Agricultores das Terras da Costa, Almada, marcam marcha lenta contra regulamento do Agroparque

Agricultores das Terras da Costa, Almada, marcam marcha lenta contra regulamento do Agroparque

Agricultores das Terras da Costa, Almada, marcam marcha lenta contra regulamento do Agroparque

Marcada para sexta-feira a partir das 8h30 com percurso que começa em direção ao IC20 e termina na Av. Afonso de Albuquerque

A Associação Agrária e para a Proteção Ambiental da Costa da Caparica (AAPACC), no concelho de Almada, agendou uma marcha lenta para sexta-feira contra o regulamento do Agroparque, por considerar que foi feito sem escutar os agricultores.

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O Agroparque das Terras da Costa e do Mar é um projeto que integra o Plano Metropolitano de Apoio às Comunidades Desfavorecias e contempla financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), especificamente do plano estratégico para a execução da Operação Integrada Local 2 – Costa da Caparica, tendo cofinanciamento de 2,75 milhões de euros.

A marcha, segundo a associação, foi decidida por unanimidade numa reunião no dia 10 de agosto, na qual “agricultores e moradores, indignados e preocupados, decidiram avançar para a rua para defender o que consideram ser “o direito à sobrevivência” da agricultura e da própria comunidade das Terras da Costa”.

Com início previsto para as 08h30, a partir da rua Padre Manuel Bernardes, nas Terras da Costa, o percurso será em direção ao IC20, subindo a Via Panorâmica Pablo Neruda, contornando pela rotunda Emissor-Receptor Ondas Poéticas, descida da Via Panorâmica Pablo Neruda e reentrada no IC20 até à Av. Afonso de Albuquerque.

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A inversão de marcha será feita na rotunda da Rua Manuel Agro Ferreira, passando pela Avenida Dom Sebastião, Estrada Florestal, até à rotunda da Foz do Rego e regresso pelo mesmo trajeto até à Rua Padre Mário Lopes, terminando na rua do Juncal, junto à entrada das Terras da Costa.

Em comunicado, a Associação Agrária defende que as regras do regulamento, aprovado na assembleia municipal no final de julho, não têm em conta a realidade do terreno nem as necessidades da produção agrícola tradicional.

“Para a comunidade, este regulamento é mais um instrumento de pressão e limitação da atividade, e não de apoio”, defende a associação.

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Quanto à construção de um Ecoedifício em solo agrícola, que afirmam estar protegido, os agricultores consideram que o projeto é um desperdício de recursos públicos, “totalmente inútil para a agricultura local, e que representa ainda uma ocupação injustificada de solo fértil que deveria estar ao serviço da produção de alimentos”.

Por outro lado, a AAPACC contesta também o fecho da estrada principal de acesso às Terras da Costa, ocorrido há cerca de duas semanas, e relata um episódio que classifica como grave de um dos associados ter, alegadamente, sido impedido de circular e de ter sido alvo de declarações consideradas como ameaça velada.

O bloqueio, segundo a associação, foi feito com gradeamentos e baias cheias de areia no troço junto às obras do Ecoedifício e a segunda alternativa de acesso “está igualmente em obras e, muitas vezes, intransitável devido à queda de baias que chegam a bloquear totalmente a passagem”.

A associação adianta que essa entrada não possui largura suficiente para permitir o acesso de um camião de bombeiros ou de uma ambulância em emergência e que a terceira via possível, pela Torre das Argolas, está a uma distância muito superior, obrigando a um desvio longo que, em caso de urgência, pode significar a diferença entre salvar ou perder uma vida.

Para a associação, esta situação é insustentável e perigosa, bloqueando a atividade económica, colocando em risco a segurança das pessoas e ameaçando a preservação de um dos últimos espaços agrícolas junto à frente atlântica.

“A AAPACC afirma que não vai ficar calada perante medidas e obras que considera lesivas para a agricultura e para a comunidade. Estamos a lutar pelo direito de cultivar, viver e respirar nas Terras da Costa. Esta marcha é um grito de alerta à população, às autoridades e à comunicação social. Se nada for feito, o que está em causa é a destruição de um património agrícola, ambiental e humano único em Portugal”, frisa.

Na reunião de Assembleia Municipal de Almada onde foi debatido e votado o regulamento, a presidente da Câmara Municipal, Inês de Medeiros, disse que houve reuniões abertas com os agricultores, além de sessões de apoio técnico e formações e manifestou total disponibilidade para falar com todos os agricultores para explicar o documento linha a linha.

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