Bateria da Raposa vai passar para o município para vigiar praias e reforçar combate a incêndios

Bateria da Raposa vai passar para o município para vigiar praias e reforçar combate a incêndios

Bateria da Raposa vai passar para o município para vigiar praias e reforçar combate a incêndios

O entendimento entre a Câmara de Almada e o Estado está a ser traçado para a bateria de costa na Mata Nacional dos Medos passar para a gestão da autarquia. Esta antiga estrutura militar vai ter novo uso estratégico de defesa

A Bateria da Raposa, onde funcionou o Regimento de Artilharia de Costa (RAC) – 6, na Costa da Caparica, vai passar para a competência de gestão da Câmara de Almada. Esta é a vontade da autarquia que já formalizou o pedido de entendimento ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), num processo que envolveu a Direcção Nacional do Território.

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O edifício que foi desmilitarizado em 2021, passou do Exército para o ICNF e, segundo a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, o acordo com o Estado considera a “transferência do direito de gestão para o município por 50 anos”, ou seja, não se trata de uma transferência de titularidade.

Quando o processo estiver oficializado, os oito edifícios nos cerca de 6 hectares do antigo RAC-6, na Mata Nacional dos Medos, e com domínio estratégico sobre as praias a sul da Costa da Caparica, vão abrigar o Serviço Municipal de Protecção Civil de Almada, Sapadores Florestais, serviços do ICNF, bombeiros, a instalação de um reservatório de água para apoio ao combate de incêndios, estação elevatória de água dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada e instalação de uma área técnica.

Aberto a visitas da comunidade vai ficar o edifício 8, para onde está destinada a instalação de um núcleo museológico “onde se pretende manter a estrutura e património histórico”, avança a vereadora Francisca Parreira. Na calha está ainda um trabalho conjunto com os municípios onde estiveram, ou ainda estão, baterias de defesa na entrada do Tejo, para valorização desta parte da história militar.

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Segundo a vereadora responsável pela Protecção Civil Municipal de Almada, a área do RAC-6 (extinto em 1999) é um local de “excelência” para instalar este serviço, tanto pelo seu domínio de vigilância das praias e do mar, como para actuar no combate a incêndios numa zona verde sensível co concelho como é a Arriba Fóssil da Costa da Caparica.

“A Câmara Municipal considerou que as instalações da Bateria da Raposa são de importância estratégica para o concelho de Almada e, em 2019, manifestou interesse em as ocupar”, diz Francisca Parreira. No âmbito da descentralização de competências, do Estado para as autarquias, a câmara propôs assim a transferência daquele património para a sua gestão.

A proposta de transferência de competências de gestão deste imóvel para o município de Almada esteve em cima da mesa na reunião de câmara de 5 de Abril, e foi aprovada por todas as forças políticas (PS, PSD, CDU e BE).

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Canhões para defenderem os estuários dos rios Tejo e Sado

A Bateria da Raposa era o 6.º reduto de defesa da costa marítima portuguesa, e destinava-se a proteger a zona compreendida entre a foz do rio Tejo e a foz do rio Sado, sendo apoiada pela 7.ª Bateria do Outão a sul, bastante degradada, e, a norte, pela 5.ª Bateria da Raposeira, na Trafaria, em completo estado de abandono.

Construída entre 1944 e 1958, e bem conservada, a Bateria na Mata Nacional dos Medos está equipada com três peças inglesas Vickers de 234 milímetros de longo alcance.
Cobria a área entre a Trafaria onde está a 5.ª Bateria, e a Serra da Arrábida, onde foi construída a 7.ª Bataria, e reforçava o poder de fogo das mesmas. A última vez que as suas armas dispararam foi em 1998.

O Regimento de Artilharia de Costa foi criado pelas Forças Armadas Portuguesas após a Segunda Guerra Mundial, através do Plano luso-britânico Barron, em 1939, que tinha por missão criar uma força estratégica para impedir o desembarque inimigo de uma força convencional apoiada por unidades navais, nas imediações dos estuários do Tejo e do Sado.

 

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