Uma voz contra as desigualdades

Uma voz contra as desigualdades

Uma voz contra as desigualdades

A Educação como ferramenta de transformação social

Ainda que um membro recente da Escola Superior de Educação, Cristina Roldão procura ter um papel ativo no desenvolvimento da mesma “é investigadora no ISCTE, trabalha em Sociologia e é alguém que tem preocupações com a sociedade em que vivemos, do ponto de vista das desigualdades”, com principal destaque para o racismo, muito presente em Portugal. Foi sempre uma criança com uma necessidade de compreender as “questões da injustiça, porque também havia muito à minha volta”, e, por isso, segue o seu percurso académico como forma de se tornar alguém preponderante neste combate. A pobreza, os padrões na sociedade, as questões de género, o racismo, “foram coisas que a mim sempre me inquietaram e que quis perceber porque é que isso acontecia para poder contribuir para a sua mudança”. A inquietação perante as desigualdades sociais, foram um dos motivos que levaram a socióloga à área da educação. Acredita na instituição escolar como um palco para a transformação social, mas também “sou muito crítica e tenho muitas deceções com o sistema educativo tal qual está organizado”. Mesmo assim, procura através da sua atividade profissional expandir a consciência nos seus alunos, acreditando por isso, que um bom docente “exige organização, preparação, aquelas coisas que são básicas” e que não surgem como resposta orgânica quando os docentes são questionados sobre a profissão. De igual modo, a proximidade com os alunos e a utilização de exemplos dos seus quotidianos são questões valorizadas pela professora, um dos seus principais investimentos é “despertar o interesse, o compromisso com o conhecimento, porque é que eu estou a aprender isto e porque é que isto é importante”. A partir de 2017, continua a sua trajetória na ESE, onde sente que existe uma essência de comunidade, distinta das restantes instituições de ensino superior em Portugal, “Eu não vou lá só trabalhar, os alunos eu sinto que também não estão lá só a estudar, vão-se criando ali relações também de afeto e de acolhimento”. Não só um espaço familiar, a Escola Superior de Educação é para a docente, uma local onde existe vontade em gerar o debate sobre temáticas consideradas complexas ou até mesmo deixadas de lado, uma vez que existe uma forte tendência para o não questionamento do sistema, “na ESE há abertura e há apoio para esse tipo de iniciativas”, mesmo assim considera que poderiam ser feitas melhorias nas condições de trabalho, não só nesta, mas nas diversas estruturas educativas. Em tom de desfecho assume que pensar na ESE é refletir sobre uma “comunidade crítica”, não que pensem todos de forma igual, ou tenham as mesmas lutas, “Mas é um local onde eu sinto que isso está em cima da mesa, que as pessoas vão, comentam, falam.” 

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