A candidata do PAN à Câmara de Almada afirma que quer dar mais qualidade de vida aos almadenses e aos animais, assim como proteger o património natural
Marina Marques, natural da Cova da Piedade e atualmente residente na Charneca de Caparica, tem 52 anos diz ter uma carreira de compromisso com a educação, a comunidade e a proteção animal. Licenciada em Relações Internacionais pela Universidade Autónoma de Lisboa, possui ainda pós-graduações em Comunicação e em Direito dos Animais, refletindo o seu interesse por causas sociais e pela defesa dos direitos dos animais.
Há quase 30 anos que Marina Marques trabalha na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCT), onde atualmente desempenha o cargo de Chefe de Divisão de Mobilidade e Internacionalização do Ensino, consolidando experiência em gestão, coordenação e ligação institucional. Desde 2012, representa a NOVA FCT no Conselho Local de Ação Social de Almada (CLASA).
Desde a juventude, Marina Marques esteve ligada à Associação Almada Jovem e, desde 2017, coordena o projeto Amor Rafeiro, dedicado à sensibilização para a causa animal, à promoção da adoção responsável e ao apoio a animais de famílias carenciadas. Este trabalho reforça o seu compromisso com a cidadania, a solidariedade e a proteção do bem-estar animal, princípios centrais do PAN.
No plano político, integrou o PAN em 2015, participando em listas legislativas e outros processos eleitorais. Atualmente, é porta-voz da distrital de Setúbal e participa ativamente na concelhia de Almada, sendo uma das vozes do partido na região.
Para as eleições autárquicas de 2025, Marina Marques apresenta-se como candidata à Câmara Municipal de Almada, com o lema “Por Ti. Por Todos. Por Almada”.
Qual a motivação da sua candidatura pelo PAN à presidência da Câmara de Almada?
O sentido de missão e valores como o humanismo, a compaixão, a solidariedade, a justiça e a responsabilidade estão na base de tudo o que faço, e daí ter aceitado este desafio. Julgo que todos temos o dever de contribuir para a comunidade, e gostaria de ter a oportunidade de deixar uma marca positiva no concelho que me viu nascer e crescer como pessoa e como profissional.
O que representa o lema da sua candidatura “Por Ti. Por Todos. Por Almada”?
O lema vem do facto deste ser um projeto centrado no indivíduo, na comunidade e no concelho como um todo, o que naturalmente inclui o seu património natural e os animais que integram o nosso território, que é tanto deles como nosso. Trata-se de uma visão holística, que integra todas as dimensões da vida coletiva.
Como diferencia as propostas do PAN da dos outros partidos?
É a visão holística do PAN que o diferencia dos restantes partidos. Valorizamos áreas da nossa comunidade que os restantes partidos menosprezam, mas que têm um grande impacto, e colocamos as pessoas, os animais e a natureza acima dos interesses económicos, garantindo assim um futuro sustentável, num território onde todos se sintam bem.
Quais as propostas do PAN para tornar Almada um concelho mais verde e sustentável?
As propostas do PAN assentam numa ótica de sustentabilidade, consubstanciada numa estratégia integrada que combina a gestão eficiente de recursos naturais, através de programas de reutilização de águas pluviais e cinzentas, eficiência energética e modernização de infraestruturas, com a valorização e expansão dos espaços verdes, incluindo a plantação de espécies autóctones, criação de microflorestas urbanas e “Ilhas de Biodiversidade” que fomentam a fauna polinizadora. Destacam-se medidas de proteção do património ecológico e geológico, ações de combate à erosão e regeneração dunar, bem como um Plano de Ação Climática Local com metas claras e monitorização pública. O programa defende ainda a economia circular, propondo iniciativas inovadoras. A educação ambiental e o envolvimento comunitário são centrais, reforçando a ligação entre cidadãos, território e sustentabilidade.
Como pretende melhorar a gestão de resíduos e incentivar a reciclagem?
Reconhecemos que a higiene urbana e a gestão de resíduos são hoje um dos principais problemas apontados pelos munícipes e, por isso, defendemos uma abordagem que combine medidas preventivas e curativas. No plano preventivo, queremos apostar em campanhas de comunicação de forte impacto, que reforcem a importância de reduzir, reutilizar e reciclar, bem como em programas permanentes de educação ambiental nas escolas e em iniciativas com associações e Juntas de Freguesia, promovendo desde cedo boas práticas e cidadania ativa. No plano curativo, propomos realizar inquéritos à população para identificar dificuldades e causas do problema, modernizar e reforçar os serviços de limpeza urbana, e instalar sistemas móveis de videovigilância em pontos críticos, que permitam detetar e prevenir comportamentos nocivos sem recorrer a soluções permanentes. Desta forma, pretendemos assegurar uma cidade mais limpa, organizada e sustentável.
