Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro: “Futuro passa pela criação de um conservatório para serem apurados jovens com gosto pela música”

Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro: “Futuro passa pela criação de um conservatório para serem apurados jovens com gosto pela música”

Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro: “Futuro passa pela criação de um conservatório para serem apurados jovens com gosto pela música”

Banda da associação

Designada primeiramente como Academia Phylarmonica, é a mais antiga associação do género no concelho do Montijo

 

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“Foi neste dia de glória que a 1.º de Dezembro nasceu. Foi mais uma grande vitória deste povo que nada temeu. (…) Tão pequena nasceu mas depressa cresceu. E tão grande se fez, quem diria?”. Assim começa a Marcha Cantada de homenagem à Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, a mais antiga associação do género no concelho do Montijo. A sua criação ficou a dever-se à “Sociedade Recreativa, fundada em 1854 pela elite local de Aldegalega. Esta, em 1868, veio dar origem à Academia Phylarmonica 1.º de Dezembro”, começa por explicar Joaquim Baliza, presidente da colectividade. A sua fundação resultou “da união entre um grupo de pessoas que formou um conjunto filarmónico improvisado, designado de SóLiDó, por ocasião do restabelecimento da Comarca em Aldegalega vinda da Moita, com outros elementos da vila”, conta.

A nova sociedade é, assim, erguida “na Rua da Calçada, actual Rua da Bela Vista”, com o propósito de desenvolver, “para além da prática musical”, “teatro, bailes, bazares, quermesses, leitura de jornais, bilhar, loto e jogos de mesa”. Para além destas actividades, a sua actuação em diversas festas tradicionais era também considerada como um marco importante. Neste local permaneceu até 1950, ano em que “um grupo de sócios comprou um terreno na Avenida Dom João IV para a expandir, local onde permanece até hoje”, explica o actual presidente.

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Não só na música a colectividade traçou a sua história, tendo sido “a principal impulsionadora para a criação de um corpo de bombeiros no Montijo”. “A oportunidade surgiu quando, por volta de 1900, alastrou um grande incêndio na Aldeia Galega e não existia corporação para actuar nestes casos”, revela Joaquim Baliza, acrescentando que “passado algum tempo foi considerado que era tempo de crescer e fundou-se a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Montijo, considerada a filha da colectividade”.

Nas duas décadas seguintes, de acordo com a informação publicada no livro dedicado à história da Sociedade Filarmónica, a associação viria a passar por “alguns problemas financeiros graves com a transição da Monarquia para a República e com as dificuldades resultantes da I Guerra Mundial, problemas que não atingiram maiores proporções devido ao espírito de solidariedade existente entre os sócios”.

Com cerca de 1 100 associados, a associação veio a adaptar-se “aos novos interesses demonstrados pela população”. “Há cerca de 15 anos foi criada a Academia de Artes, aberta a toda a população, sendo este o grande pilar e o sustento desta casa. Sem ela não conseguiríamos ter muitas das actividades que oferecemos. Com o contributo de 20 professores e dois maestros, são desenvolvidas actividades ligadas à música, como o ensino de piano, violino, guitarra clássica e eléctrica, órgão, acordeão, entre tantos outros, ligadas à dança, como ballet, kizomba, sevilhanas, oriental, samba e hip-hop e, ainda, ao desporto”.

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Para o futuro, há a vontade de “fazer a colectividade crescer ainda mais”. “Esta é a associação mais velha do concelho. É a que tem mais vida e a mais pujante de todas e, por isto, temos de continuar a investir nela. Estamos a desenvolver um projecto direccionado para a banda de música que consiste na criação de um conservatório para serem apurados jovens com gosto pela música e que queiram frequentar a banda. Temos cerca de 20 alunos mas queremos triplicar, pois também precisamos de jovens que aprendam a tocar piano e instrumentos de sopro”. “Este é um projecto essencial para a banda continuar”, conclui.

Sociedade reconhecida a nível nacional e internacional

No decorrer dos últimos 165 anos, a “Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro alcançou diversas conquistas que a marcaram”. O primeiro prémio que venceu, “no Concurso de Bandas no Jardim de Whittoyne em Lisboa”, chegou em 1876 “sob a regência de Francisco Pedro Symaria”. A partir deste momento muitos foram os feitos alcançados, tais como “ser convidada pelo rei D. Carlos para ir actuar a Lisboa e pelo rei D. Luís para tocar na cerimónia de lançamento da primeira pedra do monumento do Duque da Terceira e ganhar mais concursos, sob a direcção do maestro Baltazar Manuel Valente”, conta Joaquim Baliza.

A nível internacional foi também distinguida por múltiplas vezes. Segundo a informação publicada no seu livro, “a banda atingiu elevada craveira artística, tendo obtido importantes prémios, dos quais se destaca o do Concurso Internacional de Bandas Civis, em Kerkrade, na Holanda”. Aquando desta conquista “foi-lhe atribuída a Medalha de Ouro de Instrução e Arte pela Federação das Colectividades de Cultura e Recreio, no Pavilhão dos Desportos”. Entre as décadas de 60 e 70 regressou de novo à Holanda, país no qual voltou a vencer o mesmo concurso e onde, anos mais tarde, “conquistou um segundo e terceiro lugar num concurso de bandas e marchas”.

B.I.
Nome: Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro
Também conhecido por: Academia Phylarmonica 1.º de Dezembro
Localidade: Montijo
Data de Fundação: 1 de Dezembro de 1854
Principais actividades: Banda Filarmónica, Academia de Artes e Actividades Desportivas Actual presidente: Joaquim Baliza

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