29 Março 2024, Sexta-feira
- PUB -
InícioLocalAlcácer do SalVítor Proença: “Hoje sinto que o fardo é muito mais pesado”

Vítor Proença: “Hoje sinto que o fardo é muito mais pesado”

Grato pela confiança que já recebeu para três mandatos consecutivos em dois municípios diferentes, autarca comunista confessa que sente ainda maior responsabilidade

 

- PUB -

No início do último mandato como presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença faz o balanço dos primeiros 100 dias. Tem já um feito que o deixará para a história, mas ainda não pensa em calçar as pantufas.

Que avaliação faz dos primeiros 100 dias deste mandato?

Tem sido um período de reorganização interna, decorrente de duas razões fundamentais: a primeira, preparar uma nova geração de funcionários, técnicos superiores, assistentes técnicos e assistentes operacionais, para o fluxo de aposentações que está em curso e que se vai acentuar no ano de 2022, e que vai conduzir à saída de excelentes funcionários. São pessoas muito experimentadas e que têm que dar lugar a esta nova geração que, desde há quatro ou cinco anos, começámos a preparar para funções técnicas e funções administrativas.

- PUB -

Essas saídas têm impacto sobretudo na qualidade ou a quantidade também é relevante?

Tudo somado, a quantidade e a qualidade. Os primeiros 100 dias também têm sido marcados pela preparação do mandato, não só as Grandes Opções do Plano, para os quatro anos, como o fecho de projectos para lançar obra, empreitadas, para virem a ser financiadas ou pelo PRR ou pelo Portugal 2030. Em terceiro lugar, esses 100 dias são marcados pela vacinação e pelo acentuar dos testes. A testagem das pessoas tem sido um trabalho muito exaustivo, com a participação directa da Câmara Municipal, financeiramente, no caso dos testes – oferecemos quatro testes a cada trabalhador e testamos também os funcionários das IPSS – e tivemos a colaboração dos militares no período da vacinação e, mais recentemente, as crianças também foram vacinadas. Estes três elementos marcam os primeiros 100 dias deste mandato.

E que balanço faz do exercício do ano anterior?

- PUB -

Direi que é marcado por dois factores-chave. Um factor foi o combate à pandemia, as medidas profilácticas e de vacinação, em que a Câmara Municipal foi parte do êxito com os profissionais de saúde. É um trabalho comum à maioria dos municípios portugueses, mas isto marcou imenso Alcácer do Sal. O segundo factor é a confirmação da nossa vitória nas últimas autárquicas, que marca o último ano como uma prova de confiança da população à nossa gestão. E, no caso que me toca, uma satisfação por entrar no último mandato e ter sempre a bandeira da CDU, onde eu estive [Santiago do Cacém], e aqui em Alcácer com vitórias assinaláveis e com as pessoas a confiarem no nosso projecto, que é colectivo. Não é um projecto individual, mas eu sou parte, e continuo a ser o único elemento do Distrito de Setúbal que foi presidente em duas Câmara distintas, sem fronteiras geográficas, e por três mandatos. Alcácer não tem fonteira geográfica com Santiago do Cacém. Isso não deixa de ser uma satisfação, mas, ao mesmo tempo, dá-me uma carga de responsabilidade muito maior do que aquela do que tive no passado. Hoje sinto que o fardo é muito mais pesado e vou tentar, tudo por tudo, honrar este projecto, pelo tanto que têm confiado na minha pessoa.

Em termos das contas municipais de 2021, já tem ideia?

Vamos terminar com um saldo orçamental, um superavit, de 5 milhões de euros. E com o prazo médio de pagamento a fornecedores de 24 dias, aliás, desde 2014 temos vindo a terminar sempre com períodos inferiores a 25 dias de prazo médio de pagamento, 26 dias para ser mais preciso. O exercício de 2021, é também o maior investimento de sempre em obra física. O município, por um lado, vendeu um activo forte, de 7 milhões de euros, no Brejo da Carregueira, que podíamos perder para sempre, porque ia passar para terreno rústico se não temos alienado aquele terreno, para ele ser urbanizável, e nós não conseguiríamos pagar as infra-estruturas. E a arrecadação de verba serve para fazer mais obra. Nunca a Câmara de Alcácer do Sal tinha feito tanta obra como fez. Aliás, do ponto de vista dos recursos aos financiamentos comunitários, Alcácer nunca tinha tido, na sua história, num quadro financeiro plurianual, 10 milhões de euros, como obteve no Portugal 2030, no FEDER. Isto é histórico. Alcácer está a rivalizar, no bom sentido, com municípios muito mais poderosos, do ponto de vista económico, de população e de recursos, como são os casos de Santiago, Grândola, Sines e mesmo. Estamos com uma pujança muito grande, do ponto de vista de captação de financiamentos comunitários.

Sobre a venda do terreno, o PS diz que a Câmara teve que vender para equilibrar as contas.

O PS, já o disse publicamente, quis vender aquele terreno em 2012, quando governou Alcácer do Sal. Foi o PS que criou aquele terreno como urbanizável, num negócio que fez, na altura, com a Herdade da Comporta, quando criou o Plano de Pormenor do Brejo da Carregueira. Chegou a ser investigado todo o processo pela Inspecção-Geral da Administração do Território. É o PS que tem sobre os ombros, do ponto de vista político, os crimes urbanísticos cometidos naquela zona. A gestão actual limitou-se a fazer, por um lado, gerir um activo que é propriedade do município e, por outro lado, aquilo que o PS tentou fazer em 2012 e já não conseguiu, porque, entretanto, em 2012, perde as eleições. Vender é natural, como a Câmara de Sines tem vendido terrenos, como a Câmara de Santiago, de Grândola, Odemira e outros municípios que vendem activos quando se justifica. Nós continuamos a ter terrenos e comprámos, também, um terreno, por 800 mil euros, 13 hectares para a área de localização de empresas. Não se pode falar, nunca, como se fosse um custo. A venda de um activo serve para fazer mais obra e para comprar outros terrenos, neste caso para vocação empresarial.

Já começa a pensar na reforma ou ainda está muito longe disso?

Tenho 65 anos, sinto que estou na pujança da minha vida, sinceramente, na pujança das minhas faculdades, muito mais experimentado. O meu foco, agora, são quatro anos, que ainda é um período muito exigente, com muitas ideias, muitos projectos, que eu e a minha equipa toda temos pela frente. Em breve vamos trazer novidades e coisa boas para Alcácer. O meu pensamento diário é sempre esse, tudo em prol de Alcácer.

E depois logo se vê?

Acho que ainda é muito cedo.

- PUB -

Mais populares

Selecção Nacional lança equipamento com semelhanças “inegáveis” ao do Vitória FC

Designer da camisola dos sadinos garante estar “lisonjeada” e realça que se trata de “pelo menos uma grande coincidência”

Praça do Brasil permanece em mudança e avança com transformação urbana

Espaço começou ontem a ser preparado para ser criada uma área exclusiva de usufruto público

“A peça do Zeca Afonso não é minha, é das pessoas de Setúbal”

Ricardo Crista tem trabalhos espalhados por todo o mundo. Autor do memorial a Zeca Afonso revela nova peça que vai nascer na cidade
- PUB -