazz, ora no mundo abrangente do rock, folk e/ou blues. Não será por acaso que Mário Laginha foi o produtor do mais recente álbum de Tcheka.
O piano de Mário Laginha e a guitarra e a voz de Tcheka, combinam na perfeição para um encontro de origens e de cultura, absolutamente fascinante.
Assim foi há cerca de um ano no concerto que tive o privilégio de assistir, em Lisboa. Assim será seguramente em Almada, no intimismo do Teatro Joaquim Benite, no próximo dia 23, pelas 21 horas.
Opinião musical