28 Junho 2024, Sexta-feira

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António Casimiro: Futuro engenheiro físico com os pés bem assentes na terra

António Casimiro: Futuro engenheiro físico com os pés bem assentes na terra

António Casimiro: Futuro engenheiro físico com os pés bem assentes na terra

Gosta de viver Lisboa a partir de Alcochete. E está na vida como na ciência. Aos 20 anos, concilia o gosto pelo conhecimento com a frugalidade, sem grandes metas e projectos. O único sonho, para já, é ser feliz

 

António Pedro da Silva Alves Freitas Casimiro, de 20 anos, será um futuro engenheiro na complexa área da Física dentro de poucos anos. Para já é um promissor estudante em Engenharia Física na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

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Está no segundo ano da licenciatura, com uma média de 16,5 valores que já lhe valeu o Diploma de Mérito Académico. Tem sido sempre aluno dos quadros de mérito, nos diferentes níveis de ensino. Tenciona fazer também o mestrado, mas, para o que se seguirá, ainda não faz planos.

Fez o ensino básico e o secundário em Alcochete, sempre tive bons resultados, tendo recebido sempre, desde o 4.º até ao 12.º anos, diplomas de mérito. A única excepção foi o 6.º ano. “Diria que os resultados que alcancei acabam por ser a minha maior conquista ao longo do meu percurso como estudante”, conta ao jornal O SETUBALENSE.

“Nasci em Lisboa onde vivi durante os meus primeiros 4/5 anos de vida. Depois mudei-me para Alcochete e cá fiquei desde então. Fiz toda a minha escolaridade cá e apenas quando fui para a universidade é que acabei por estudar fora de Alcochete, mais especificamente na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.”, relata António Casimiro.

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Encontrou-se com O SETUBALENSE numa quente tarde de Maio. Um sábado e o local que escolheu condiz, como é natural, com a pessoa. A Biblioteca Municipal, com o seu recato e silêncio envolto numa arquitectura moderna, revela-nos um jovem reservado, que se mostra promissor, não só nas notas escolares, mas também na maturidade precoce.

Filho de um funcionário da Marinha e de uma administrativa, nunca deu muito trabalho nem preocupações aos pais no que diz respeito à escola, porque sempre se dedicou muito ao estudo.

“Tenho de dar o meu melhor”, justifica. Mas não que alguém o exija. O compromisso é consigo próprio. Em casa, nunca houve essa imposição, até porque também nunca houve essa necessidade. “Sempre veio tudo de mim. Sempre tive gosto em tirar boas notas e mesmo em estudar, aprender novas coisas.”, explica. A família não obriga, mas pode haver alguma influência, genética ou outra, porque o irmão mais novo de António, estudante do 11.º ano, também está no curso de Ciências.

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Apesar de estar na área da Engenharia Física, a sua verdadeira paixão, “desde sempre”, é a Matemática.

“Sou apaixonado pela matemática. Gosto muito de trabalhar com os números. Na Física gosto sobretudo da parte das forças.” As forças são a mecânica da física. Imagina-se a trabalhar em Portugal, pelas raízes que ganhou durante a vida e por feitio. “Batalhar com um exercício até perceber uma coisa é, no final, muito satisfatório”, diz António.

Na Física, em geral, cativa-o a percepção científica da realidade. “Gosto muito de como podemos descrever boa parte da realidade que conhecemos com algum tipo de fórmula, bem como de todo o processo matemático que está por trás. Acho também muito interessante e satisfatório aprender mais sobre diversos efeitos físicos que existem à nossa volta.”, refere.

Na física pode trabalhar-se em várias áreas, como Economia ou Robótica, mas António ainda não sabe qual será o caminho. “Ainda não me vejo a fazer nada em específico, digamos que estou ainda à procura da minha vocação. No entanto, com a quantidade de saídas que a Engenharia Física tem, o que não me falta são escolhas.”, diz o futuro engenheiro.

“Nunca fui uma pessoa muito sonhadora. Diria que o único sonho que tenho é ser feliz e viver uma vida confortável, o que com o estado actual do planeta vamos ver se não é pedir muito.”, acrescenta.

Reservado e optimista

Reservado, as voltas, na infância e adolescência, foram sempre na vila. “Sou uma pessoa muito conformada. No futuro talvez mude”.

Quando foi para a faculdade, começou a explorar Lisboa, a zona da baixa e o Campo Grande. Gosta do cosmopolitismo da cidade, mas não para viver. “Viver em Lisboa talvez seja caótico demais, mas ter Lisboa perto, para ter essas vivencias sem grandes deslocações”, é uma ideia que lhe agrada.

A exigência com os estudos torna difícil conciliar a universidade com os hobbys, como os jogos electrónicos, que adora, mas, ainda assim, não dispensa a leitura. Sobretudo de romances. Livros técnicos, relacionados com física, é que não, quando se trata de lazer. Gosta de contos, por exemplo, de Edgar Allan Poe, o romântico autor, poeta, editor e crítico literário norte-americano, e Sherlok Holmes, a personagem criada por Arthur Conan Doyle. Quando fizemos esta entrevista estava a ler ‘A Little Life’, de Yanagihara Hanya. Um ‘calhamaço’ de 700 páginas que assusta muitos jovens.

Além da leitura, mantém alguns passeios solitários e saídas com amigos. Até porque, por vezes, “os estudos também obrigam a algumas pausas”.

Reconhece que não é muito ligado às tradições de Alcochete, como os toiros e as Festas do Barrete Verde, mas gosta de acompanhar. Outra área do conhecimento de que gosta é a História, sobretudo de Portugal, e nessa área, valoriza o facto de D. Manuel I ter nascido em Alcochete. Ocorre-lhe, frequentemente, que está a viver no local que um dos reis mais grandiosos de Portugal conheceu bem, há mais de 500 anos.

A política é “um tema importante” a que não se dedica tanto quanto gostaria. Mas vai sempre votar. “É importante votarmos. Todos temos esse dever. É o mínimo que devemos fazer uma vez que se lutou tanto pela democracia”.

Optimista. Tenta sempre “ver o lado bom das coisas, ou, pelo menos, retirar os aspectos positivos”.

 

António Casimiro à queima-roupa

Idade: 20 anos

Naturalidade: Lisboa

Residência: Alcochete

Área: Engenharia Física

Apaixonado pela matemática, prepara-se para terminar a licenciatura com notas de mérito. Para já, não se vê a trabalhar no estrangeiro.

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