Psicologia e Ensino em Diálogo 

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O formar professores para moldar o futuro  

Ana Moura olha pela janela, e no reflexo do vidro cruzam-se o seu passado e o seu presente. As vivências que carrega contam histórias de quem se dedicou à mente humana, este ramo surgiu assim por acaso através do seu pai, “ele e os padres, os padres amigos dele, falavam um bocado de psicologia, eu ouvia” e “depois decidi, com 16 anos, ir para a psicologia”. // Iniciou as suas funções nesta área, concretamente na Educação,  na Universidade Nova de Lisboa a fazer formação de professores, porém houve um concurso, em 1988, e o desejo da diferença na Escola Superior de Educação. Nos primeiros tempos, a instituição não possuía instalações próprias “O primeiro ano em que trabalhei na ESE dei as minhas aulas onde é agora o IEFP”, o Instituto do Emprego e Formação Profissional. Apesar de todos os contratempos, o arranque da instituição foi marcado por uma “equipa excecional” com a “ideia de sermos diferentes”, composta por “mulheres únicas”, menciona, entre estas, Ana Maria Bettencourt, Lisete Barbosa e Maria Emília Brededore. // Ao longo da sua carreira na ESE teve a oportunidade de participar em vários projetos internacionais  que enriqueceram a sua formação profissional e pessoal. Destaca o estágio coordenado por Stanislaw Tomkiewicz, o projeto com a Universidade de Edimburgo, com a Escócia, com a Holanda, o projeto DIDAKTIC no âmbito do programa Sócrates dirigido por Frederich Buckberger e a Formação de  Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola. Para a docente essas experiências foram fundamentais para o seu crescimento, “Eu tive uma vida maravilhosa, trabalhei que me fartei, porque eu estava 15 dias em Angola tinha que levar os materiais todos, mas não só trabalhava com pessoas interessantíssimas como conhecia um país incrível”. // Contudo, observa como a relação entre professores e alunos têm evoluído ao longo do tempo, defende que já não se pode ensinar como antigamente “o ensino tradicional as pessoas aguentam, começam a pensar pela cabeça delas, não aguentam, querem fazer perguntas e devem [ri-se], depois surgiram os telemóveis, houve uma pandemia e cada geração é diferente”. Neste paradigma reconhece a difícil realidade dos professores como a falta de escolas fixas, salários baixos, a necessidade e pressão para agradar a sociedade, neste caso aos pais, “Professor que não passe trabalho de casa é como médico que não passa remédio, não é bom”. // Hoje, os pequenos momentos, aqueles que realmente importam, encontra a sua felicidade  na leitura, em viagens e na companhia da sua família “porreira”.  Após uma jornada intensa, repleta de conquistas e desafios,  sente-se nostálgica “ a minha vida na ESE, [voz trémula] foi uma vida, encheu-me de uma vida”. 

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