Almada enfrenta problemas de trânsito e transportes públicos. Que soluções propõe?
A mobilidade é um dos problemas que mais impacta a qualidade de vida em Almada e exige uma abordagem que combine medidas locais e atuação intermunicipal, especialmente em colaboração com o Seixal, já que grande parte do congestionamento, nomeadamente no acesso à Ponte 25 de Abril, não tem origem apenas no concelho. As soluções propostas incluem o reforço do transporte público rodoviário e ferroviário (insistindo na aquisição urgente de novos comboios), a expansão da linha do Metro até à Charneca da Caparica, e o fortalecimento das ligações fluviais, em particular a travessia Trafaria–Porto Brandão–Belém. Paralelamente, será promovido o uso da bicicleta, através da criação e renovação de ciclovias interligadas e seguras, estacionamento coberto junto a transportes públicos, bicicletas partilhadas e uma Cicloficina Comunitária. É tempo de olharmos para o exemplo de algumas cidades europeias onde a cultura do transporte público está consolidada graças a uma rede de transportes eficiente.
Qual é a sua visão para a requalificação de zonas críticas do concelho como o Cais do Ginjal e Fonte da Telha?
No Ginjal, é essencial resolver a questão da titularidade repartida dos terrenos e edifícios para permitir intervenções de fundo, garantindo que qualquer licenciamento salvaguarde a traça histórica, crie um passeio ribeirinho contínuo e seguro entre Cacilhas e a Boca do Vento, e incorpore áreas de estar, um Polo Cultural e Criativo, acessos pedonais e cicláveis, bem como dinamização cultural.
Na Fonte da Telha, é prioritário proteger o património natural, combatendo problemas como o alcatroamento das dunas, construções ilegais e estacionamento desordenado. Propomos trabalhar com a comunidade para distinguir habitações principais de alojamentos temporários ilegais e implementar acessos automóveis limitados, acompanhados do reforço de transportes públicos, à semelhança do modelo aplicado no Portinho da Arrábida, de modo a reduzir o impacto ambiental e promover uma experiência mais sustentável e tranquila para residentes e visitantes.
A falta de habitação pública é um problema no concelho. Que soluções propõe?
A falta de habitação pública é uma questão nacional, uma das que têm vindo a ser “varridas para debaixo do tapete” até termos o problema que temos, e que tem de ser abordado com a maior urgência. As nossas propostas incluem a expansão do parque público de habitação, com o reforço do investimento na construção e reabilitação de habitação pública para arrendamento acessível, a promoção de modelos habitacionais inovadores como co-housing, cooperativas de habitação, e projetos de co-living intergeracional. Vemos também necessária a reabilitação de edifícios devolutos e reconversão de património público abandonado ou subutilizado, o reforço dos mecanismos municipais de emergência para apoiar as vítimas da crise habitacional, incluindo programas de prevenção de despejos injustificados e linhas de resposta rápida em situações críticas, e por fim o estabelecimento de bolsas intermunicipais para alojar pessoas em maior situação de vulnerabilidade, como vítimas de violência doméstica e de género.
O preço da habitação em Almada tem aumentado. Qual é a sua proposta para a habitação acessível?
A nossa proposta para a habitação acessível em Almada, para além do que já referi anteriormente, assenta em medidas concretas como o arrendamento indexado ao rendimento, com especial atenção a jovens em início de vida, seguindo uma lógica semelhante à das incubadoras de empresas, mas para o apoio a estes jovens que pretendem constituir uma família ou tão simplesmente terem a sua própria independência, permitindo que permaneçam no concelho sem serem forçados a sair devido aos elevados preços da habitação.
Propomos que o licenciamento de empreendimentos imobiliários passe a estar condicionado à afetação de uma quota obrigatória de frações para arrendamento a custos acessíveis, assegurando maior justiça social no acesso à habitação.
Por fim, há que referir que somos críticos da proliferação de hipermercados em detrimento de soluções mais sociais e sustentáveis; acreditamos que esses terrenos poderiam ser melhor aproveitados para espaços verdes comunitários ou habitação acessível, promovendo um equilíbrio entre desenvolvimento urbano e qualidade de vida.
