Carla Pais e Ana Pessoa venceram os concursos literários promovidos por Almada. Dois desafios em estilos de escrita diferentes; um sobre as complexas relações entre homens e mulheres, e o outro sobre emoções, dilemas e incertezas da adolescência
Carla Pais em prosa e Ana Pessoa na categoria literatura juvenil viram as suas obras reconhecidas este ano pelo júri que, em Almada, premiou a sua produção literária.
O romance “Um cão deitado à fossa” de Carla Pais, venceu a 30.ª edição do Prémio Literário Cidade de Almada, enquanto o original “Aqui é um bom lugar” de Ana Pessoa foi distinguido na 13.ª edição Prémio Literário Maria Rosa Colaço.
O júri do Prémio Literário Cidade de Almada considerou o romance “Um cão deitado à fossa” foi escrito num registo gráfico e literário “totalmente diferente” que, através de uma “forma de comentário estilisticamente muito cativante mas de grande contundência”, apresenta “uma espécie de libelo acusatório desse universo tipificado por homens egoístas e mulheres submissas”.
No caso do original “Aqui é um bom lugar”, a apreciação do júri do Prémio Literário Maria Rosa Colaço considerou este registo autobiográfico de uma jovem em passagem da escola secundária para a universidade como “verosímil e forte” que envolve “facilmente” o leitor levando-o a “identificar-se não apenas com as vivências partilhadas mas também com a linguagem e o estilo, muito contemporâneos, que distinguem o relato”.
Nas edições deste ano participaram cerca de meia centena de obras originais, tendo a Câmara de Almada atribuído a cada uma das autoras premiadas um prémio monetário no valor de cinco mil euros.
Lançado pela Câmara Municipal de Almada, o Prémio Literário Cidade de Almada é considerado uma referência nacional na área da literatura e na promoção da criação literária em língua portuguesa. Quanto ao Prémio Literário Maria Rosa Colaço, também organizado pela autarquia, pretende homenagear a ilustre escritora e incentivar a criatividade literária de autores portugueses, nos domínios da literatura infantil e juvenil.
Humberto Lameiras