CRI assinala 105 anos em Agosto e renova campo com obras no recinto

CRI assinala 105 anos em Agosto e renova campo com obras no recinto

CRI assinala 105 anos em Agosto e renova campo com obras no recinto

Alguns dos sócios fundadores do CRI

A pouco tempo de festejar mais um ano de vida, a colectividade de Alhos Vedros aposta agora em obras de melhoramento no Parque Desportivo Artur Ferreira Gouveia, situado junto à urbanização Vila Rosa, no Bairro Gouveia

 

Prestes a completar o seu 105º aniversário, o Clube de Recreio e Instrução (CRI), sedeado inicialmente na Rua Arnaldo Cortiço (também conhecida por Rua do Castelo), na freguesia de Alhos Vedros, concelho da Moita, foi fundado a 8 de Agosto de 1915 para “propagar a instrução” literária e científica, através da realização de conferências e de um gabinete de leitura na sua biblioteca. Decorrido mais de um século, a equipa que dirige a colectividade tem vindo a apostar em obras de melhoramento que estão a decorrer no seu campo de futebol, situado no Bairro Gouveia, embora a secção tenha estado suspensa desde o início da pandemia Covid-19.

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“Neste período da nossa vida em que (quase) todas as actividades estão paradas, alguns directores do Clube, entre os quais o presidente, arregaçaram as mangas e puseram a mão na massa”, afirmam, ansiosos que o futuro passe por mais uma transformação. “Temos 104 anos de vida e queremos muitos mais”, sublinha a colectividade. No espaço, a intervenção que está a ser realizada contemplou a pintura de parte da vedação e, junto ao bar ali existente, estão a ser criadas estruturas de apoio aos jogadores que utilizam o espaço desportivo.

Os primeiros anos do CRI ficaram marcados pela vontade de “manter um grupo dramático e fundar um grupo musical”, todavia, foi a instrução a ser ministrada na escola do clube e por ela subsidiada, para acolher os seus sócios, assim como os “filhos, irmão e órfãos” da altura, que acabou por vingar. Durante décadas, o clube acolheu inúmeros bailes, saraus, passeios e “todos os jogos autorizados por lei”.

Nessa altura, Alfredo José Guilherme foi escolhido como primeiro presidente da direcção, que dirigiu um grupo de fundadores. O jornal “Oriente” – editado desde 1922 –, assumiu-se como uma das “referências culturais” da instituição, sendo considerado “um documento fundamental à análise da vida social” daquela época. Vendido por 15 tostões, o quinzenário sobreviveu durante pouco tempo, tendo sido publicadas apenas 12 edições. Já em 1999, os membros directivos resolvem ressuscitar o antigo jornal, em formato de revista, então dirigido por Fernando Pires, captando as atenções da população local, que através da publicação “volta a descobrir a paixão” pelo CRI.
Durante as três primeiras décadas após a sua fundação, o clube desenvolveu uma actividade considerada “importante, em prol da instrução, recreio e cultura” das gentes da freguesia, tendo sido criada uma escola de esperanto, dinamizada pela família Paula. Com efeito, Aníbal Paula, apesar de possuir apenas a 4ª classe, era classificado como um “homem culto” daquela localidade, onde ensinou história, inglês e francês, antes de ser preso pela polícia política, através de uma denúncia que pôs termo à sua actividade.

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Da década de 40 ao sonho do Parque Desportivo

De acordo com a Monografia do Movimento Associativo daquele município, o futebol chega à colectividade no decorrer da década de 40, em diversas equipas ali existentes e que, entretanto, acabaram por se extinguir, tais como o “Graça”, “Bonfim” ou o “União”, que viriam a agregar-se à equipa da associação.

Antes de possuir o seu campo, entre Maio de 75 e o ano de 1997, no Parque de Jogos S. Lourenço – que acabaria por perder para o seu proprietário –, a colectividade chegou a ver os associados construírem, voluntariamente, as primeiras instalações do Campo da Forca, em barracas que mais tarde possuíram balneários em tijolo e cimento.
Sem grandes meios, o CRI é então “obrigado a desistir de alguns escalões federados, mantendo, no entanto, os juniores”, que receberiam em 1998 a taça da disciplina da Associação de Futebol de Setúbal.

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Depois de ter vivido do “empréstimo de campos vizinhos”, o Clube de Recreio e Instrução começa a desenvolver o projecto ambicioso de ter o seu próprio complexo desportivo, que ganhou forma num terreno cedido, em direito de superfície, pela autarquia moitense, junto à Urbanização Vila Rosa, no Bairro Gouveia, com relvado sintético e uma área de 14 mil metros quadrados, actualmente denominado por Parque Desportivo Artur Ferreira Gouveia.

Próxima época em fase de planeamento

“Apesar das incertezas causadas pela Covid-19, a próxima época já se encontra em fase de planeamento”, garantem os responsáveis pela secção de Futebol. “Assim que for possível o nosso Parque Desportivo será reaberto, com regras de segurança muito específicas e adequadas ao momento”, salientam, em informação dirigida aos associados, que à semelhança da população local, já podem frequentar o bar daquele parque desportivo.

Para além de organizar diversos torneios de Futebol, em vários escalões, através da Escola de Futebol João Gaspar, o clube promove ainda provas de BTT e, nos dias de hoje, tem o Xadrez como uma das suas principais actividades, para além de uma secção dedicada às Danças de Salão, entre outras modalidades.

B.I.

Nome:
Clube de Recreio e Instrução
Também conhecida por:
C.R.I.
Localidade:
Alhos Vedros
Data de fundação:
8 de Agosto de 1915 – 104 anos
Principais actividades:
Escola de Futebol, BTT, Danças de Salão, eSports, Running e Xadrez
Actual presidente:
João Carlos Amaro Brito

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