Estrutura com 14 metros de comprimento e mais de dez espécies de peixes permitiu novas aprendizagens e muita animação
Entre as carpas, barbos e esturjões, foram mais de dez as espécies de peixes que puderam ser vistas em Alcochete. Todas as crianças do ensino pré-escolar, 1.º e 2.º ciclo do concelho tiveram a oportunidade de visitar o maior aquário móvel da Europa e de lá saíram com um sorriso na cara e vontade de aprender mais sobre a fauna e fl ora aquática. Com 14 metros de comprimento e 22 mil litros de água, o aquário gigante (colocado num semi-reboque) esteve desde segunda-feira, 29 de Maio, até quarta-feira, 31 de Maio, colocado no parque de estacionamento do Fórum Cultural de Alcochete, onde foi visitado pelas crianças do concelho alcochetano.
A estrutura gigante, que está a fazer uma digressão pelo País no âmbito do projecto “O Fluviário Vai à Escola”, fez um enorme sucesso entre os miúdos (e não só), devido à variedade de espécies em exposição. Os perigos da poluição nos rios, a importância da preservação das espécies para garantir a sustentabilidade dos recursos naturais, a fauna e a fl ora aquáticas ou o risco de espécies invasoras, foram alguns dos temas sobre os quais as crianças e jovens aprenderam de modo rigoroso, mas sempre divertido. As várias sessões tiveram tanto de divertido como de pedagógico, sendo que a linguagem usada foi adaptada aos diversos níveis de ensino.
O programa abordou diversos temas, adaptados e personalizados a cada ciclo de ensino, e uma galeria sensorial onde os mais pequenos tiveram a oportunidade de aprender várias curiosidades sobre as espécies que vivem no mar. Os mais novos também puderam alimentar os peixes do aquário, fi cando dessa forma a conhecer os nutrientes e quantidades indicadas para a saúde e bem-estar dos mesmos.
“As crianças saem daqui com um sorriso”
O principal responsável pela animação e aprendizagem das crianças é Lúcio Pimpão. O educador ambiental, que em declarações ao jornal O SETUBALENSE, contou que a resposta dos mais novos em Alcochete foi de muita curiosidade e vontade de aprender mais sobre esta realidade. “Como é que conseguimos alimentar os peixes ou como é que eles conseguem alimentar os peixes? Muitas curiosidades sobre os peixes, por eles terem barbilhos, por eles estarem sempre a abrir e fechar a boca. Tudo tem uma resposta científica que nós tentamos desmistificar para ser muito mais básica para eles e que eles consigam realmente, com alguns exemplos simples, perceber estes comportamentos dos animais na natureza”.
O feedback tem sido bastante positivo, pelo menos assim o garante Lúcio Pimpão. “As crianças saem daqui com um sorriso, os professores também saem daqui muito felizes e muito contentes. Nós estamos bastante felizes de ter estado aqui três dias, seja com as crianças ou com a população ao final do dia, foi muito positivo este balanço”, referiu.
Lúcio Pimpão explicou que o projecto ‘O Fluviário vai à escola’ é “único”, uma vez que se trata do maior aquário móvel da Europa que nós temos e que se desloca até às escolas e municípios. O educador ambiental classifica as suas apresentações como “extremamente comunicativas e extremamente dedicadas às crianças”, coexistindo sempre com uma “interacção e comunicação contínua”. “Aquilo que nós pretendemos sempre é o sorriso das crianças, que elas saiam daqui com um sorriso nos lábios, que elas aprendam também connosco e que tenham uma experiência única. É isso que nós tentamos proporcionar e para isso temos o nosso aquário com as nossas espécies”.
O educador enalteceu as actividades que se seguem à sua apresentação diante do aquário, onde os mais novos têm outra experiência. “Temos também a nossa galeria sensorial, em que eles podem tocar nas réplicas. São modelos anatómicos reais onde se percebe os diferentes tipos de escamas, diferentes tipos de pele, as diferenças anatómicas entre cada espécie. Aquilo que fazemos quando vamos às escolas e aos municípios acaba por ser um evento global e único, de certa forma, também porque proporcionamos estes momentos únicos às crianças”, refere.
Quanto às origens deste projecto, Lúcio Pimpão esclarece que este tipo de trabalho com as crianças já era feito, sobretudo na Polónia e nos países nórdicos. A realidade alterou-se há cerca de três anos, após a organização perceber que “fazia todo o sentido enquadrar este projecto, ainda com uma dimensão maior, com uma apresentação muito mais longa e com a galeria sensorial”. Foi desta forma que Lúcio Pimpão e os seus “amigos” perceberam que “fazia todo o sentido trazê-lo para Portugal”.
O educador ambiental garante que este projecto tem sido um “sucesso”. “Temos estado em várias escolas de muitos municípios. Desde então que acabamos por trabalhar e dedicar grande parte do nosso tempo aqui em Portugal, com este projecto”, rematou.