Inês de Medeiros, que hoje passeou na zona para assinalar a reabertura do espaço, referiu ter sido “devolvido aos almadenses um dos percursos mais icónicos do concelho”
O turístico passeio pedonal no Cais do Ginjal, em Almada, reabriu esta quarta-feira ao público após demolições de casas devolutas das quais tiveram de ser retiradas 50 pessoas que lá habitavam ilegalmente e da interdição do espaço por risco de derrocada.
A autarca Inês de Medeiros, que hoje passeou na zona para assinalar a reabertura do espaço, referiu ter sido “devolvido aos almadenses um dos percursos mais icónicos do concelho”, à beira-rio, entre o terminal de Cacilhas e os restaurantes de Olho de Boi.
Para o Cais do Ginjal está prevista a construção de cerca de 300 habitações, comércio e serviços, bem como um hotel com 160 quartos. O projeto foi aprovado no âmbito do Plano de Pormenor do Cais do Ginjal, em 2020, mas apenas arrancará após ser resolvido o litígio existente entre o promotor, o Grupo AFA, e a Agência Portuguesa do Ambiente e que decorre em Tribunal.
O espaço conta agora com iluminação pública, um passeio requalificado, no qual foram reparadas as fissuras que o tornavam perigoso e que levaram a autarquia, no final de março a proibir a circulação pedonal neste ponto turístico em elevado estado de degradação. Nessa altura, foi declarada a situação de alerta por iminente risco de derrocada na sequência do terremoto que se fez sentir.
Com a interdição pedonal, foram retiradas 50 pessoas das casas devolutas que se encontravam no local e que agora foram demolidas. Na altura, o Movimento Vida Justa denunciou que a autarquia não providenciou alternativas habitacionais para as pessoas afetadas. Foi criado um abrigo temporário para estas, numa escola, mas nenhuma acabou por ficar aqui instalada, tendo encontrado abrigo em casas de familiares.
As obras de demolição e requalificação do Cais do Ginjal decorreram ao longo de quatro meses e terminaram com a demolição de todas as casas em ruínas que lá se encontravam. Todo o espaço, com cerca de 90 mil quadrados, está interdito e será alvo de uma reabilitação a cargo do Grupo AFA, responsável pelas demolições e que tem previsto para o local um investimento superior a 300 milhões de euros.