“Bem imóvel apresenta um valor cultural de significado predominante para o município, merecendo adequada protecção e valorização”, garante a vice-presidente da autarquia
O edifício Paço de São João, no Largo da Misericórdia, vai ser classificado como Monumento de Interesse Municipal. A conclusão do processo, que começou a 22 de Janeiro de 2020, acabou de ser aprovada, por unanimidade, na reunião de câmara de 16 de Março.
O imóvel, propriedade de Maria Manuela Barata Feyo, “está abrangido pela Zona Especial de Protecção Conjunta da Igreja Matriz classificada como monumento nacional, e das Igrejas da Misericórdia e Nossa Senhora da Vida classificadas como monumentos de Interesse Público”, disse a vice-presidente do município, Maria de Fátima Soares, na reunião pública.
Referiu ainda que a classificação foi submetida a consulta pública e a parecer prévio da Direcção Geral do Património Cultural. “O bem imóvel identificado apresenta um valor cultural de significado predominante para o município, merecendo adequada protecção e valorização”, acrescentou a autarca.
No que respeita à classificação como de Interesse Municipal, “a Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro (bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural) dispõe que: Consideram-se de interesse municipal os bens cuja protecção e valorização, no todo ou em parte, representem um valor cultural de significado predominante para um determinado município”, e ainda que “a classificação de bens culturais como de (…) interesse municipal incumbe aos municípios” e “será antecedida de parecer dos competentes órgãos e serviços do Estado”, cita a autarquia em nota de Imprensa.
Segundo a proposta de classificação, este imóvel trata-se de “uma casa senhorial de origem quinhentista, com elementos decorativos manuelinos, como colunas com capitéis ligados por arcos e a existência de um belvedere com colunas manuelinas, ao nível do piso superior, para usufruir das vistas sobre o Tejo, devido à sua localização junto da antiga muralha sobre o rio”.
Foi ainda identificado que o edifício foi “alterado e ampliado ao longo dos séculos”, tendo sido criado um “piso de cobertura com duas amplas janelas de sacada, de características pombalinas, com propósito de ampliação de vistas sobre a praia fluvial e portal austero, maneirista em diálogo com a imagem das fachadas de rigorosa simetria, construída dentro do perímetro urbano antigo da vila de Alcochete”.