Nova gerência de emblemática marca setubalense aposta na pastelaria própria e produtos regionais
Novos produtos, novas abordagens ao negócio e ao mercado e criar condições não só de subsistência, mas também de crescimento. São estas as linhas essenciais da nova gestão da Setpão que assumiu as rédeas da bem conhecida padaria setubalense em 2020. Ventos de mudança, “mas sem perda de identidade”, garantem os novos responsáveis.
Durante mais de 30 anos a padaria serviu a comunidade através de panificação pura e dura e essa identidade não se irá perder. “Uma garantia que demos ao senhor Joaquim da Palma, fundador desta padaria, na hora de assinar o contrato”. Mas com nova gerência a Setpão apresenta uma oferta diversificada com novas variedades de pães, pastelaria própria complementada pela venda de produtos, licores e vinhos regionais em loja.
“Com este conceito queremos estar mais perto dos nossos clientes”, frisa João Neves, que, juntamente com o seu irmão Pedro, apostaram em dar à Setpão uma visão de futuro assente numa gestão moderna e inovadora no presente.
A aposta na empresa de Setúbal, por parte destes dois irmãos naturais de Lisboa, é justificada por João Neves. “Vimos na Setpão um potencial gigantesco. Gostámos do espaço, da localização e do ambiente. A empresa estava mesmo naquele ponto em que apetece acrescentar mais qualquer coisa. Além disso tem uma história bonita, uma história de sucesso”.
Ainda com um caminho muito curto percorrido, desde Outubro, a Setpão, revela João Neves, vai crescer em três caminhos que se cruzam sendo totalmente diferentes. “Vamos manter o negócio da panificação, tal como sempre existiu, servindo os clientes profissionais com a venda em grosso de pão. Um segundo vector é o da pastelaria. Vamos também desenvolver o pão de restauração, o pão de brioche, o pão de cachorro e o pão de hambúrguer, com e sem sementes, porquê? Porque queremos e vamos entrar no mundo da restauração e dos eventos”.
O balanço, revela com satisfação, “é positivo”. Mais do que estava planeado, os obstáculos que esperávamos encontrar essencialmente relacionado com a pandemia fomos capazes de os ultrapassar com relativa facilidade porque a aceitação foi muito grande. Achámos que o conceito era interessante, cómodo, prático e próximo, mas não conseguíamos quantificar os níveis de aceitação por parte das pessoas, mas agora com os dados reais que temos, podemos dizer que os resultados são muito superiores ao esperado”.
Nesta altura, a Setpão, tem uma estrutura composta por 34 funcionários,”28 dos quais transitaram da anterior gestão para a nossa respeitando um desejo do senhor Palma”, realça o empresário. “E esperamos duplicar esse número no espaço de um ano”, acrescenta.
Os planos para um “crescimento sustentado”, estão bem definidos destaca João Neves. “A Setpão identificou necessidades e uma era a proximidade, fazer a venda directa ao consumidor e para isso sabíamos que tínhamos de avançar com o conceito de loja. Abrimos primeiro em Xabregas, Lisboa, por ser um sítio com o qual nos identificamos porque somos daquela zona”. Abrimos depois uma segunda loja em Setúbal. Se estamos a aqui a produzir era essencial termos uma loja na nossa fábrica um espaço onde as pessoas podem vir diariamente fazer as suas compras. Depois fomos desafiados a abrir mais lojas por pessoas que não sendo da Setpão, colaboram connosco, acreditam em nós. Entendemos isso como uma evolução positiva O primeiro teste que estamos a fazer é com a loja de Palmela que não é nossa propriedade, para já as coisas estão a correr muito bem”.
Crescimento Talvez mais lojas na região
João Neves diz que “novas lojas com a marca Setpão, podem vir a ser uma realidade. A porta está aberta a outras oportunidades. Temos convites para abrir lojas em Campo de Ourique, Barreiro e Montijo porque há mais gente que acredita e se identifica com este conceito e que gostaria de ter uma loja Setpão”. Este crescimento físico da Setpão, acrescenta, “para além do seu local de origem muito dificilmente se estenderá para além dos limites do distrito de Setúbal, com raras excepções e uma delas é Lisboa. Queremos crescer de uma forma sustentada e acompanhada por nós no sentido de melhorar, corrigir e fazer ajustes no modelo e no conceito. Quando se começa há uma ideia, um conceito e para crescer é preciso acompanhamento e controlo diários”.
Para os irmãos Neves “com os conselhos do Sr. Palma, crescer significa ter ponderação, os pés bem assentes no chão e estar presente fazendo a diferença”.