Participantes recolheram lixo e debateram mobilidade justa e ecológica
A praia fluvial do Samouco acolheu, na passada sexta-feira, o convívio intitulado “Terra-Aterra” que visou sensibilizar a população para as consequências da instalação do novo aeroporto na BA6, no Montijo. A iniciativa juntou dezenas de pessoas que participaram numa acção de recolha de lixo, pela manhã, e em actividades de lazer, durante a tarde, destacando-se uma conversa subordinada ao tema ‘Imaginando juntos novos caminhos: por uma mobilidade justa e ecológica’.
“Somos pessoas de vários grupos e abordagens, a tentar encontrar uma convergência para agir em relação a este modelo de desenvolvimento que passa pelo aumento da aviação, que é tão prejudicial para a saúde humana, para os ecossistemas locais, e mais amplamente provoca a catástrofe climática”, resumiu Luís Falcão, um dos activistas da campanha Aterra, que promoveu o encontro.
“Os impactos para a saúde estão estudados noutros aeroportos, como Heathrow, em Londres: afecta gravemente o desenvolvimento cognitivo nas crianças, o sono, contribui para acidentes cardiovasculares e depressão. O Montijo não tem nada a ganhar, só tem a sofrer com isto. Há ainda todo o trânsito rodoviário gerado”, acrescentou Hans Eickhoff, médico, membro da Rede para o Decrescimento, um dos grupos que participa na campanha Aterra.
A iniciativa contou com a participação de elementos ligados a vários grupos, como Stop Despejos, Plataforma Cívica Aeroporto BA6 – Montijo Não e Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA), entre outros.