Entre a pá e o giz

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Os artefactos de Ana Alcântara

“Há coisas que a vida nos põe à frente, nós experimentamos e muda completamente o nosso percurso”, foi assim que a coordenadora da Licenciatura em Educação Básica descobriu o seu gosto por lecionar. Ainda no secundário, a docente sabia que o rumo da sua vida iria passar pela área das ciências, mas o gosto pela história fê-la “refazer o exame nacional do 12.º ano para conseguir concorrer a Arqueologia e pronto, entrei”, relembra. Foi entre passos no meio das ruínas que se tornou “arqueóloga de terreno”, mas as “condicionantes da minha vida” fizeram com que se dedicasse “mais à área da investigação das coleções arqueológicas”. A apaixonada pelo passado de forma a “completar a minha formação mais técnica” decidiu, em 1999, frequentar um curso de Animação Sociocultural promovido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, confessando que sente “que o bichinho da educação surgiu daí”. O desejo de ensinar ainda não fazia parte dos seus cadernos de campo, mas algo fez com que o seu destino se cruzasse com a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, “foi aqui que descobri de facto que até podia ser professora em vez de ser só investigadora”, [sorri]. Até hoje, o maior obstáculo que atravessa dentro das suas salas de aula “é ensinar história ou questões da área do património a pessoas que não vão ser não serve para perceber o que se passou para trás, ela é fundamental para percebermos o mundo em que vivemos hoje e em que mundo é que queremos viver amanhã”. O desafio de coordenar a Licenciatura de Educação Básica, foi o projeto mais recente em que embarcou na sua vida, “foi um convite que surgiu por parte da direção, mas devo dizer que nunca tinha coordenado um curso antes, mas ajudou muito saber que não ia estar sozinha”. Foi em conjunto com a professora Sílvia Ferreira que decidiu “abraçar este desafio” que confessa ter sido “uma das maiores responsabilidades” e o maior culpado por “menos horas de sono.” [ri levemente]. “Diversa, solidária, acolhedora e descontraída” é a visão que Ana Alcântara tem no decorrer da sua história na ESE. O local em que se permitiu “descobrir como uma nova vertente de mim” e onde quer ser recordada por “alguém com quem se aprende e a quem se ensina”. Traça o seu mapa com coordenadas no qual o “caminho se vai fazendo caminhando”, em que se escava o passado e se molda o presente na sua paixão pela descoberta do incógnito, “o que interessa de uma viagem não é o percurso, mas sim o destino”. 

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