Como resolver a existência dos bairros ilegais, caso de Penajóia e Raposo?
Em primeiro lugar, é necessário afastar o discurso de propaganda política leviana que promete resolver num instante problemas complexos, como construir habitações modulares e realojar imediatamente todas as famílias ou derrubar edificações, que não são simples “barracas”. É fundamental assumir, com realismo, que bairros como a Penajóia e o Raposo não desaparecerão tão cedo, pois já existia uma lista extensa de almadenses à espera de habitação digna muito antes da sua proliferação; estas pessoas devem ser prioritárias na atribuição de habitação municipal.
Outro aspeto crítico é que o bairro da Penajóia está assente em negócios ilegais, cuja rede precisa ser desmantelada, já que diariamente surgem novas construções, aumentando a precariedade e a insegurança para os próprios moradores e para a vizinhança. Até existir capacidade de realojamento para todas as famílias, é imprescindível investir na requalificação da área, garantindo infraestruturas básicas e condições de vida dignas. Estas comunidades devem ser parte da solução, com investimento na capacitação das populações e uma abordagem humanizada, em articulação estreita com o IHRU, Segurança Social e serviços municipais. Paralelamente, a intervenção deve ser acompanhada de fiscalização rigorosa e contínua, para impedir o crescimento de novas habitações autoconstruídas e assegurar a sustentabilidade e eficácia das soluções implementadas.
O PAN tem uma agenda sobre o bem-estar animal e direitos dos animais. Que medidas quer implementar em Almada?
O PAN quer implementar medidas concretas que reforcem a responsabilidade da autarquia nesta área, por isso, defendemos a realização de campanhas de esterilização e de colocação de microchip gratuitas ou a preços reduzidos e o apoio efetivo a cuidadores informais (que têm assegurado sozinhos uma responsabilidade que é de todos) e às associações de proteção animal, cujo trabalho incansável tem evitado uma situação dramática de animais errantes no concelho.
Propomos ainda garantir cuidados médico-veterinários a animais de famílias em comprovada carência económica e a animais sem detentor, o reforço do Serviço Veterinário Municipal e da Provedoria, a criação de estruturas de acolhimento para animais em risco iminente, e o alargamento do horário do CRO.
Destacamos também a necessidade de um plano robusto de captura das matilhas existentes e o seu confinamento em parques adequados que garantam a sua segurança e bem-estar. Queremos mais fiscalização contra maus-tratos, novos e melhores parques caninos e bebedouros públicos.
Queremos também integrar os animais em planos de emergência municipais, e criar um Conselho Municipal para coordenar políticas.
O objetivo é claro: são 23 medidas que pretendem tornar Almada numa referência, e construir um concelho onde o respeito, a proteção e o bem-estar animal sejam uma prioridade assumida por todos.
Que mensagem quer deixar aos eleitores de Almada para votarem no PAN?
A mensagem que quero deixar aos almadenses é que quebrem o ciclo do voto nos grandes partidos e vejam o PAN como uma alternativa viável. Queremos efetivamente pôr a qualidade de vida dos almadenses, e a proteção dos nossos animais e do nosso património natural acima de quaisquer interesses económicos.
Estamos determinados a assumir um papel central no executivo, participando diretamente nas decisões que definirão o futuro de Almada. Na Assembleia Municipal, órgão vital que representa, fiscaliza e dá voz aos cidadãos, queremos reforçar a nossa presença e capacidade de ação, garantindo que a perspetiva do PAN seja ouvida e considerada em todas as grandes decisões. Ao mesmo tempo, concorremos à União de Freguesias do Laranjeiro e Feijó com um programa sólido, completo e ambicioso, encabeçado pelo Nuno Chanoca, pessoa inspiradora e que sempre inspirou muita gente.
O Programa que tenho a honra de conduzir, é exaustivo, contém mais de 160 medidas distribuídas por 15 eixos temáticos, que convido a conhecer através do site https://www.poralmada-pan.pt/ das minhas redes sociais e das do PAN Almada.
O voto no PAN é o voto de quem não se contenta com o “mais do mesmo”. É o voto de quem acredita que cada parte conta, que o todo é mais do que a soma das suas partes, e que juntos podemos construir um futuro diferente. Dê-nos a sua confiança e sinta que, afinal, todos temos um pouco de PAN.